Em
obra, publicada pela Primavera Editorial, a psicanalista Lidia Rosenberg
Aratangy e o pediatra Leonardo Posternak falam sobre o papel dos avós nos
tempos atuais
Os
animais não conhecem os avós e, do ponto de vista biológico, uma sobrevivência
que ultrapasse a idade de procriação não oferece vantagens à espécie. Para os
seres humanos, a situação é diferente, pois com a criação da cultura passa a
ter importância que os adultos vivam tempo suficiente para passar informações
de uma geração a outra. No entanto, quando a expectativa de vida girava em
torno dos 40 anos, eram poucos os que chegavam a ter netos.
No
século XIX, apenas 3% dos indivíduos ultrapassavam os 60 anos. Com o avanço da
ciência, o cenário se alterou e pesquisas conduzidas em países com culturas e
economias diferentes apontam que vivenciamos o “século dos avós”. Para abordar
inúmeros aspectos que envolvem a longa trajetória dos avós, a psicanalista
Lidia Rosenberg Aratangy e o pediatra Leonardo Posternak elaboraram o Livro dos Avós: Na casa dos avós é
sempre domingo?.
O
nascimento de um neto oferece a oportunidade de inaugurar um novo tipo de
relacionamento, mas traz também um tipo especial de responsabilidade. Não é
fácil apoiar e ajudar os filhos sem oprimi-los, e é preciso levar em conta que
eles têm o direito de cometer seus próprios erros para aprender.
Assim,
a arte de ser avós consiste, antes de tudo, na arte de ser pais de filhos
adultos, o que requer um delicado equilíbrio entre estar disponível quando
necessário e não ser invasivo, pois, mesmo depois de serem pais, os filhos
precisam de apoio, reconhecimento e até de proteção, ainda que às vezes tenham
certa resistência para confessar. Talvez em qualquer etapa esse tipo de apoio
seria bem-vindo. Até mesmo quando temos de aprender a ser avós.
Sobre os autores:
Lidia Rosenberg Aratangy: Terapeuta de casais e
de famílias, professora universitária desde 1962 e autora de livros adotados em
vários estabelecimentos de ensino. Escreveu, entre outras, as obras: Doces
venenos, conversas e desconversas sobre drogas (Editora Olho D’Água); Tesouros
da juventude (Editora Olho D’água); O amor tem mil caras (Editora Olho D’Água);
Sexualidade: A difícil arte do encontro (Editora Ática); Pais que educam filhos
que educam pais (Editora Celebris); O corpo: Limites e cuidados (Editora Ática)
e O anel que tu me deste - O casamento no divã (Primavera Editorial).
Leonardo Marcos Posternak: Médico pediatra no
Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, professor do curso “Clínica
Interdisciplinar com o Bebê – A Saúde Física e Psíquica na Primeira Infância”,
na PUCP-SP. Presidente do Instituto da Família, é membro do departamento de
Higiene Mental na Sociedade de Pediatria de São Paulo, desde 2002, e membro
fundador e da diretoria da Associação Brasileira de Estudos sobre o Bebê, desde
2002. É autor dos livros E agora, o que fazer?: A difícil arte de criar os
filhos (Editora Bestseller, 1998); e O direito à verdade: Cartas para uma
criança (Editora Globo, 2002, Prêmio Jabuti 2003 em Educação e Psicologia).
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