Especialista
alerta e dá dicas de prevenção
Calor, praia e as delícias que vêm do mar, como
camarão, por exemplo. Porém, é preciso ficar atento, pois os frutos do mar
estão entre os principais alimentos causadores de alergias em adultos.
Mesmo a pessoa que nunca apresentou nenhuma reação
pode, de repente, se tornar alérgico, já que elas são imprevisíveis e podem
ocorrer em qualquer fase da vida.
“O fato de já ter comido camarão, por exemplo, e
nunca ter apresentado reação não significa que em algum momento da vida a
pessoa não possa ter alergia por esse alimento. Pessoas com asma, rinite e
dermatite atópica (eczema) são um pouco mais predispostas do que a população
geral, mas isso não é uma regra”, alerta a Dra. Elaine Gagete Miranda da Silva,
especialista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
A alergia mais temida que pode ser causada pelos
frutos do mar é a anafilaxia. Esta é uma doença aguda, grave, potencialmente
fatal, onde há risco de morte, caso a pessoa não seja imediatamente
tratada com adrenalina.
Vários
fatores podem desencadear uma crise de anafilaxia, entre
elas ferroadas de inseto, alimentos, medicamentos, exposição a látex, etc.
O quadro
clínico pode ser dramático, com “urticária gigante”, geralmente
acompanhada de angioedema (inchaço), comprometimento respiratório (como falta
de ar, chegando à insuficiência respiratória), sintomas
gastrointestinais (cólicas, vômitos e diarreia agudos) e comprometimento
cardiocirculatório, com hipotensão e choque, sendo que em questão de minutos o
paciente pode evoluir para morte.
“Quem já
teve anafilaxia pode ter outra crise ainda mais grave numa outra exposição”,
comenta a especialista da ASBAI, que aponta abaixo algumas dicas que podem
ajudar na prevenção de uma possível reação alérgica causada por alimentos:
- Para quem já sabe que é alérgico a determinado
alimento, o conselho é evitá-lo.
- Cuidado com restaurantes, especialmente os por
quilo, pois há muita contaminação cruzada (ex.: arroz mexido com a mesma colher
do camarão).
- Ler rótulos para ter certeza se os ingredientes
não contêm as substâncias alergênicas.
- Ter sempre por perto a adrenalina autoinjetável,
já que pode acontecer exposição acidental.
Primeiros-socorros no caso de anafilaxia –A única
forma de salvar uma pessoa em crise de anafilaxia é com a aplicação da
adrenalina autoinjetável.
O primeiro passo, segundo explicações da Dra.
Elaine, é reconhecer que aquilo é uma crise.
“Se a pessoa possui adrenalina, não pense duas
vezes: aplique a medicação! E, em seguida, corra para o hospital mais próximo.
Mantenha o paciente deitado, com as pernas elevadas. Jamais sente um paciente
em anafilaxia, pois isso pode precipitar uma parada cardíaca”, alerta a médica
da ASBAI.
A
aplicação da adrenalina autoinjetável é simples e mesmo pessoas não
habilitadas conseguem utilizar a medicação com segurança. Ela se apresenta
em forma de canetas, e paciente ou familiar pode utilizar
a dose correta, numa aplicação isenta de riscos.
O problema
está na comercialização do medicamento, que não é produzido no Brasil e só pode
ser obtido via importação ou nos prontos - socorros. Por isso, a ASBAI, por
meio da sua Comissão de Anafilaxia, encaminhou um abaixo-assinado para o
Ministério da Saúde pedindo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que
a comercialização da epinefrina autoinjetável, mais conhecida
como adrenalina autoaplicável, seja aprovada no Brasil e distribuída pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), já que é um medicamento de alto custo.
ASBAI
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
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