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terça-feira, 26 de julho de 2016

Na casa dos avós é sempre domingo?



Em obra, publicada pela Primavera Editorial, a psicanalista Lidia Rosenberg Aratangy e o pediatra Leonardo Posternak falam sobre o papel dos avós nos tempos atuais


Os animais não conhecem os avós e, do ponto de vista biológico, uma sobrevivência que ultrapasse a idade de procriação não oferece vantagens à espécie. Para os seres humanos, a situação é diferente, pois com a criação da cultura passa a ter importância que os adultos vivam tempo suficiente para passar informações de uma geração a outra. No entanto, quando a expectativa de vida girava em torno dos 40 anos, eram poucos os que chegavam a ter netos.

No século XIX, apenas 3% dos indivíduos ultrapassavam os 60 anos. Com o avanço da ciência, o cenário se alterou e pesquisas conduzidas em países com culturas e economias diferentes apontam que vivenciamos o “século dos avós”. Para abordar inúmeros aspectos que envolvem a longa trajetória dos avós, a psicanalista Lidia Rosenberg Aratangy e o pediatra Leonardo Posternak elaboraram o Livro dos Avós: Na casa dos avós é sempre domingo?.

O nascimento de um neto oferece a oportunidade de inaugurar um novo tipo de relacionamento, mas traz também um tipo especial de responsabilidade. Não é fácil apoiar e ajudar os filhos sem oprimi-los, e é preciso levar em conta que eles têm o direito de cometer seus próprios erros para aprender.

Assim, a arte de ser avós consiste, antes de tudo, na arte de ser pais de filhos adultos, o que requer um delicado equilíbrio entre estar disponível quando necessário e não ser invasivo, pois, mesmo depois de serem pais, os filhos precisam de apoio, reconhecimento e até de proteção, ainda que às vezes tenham certa resistência para confessar. Talvez em qualquer etapa esse tipo de apoio seria bem-vindo. Até mesmo quando temos de aprender a ser avós.


Sobre os autores:
Lidia Rosenberg Aratangy: Terapeuta de casais e de famílias, professora universitária desde 1962 e autora de livros adotados em vários estabelecimentos de ensino. Escreveu, entre outras, as obras: Doces venenos, conversas e desconversas sobre drogas (Editora Olho D’Água); Tesouros da juventude (Editora Olho D’água); O amor tem mil caras (Editora Olho D’Água); Sexualidade: A difícil arte do encontro (Editora Ática); Pais que educam filhos que educam pais (Editora Celebris); O corpo: Limites e cuidados (Editora Ática) e O anel que tu me deste - O casamento no divã (Primavera Editorial).

Leonardo Marcos Posternak: Médico pediatra no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, professor do curso “Clínica Interdisciplinar com o Bebê – A Saúde Física e Psíquica na Primeira Infância”, na PUCP-SP. Presidente do Instituto da Família, é membro do departamento de Higiene Mental na Sociedade de Pediatria de São Paulo, desde 2002, e membro fundador e da diretoria da Associação Brasileira de Estudos sobre o Bebê, desde 2002. É autor dos livros E agora, o que fazer?: A difícil arte de criar os filhos (Editora Bestseller, 1998); e O direito à verdade: Cartas para uma criança (Editora Globo, 2002, Prêmio Jabuti 2003 em Educação e Psicologia).

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