Cabelo bonito é
cabelo saudável
A queixa de queda de cabelos é
a mais comum no consultório dermatológico.
É importante lembrarmos que nem
sempre é sinônimo de doença dos cabelos ou do couro cabeludo. Pode simplesmente
ser parte do ciclo natural do pelo, que consiste em fases de crescimento
(anágena), transição (catágena), repouso e queda (telógena). Após essa queda
"esperada" do fio de cabelo outro é reposto no lugar com as mesmas
características (espessura, tamanho final, consistência).
Então quando devemos nos preocupar com
a queda?
Devemos nos
preocupar quando há um aumento na queda, diminuição no volume dos cabelos,
afinamento dos cabelos, a presença de cabelos fracos e quebradiços, inflamações
do couro cabeludo e áreas sem cabelos. Existem fatores internos e externos que
podem ocasionar um aumento na queda capilar. Dentre os fatores internos, quer
dizer da própria pessoa, destacam-se alterações nutricionais como carências
alimentares, regimes prolongados e restritivos, alterações emocionais, como
ansiedade e depressão, alterações hormonais, como em doenças da tireoide,
alterações genéticas, como a calvície, alterações inflamatórias como a
dermatite seborreica (a famosa caspa) e outras inflamações do couro cabeludo e
dos cabelos. Dentre os fatores externos, estão as agressões físicas ao fio de
cabelo, desde a exposição ao sol, poluição, o desgaste natural das lavagens e
secagens do cabelos, chapinhas, alguns alisamentos e agressões químicas como
tinturas e alisamentos.
Nas
mulheres, a Calvície Feminina acomete cerca de 80% após a puberdade e pode
passar despercebida pela paciente por muitos anos.
Nas pacientes
portadoras do gene da calvície, a doença começa a se manifestar na
adolescência; lenta e progressivamente os cabelos vão afinando. Depois de
alguns anos começa uma queda mais intensa de cabelos que, associada a uma
reposição anormal dos fios, leva a uma diminuição drástica da quantidade e
volume capilar. Esse quadro começa logo após a puberdade. Porém, as alterações
clínicas só são percebidas - em geral - após os trinta anos.
Clinicamente, uma
rarefação (diminuição) dos cabelos só é observada quando a paciente já perdeu
cerca de 30% de seus fios.
Alguns
sinais indiretos de uma calvície inicial são: o afinamento progressivo, que
pode ser notado visualmente nos cabelos que caem, na diminuição progressiva do
rabo de cavalo e do tempo de secagem dos fios. Após a menopausa esse quadro
tende a acelerar.
Através da
clínica e um conjunto de exames - chamado de Estudo Tricológico - é possível um
diagnóstico precoce, que possibilita um tratamento adequado a cada caso e muito
mais eficaz.
O
diagnóstico precoce e o início do tratamento são importantes para evitar a
progressão da doença.
Perguntas
mais frequentes sobre a queda de cabelo:
Quais atitudes das mulheres podem
piorar a queda de cabelos?
É muito comum, com o aumento da
queda de cabelos, a interrupção na lavagem, pois as pacientes ficam preocupadas
com a quantidade que pode cair durante o banho. Essa atitude associada ao
estresse causado pelo aumento da queda, pode piorar a dermatite seborreica,
causando uma queda ainda mais acentuada.
E a quebra dos fios? Como ocorre e por
que?
A quebra dos fios é consequência de uma
agressão importante do cabelo. Normalmente não é causada por um agente somente.
O desgaste natural (sol, frio, poluição, lavagens, secagens, ato de pentear)
associados às agressões químicas - como tinturas e alisamentos
- podem causar a quebra e enfraquecimento do cabelos, pois destroem a
estrutura básica do fio. Isso resulta em um cabelo sem brilho, opaco,
quebradiço e fraco. O mais importante é a interrupção imediata das
agressões.
Qual a consequência do uso de chapinha,
secadores e babyliss nos cabelos?
O uso prolongado e exagerado pode
causar desgaste e quebra do fio, deixando os cabelos sem brilho e fracos,
podendo levar até a um aumento da queda e posteriormente a uma perda capilar
irreversível.
Quais os piores danos causados pelo uso
de química, coloração e outros produtos no cabelo?
Os piores danos
são a destruição do fio, quebra e enfraquecimento.
O que você sugere
para as mulheres que estão sofrendo com queda ou quebra do cabelo?
É muito importante
descobrir o motivo da queda de cabelos para que seja iniciado o tratamento
adequado o mais breve possível, além da interrupção das agressões
químicas e físicas. Em ambos os casos é necessária a consulta com um dermatologista
para o diagnóstico e tratamento adequado.
Existem remédios,
xampus ou vitaminas que podem ser usados nestes casos e realmente promovem
melhora?
Existem sim! Após
um exame clínico com o especialista, a investigação adequada e a
descoberta da causa, os tratamentos são efetivos e promovem a melhora. O
importante é a identificação da causa, pois o tratamento vai variar de acordo
com o problema apresentado. Por exemplo, no caso da calvície, tanto masculina
quanto feminina, podemos usar medicações especificas através de loções, xampus
e comprimidos. Em cabelos quebradiços e fracos, decorrentes de alterações
nutricionais, por exemplo, o uso de vitaminas especificas e máscaras capilares
hidratantes pode ajudar.
Dr. Erick
Omar - dermatologista especializado em Tricologia (o estudo das doenças do
couro cabeludo), participa do grupo de pesquisas para o tratamento da
calvície com células-tronco. Formado pela USP, adquiriu vasta experiência
no assunto como médico colaborador no Ambulatório de Doenças dos Cabelos e
Couro Cabeludo do Hospital Padre Bento, de Guarulhos, sob supervisão do Dr.
José Marcos Pereira.
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