Sociedade
Brasileira de Cardiologia recomenda vacinação contra a gripe como o melhor meio
de proteger portadores de doenças cardiovasculares.
A gripe é uma doença respiratória viral aguda transmitida entre
as pessoas. Pacientes com doenças cardiovasculares
crônicas, como insuficiência cardíaca, doença coronariana e hipertensão apresentam maior risco de gripe com complicações e são uma
das prioridades para a vacinação contra a influenza, doença causada pelo vírus
da gripe.
A Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) indica a imunização contra a influenza como a melhor forma de
prevenção para os riscos da gripe nesse grupo. “Para quem possui a saúde
debilitada por problemas cardíacos, existe um maior potencial de infecção com
complicações, levando a uma pneumonia com chances de hospitalização”, comenta Marcus Bolívar Malachias, presidente da SBC.
Outros fatores de risco,
inclusos nesse grupo prioritário, precisam de atenção, como tabagismo, diabetes
e colesterol alto. “Pacientes que realizaram transplante de coração também
devem se vacinar anualmente”, complementa Marcus.
O estudo
“Influenza em pacientes com doenças cardíacas” aponta evidências de que a
influenza pode causar miocardite, que é a inflamação do miocárdio, arritmias
cardíacas e desencadear infarto agudo do miocárdio, causando complicações
graves e óbito, até mesmo em pessoas previamente saudáveis[1].
A vacinação reduz significativamente
o risco de complicações em pacientes com doenças que comprometem o funcionamento
correto das artérias e vasos sanguíneos, como a doença arterial coronariana,
algumas condições ateroscleróticas e acidentes cerebrovasculares[2].
As manifestações clínicas
relacionadas à influenza são as mesmas para os vírus A ou B, porém um
estudo de 45 indivíduos com média de idade de 11 anos, conduzido nos EUA,
demonstrou que a evolução fatal foi muito mais rápida nos casos de
infecção pelo vírus B. Metade dos pacientes infectados com vírus B morreu
dentro de três dias após o início dos sintomas[3].
A proteção contra o vírus
B pode ser feita através vacina quadrivalente. A quadrivalente da Sanofi
Pasteur proporciona maior proteção contra a influenza e suas complicações, pois
contém uma cepa B adicional em relação à vacina trivalente (duas A e duas B), e
é a única vacina quadrivalente licenciada para crianças a partir dos seis meses
de idade. As duas cepas B, Yamagata e Victoria, têm cocirculado com as cepas A
(H1N1) e A (H3N2) há mais de uma década, em diversos países, incluindo o
Brasil. A vacina é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)[4].
A efetividade da vacina
contra a gripe (ou sua capacidade de prevenir a doença e suas complicações)
pode variar de uma temporada para outra. Também pode mudar dependendo da pessoa
que recebe a vacina, de acordo com sua idade e estado de saúde e conforme a
semelhança ou “compatibilidade” entre os vírus incluídos na vacina e aqueles
disseminados na comunidade[5].
Apesar
dessas variações, estudos demonstram que, caso indivíduos vacinados contraiam a
enfermidade, os sintomas serão mais leves, além de diminuir o risco de
hospitalização, especialmente no caso de crianças, idosos e portadores de
doenças crônicas, entre os quais ocorrem quadros mais graves e maiores índices
de mortalidade[6].
Sanofi
[1] Bricks LF
et al. Influenza em pacientes com doenças cardíacas. J. Health Biol Sci. 2015; 3(3): 165-171. doi:
10.12662/2317-3076jhbs.v3i3.200.p165-171.2015.
[2] Davis MM et al. Flu Vacc as Secondary
prevention of CV disease. Downloaded from http://circ.ahajournals.org/ by guest
on October 19, 2016.
[3] Paddock CD, Liu L, Denison AM, Bartlett JH,
Holman RC, Deleon-Carnes M, et al. Myocardial injury and bacterial pneumonia
contribute to pathogenesis of fatal influenza B virus infection. J
Infect Dis. 2012 Mar 15; 205 (6): 895-905. doi: 10.1093/infdis/jir861. PubMed
PMDI 22291193.
[4]
http://www.paho.org/ Preguntas y respuestas sobre la gripe estacional.
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