segunda-feira, 26 de junho de 2017

“Mommy makeover”: o que você precisa saber antes de uma cirurgia plástica pós-gravidez


 
Quilinhos a mais, estrias e flacidez em certas regiões do corpo. Essas são reclamações frequentes pós-gestação. Tratá-las pode não ser fácil, especialmente se considerarmos a rotina de mãe de filho pequeno, que não é nada leve. Cuidados com a pele, acompanhamento com nutricionista e a prática de atividades físicas são fundamentais nessa recuperação, mas, em alguns casos, a cirurgia plástica pode ser a melhor alternativa para alcançar o resultado estético desejado.

Nos Estados Unidos, tem se tornado cada vez mais popular um pacote de cirurgias plásticas chamado “mommy makeover”, que inclui procedimentos para rejuvenescer o corpo após o nascimento do bebê. As mais populares são a plástica no abdome (abdominoplastia), a lipoaspiração e as cirurgias para levantar os seios (mastopexia).

Segundo o cirurgião plástico Roger Vieira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da American Society of Plastic Surgeons (ASPS), esse aumento na demanda de mulheres recém-saídas da gravidez pode ser percebido também nos consultórios brasileiros. “A cirurgia plástica pode garantir excelentes resultados para pacientes que desejam recuperar o corpo que tinham antes da gravidez, mas é preciso controlar a ansiedade. Não dá para sair da sala de parto já pensando em uma lipoaspiração ou uma abdominoplastia, por exemplo. Em geral, o aconselhável é esperar, no mínimo, seis meses para realizar qualquer procedimento”, recomenda.

Roger explica que é possível, sim, realizar um “pacote” de cirurgias plásticas, combinando dois ou mais procedimentos em uma só operação, como propõe o “mommy makeover”, mas deve-se obedecer critérios de segurança ao paciente, avaliando muito bem o número de intervenções associadas e o tempo gasto dentro do bloco cirúrgico. “O organismo feminino passa por uma série de alterações não só durante, mas também após a gestação. Logo, a avaliação médica é absolutamente indispensável, pois não são todas as mães que devem, precisam ou podem passar por essas intervenções cirúrgicas”.

Para a psicóloga Renata Feldman, que, em sua pesquisa de mestrado, estudou questões relacionadas à maternidade no mundo contemporâneo, o fim da gravidez marca uma fase em que a mulher deixa de ser o centro das atenções, posto que passa a ser ocupado pelo bebê recém-nascido. “As mudanças corporais vividas na gravidez são percebidas como algo natural e bonito, gerando nas mulheres uma postura positiva de aceitação. Ao fim da gestação, porém, quando o bebê passa a ser o centro das atenções e não mais a mulher, ela se sente novamente pressionada a atender às exigências de um padrão de beleza imposto culturalmente, sentindo muitas vezes urgência em recuperar o corpo que tinha antes”, afirma. Com isso, muitas mães se deixam levar pelo imediatismo e acabam esquecendo que o puerpério tem um ciclo natural, contemplado por novas transformações físicas, psíquicas e hormonais.

Para Roger, a cirurgia plástica pode ajudar a mulher a recuperar a autoestima e a satisfação com o próprio corpo depois da gravidez, mas sempre com a orientação médica adequada. “Também considero importante o planejamento familiar. Se a mulher quiser ter outros filhos em um futuro próximo, não vale a pena realizar as cirurgias naquele momento”, opina. “Para as interessadas, minha orientação é procurar um cirurgião plástico de confiança e ter uma conversa sincera sobre insatisfações e expectativas. Em conjunto, médico e paciente podem decidir qual é o melhor momento para realização da cirurgia”.

Saiba mais sobre os procedimentos mais requisitados após a gravidez.

Abdominoplastia         
                                 
O abdômen é o local onde as maiores alterações físicas e hormonais da gestação ocorrem. Em decorrência do crescimento uterino, pele e músculos da barriga se distendem, favorecendo o surgimento de estrias, diástase e flacidez. Estas mudanças tendem a regredir no período de seis meses após o término da gestação, mas, caso não ocorram, a abdominoplastia pode ajudar a recuperar a silhueta desejada.

Lipoaspiração e lipoescultura

São procedimentos de alta eficácia estética, que muitas vezes podem ser realizados em conjunto com a abdominoplastia ou a mamoplastia. São mais recomendados para aquelas gordurinhas localizadas, não só na região abdominal, mas também nas coxas, glúteos e quadril. Assim como descrito acima, a orientação é que a mulher aguarde pelo menos seis meses para avaliar a realização do procedimento.

Cirurgia no seios

Durante e principalmente após a gestação, as mamas ganham volume devido à produção de leite. É de fundamental importância aguardar o período mínimo de seis meses após o término da amamentação para que os seios retornem à forma natural pré gravidez. É muito comum a queixa de flacidez, queda e estrias após esse período de lactação. A cirurgia de lifting mamário, conhecida com mastopexia, promove a retirada do excesso de pele, elevando o mamilo e, dessa forma, corrigindo a flacidez. Quando se deseja um aumento mamário associado, podem ser utilizadas próteses de silicone. Para as mães que fizeram o implante antes da gravidez, não há alteração significativa na amamentação.







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