Dizer que as matérias-
primas da política são a hipocrisia e a mentira é tautológico e perde-se nas
brumas da história, desde Catilina. Certos fatos, porém, devem ser registrados,
dentre eles o abraço de Haddad em Meirelles, depois de seu Partido ter
desancado às escâncaras o governo Temer, do qual o principal ator era o ora
abraçado. Cícero, sua cabeça e suas mãos decepadas honraram o Senado Romano,
que tanto ornamentou com sua oratória. O mundo pertence, como disse seu par
brasileiro, às nulidades. O povo, principalmente as mulheres, gritam no
gueto dos desvalidos, enquanto por ele , pomposa, desfila a soberana caravana
de César.
O que nos desafia o
pensamento, contudo, neste momento do século XXI, não é o confronto radical,
mas a saída democrática na política e a liberdade econômica nos limites
constitucionais e democráticos. O homem será inteligente para criar a
ciência tecnológica que o criou, e, paradoxalmente, indigente em matéria de
conduzir a coisa pública?
Nossa solução é pacto
social, reformas profundas, ética, dignidade, distribuição de rendas, superação
dessa infame falta de saneamento básico a 50% de nossa população, nos marcos do
Direito e de um Estado ordenado democraticamente. Numa palavra, tornar nossa Constituição
um fato sociologicamente expressivo, não mais permitir que seja um pergaminho
fictício. Nenhum desses candidatos que surgem como líderes nas pesquisas, seus
partidos e sua triste história, são capazes de nos libertar. O campo ainda está
aberto para uma grande surpresa nas eleições que se avizinham, sem nenhuma
necessidade de arreglos entre os candidatos. Basta a sabedoria popular da
maioria, que virá à tona.
Amadeu Garrido de Paula - Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
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