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quarta-feira, 8 de março de 2017

Que lições aprendemos com a crise?



 A queda do PIB, apesar de esperada pelos especialistas, chama atenção por sua magnitude. Nos últimos dois anos, o PIB brasileiro acumulou uma retração de 7,2%, o pior resultado da série histórica iniciada em 1948. A retração foi sentida em todos os setores da atividade econômica, especialmente na agricultura.

Este resultado, contudo, não contaminou a expectativa do mercado de que, já no primeiro trimestre de 2017, a economia brasileira inicie um processo de recuperação. Apoiando-se na queda dos juros e da inflação, bem como na melhora da confiança de empresário e consumidores, o ministro da fazenda, Henrique Meirelles, comparou o PIB de 2016 a uma imagem no retrovisor.

Independentemente dessas expectativas positivas se verificarem no futuro próximo, os efeitos da recessão serão sentidos por muito tempo: empobrecimento da população, elevados índices de desemprego, inadimplência, concentração de renda, entre outros. Assim, cabe perguntar: que fatores levaram a esse desempenho lamentável da economia brasileira? Que lições aprendemos com crise?

A receita imediatista de expansão econômica apoiada no crédito ao consumidor, as características do ambiente competitivo brasileiro e o desequilíbrio das contas públicas têm grande responsabilidade sobre a retração econômica e sua durabilidade. Infelizmente, os resultados da economia não são uma projeção do passado, mas uma realidade presente que afeta de forma significativa a sociedade brasileira.

Melhor será reconhecer a gravidade dos fatos e aprender com essa experiência amarga que relegá-la ao esquecimento de um passado desagradável que caprichosamente insiste em permanecer ativo.  





Leila Rocha Pellegrino - professora de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas e está disponível para entrevistas.





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