De
acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de
Órgãos (ABTO), o número de doações de órgãos teve um aumento significativo e
mostrou que o Brasil vive seu melhor momento nos últimos 20 anos em relação ao
assunto. Só em 2016, foram realizados cerca de 25 mil transplantes e, em 2017,
esse número chegou a 27 mil.
O
transplante de órgão, em algumas situações, é a única esperança de
sobrevivência e recomeço de vida de um indivíduo, que aguarda ansiosamente por
um doador. Por conta disso, em 27 de setembro, é celebrado o Dia Nacional de
Doação de Órgão, que foi criado por uma iniciativa da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos (ABTO), com o objetivo de sensibilizar a população sobre
a necessidade e a importância de se tornar um doar órgãos.
E
você sabe o que é preciso fazer para ser um doador de órgãos e tecidos? Não é
necessário qualquer documento ou registro, mas é essencial deixar os familiares
avisados sobre o desejo de ser um doador. Somente aquele paciente que teve
morte encefálica, ou seja, traumatismo craniano, acidente vascular (AVC), danos
cerebrais devido à falta de oxigênio, tumor cerebral, entre outros, é
considerado um doador em potencial. Porém, é indispensável que os exames
neurológicos demonstrem ausência de reflexos do tronco cerebral, assim como é
indispensável um relatório complementar que diagnostique ausência de perfusão
sanguínea, de atividade elétrica ou metabólica cerebral do doador.
Após
todos os exames feitos, a família do doador é avisada sobre os procedimentos
para se realizar a doação do órgão. É nesse momento que a família deve dar a
autorização ou não para a remoção do órgão ou tecido. Entre os que podem ser
doados estão: ossos, rins, coração, fígado, pulmões, córneas, intestino, pele,
tendões, etc. Qualquer pessoa, independente da idade pode ser um possível doar,
basta estar com a saúde do órgão em bom estado. E quem fará essa avaliação é
médico especializado, que determinará se o indivíduo poderá ser um doador ou
não, de acordo com a análise do histórico do paciente.
Além
disso, é possível também fazer a doação em vida. A pessoa deve ter mais de 21
anos e estar com a saúde em boas condições. A doação só é realizada após se ter
certeza que o transplante não afetará a vida do doador. Os principais órgãos
que podem ser doados entre parentes de até quarto grau e com compatibilidade
sanguínea são: parte do fígado ou pulmão, rim e medula óssea.
Doar
é um dos gestos mais nobres que o ser humano pode ter. Esse ato pode fazer a
diferença para aqueles que estão à espera de um doador. Por isso, para ser um
doador, basta avisar a família. Seja um Doador!
Dr.
Paulo Feliciano da Silva - médico diarista da UTI Adulto do
HSANP, centro hospitalar localizado na zona Norte de São Paulo.
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