A
queda do PIB, apesar de esperada pelos especialistas, chama atenção por sua
magnitude. Nos últimos dois anos, o PIB brasileiro acumulou uma retração de
7,2%, o pior resultado da série histórica iniciada em 1948. A retração foi
sentida em todos os setores da atividade econômica, especialmente na
agricultura.
Este
resultado, contudo, não contaminou a expectativa do mercado de que, já no
primeiro trimestre de 2017, a economia brasileira inicie um processo de
recuperação. Apoiando-se na queda dos juros e da inflação, bem como na melhora
da confiança de empresário e consumidores, o ministro da fazenda, Henrique
Meirelles, comparou o PIB de 2016 a uma imagem no retrovisor.
Independentemente
dessas expectativas positivas se verificarem no futuro próximo, os efeitos da
recessão serão sentidos por muito tempo: empobrecimento da população, elevados
índices de desemprego, inadimplência, concentração de renda, entre outros.
Assim, cabe perguntar: que fatores levaram a esse desempenho lamentável da
economia brasileira? Que lições aprendemos com crise?
A
receita imediatista de expansão econômica apoiada no crédito ao consumidor, as
características do ambiente competitivo brasileiro e o desequilíbrio das contas
públicas têm grande responsabilidade sobre a retração econômica e sua
durabilidade. Infelizmente, os resultados da economia não são uma projeção do
passado, mas uma realidade presente que afeta de forma significativa a
sociedade brasileira.
Melhor
será reconhecer a gravidade dos fatos e aprender com essa experiência amarga
que relegá-la ao esquecimento de um passado desagradável que caprichosamente
insiste em permanecer ativo.
Leila Rocha Pellegrino - professora de economia da
Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas e está disponível para
entrevistas.
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