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sábado, 30 de julho de 2016

Ministério da Saúde promove educação sexual para usuários de aplicativo



Ação levará informações aos usuários do Hornet de prevenção ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, onde se testar, e ter acesso a tratamento e insumos de prevenção 


Usuários do aplicativo de encontro Hornet, que conta com mais de 1 milhão de usuários no Brasil, terão acesso a informações de prevenção ao HIV, aids e outras infecções sexualmente transmissíveis, no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A ação no Hornet acontecerá por meio do projeto piloto Close Certo, lançado nesta sexta-feira (29), pelo Ministério da Saúde em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

“A proposta do projeto é levar informação confiável e acessível a todos aqueles que navegam no aplicativo Hornet. Como a média de idade da população do aplicativo no Brasil é de 25 anos, estaremos atingindo o público jovem, gay e de homens que fazem sexo com homens – uma das populações-chave em nossas ações de prevenção”, explica a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Viras, Adele Benzaken. A diretora ressaltou ainda que o uso de novas tecnologias é uma maneira de atingir essa geração de jovens, principalmente em um país como o Brasil, que já conta com cerca de 276 milhões de celulares.

O secretario substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Alexandre Santos, ressaltou que a iniciativa é fruto de parceria com custo zero.  “O projeto piloto, além do amplo alcance e de inovar na abordagem dessa população, que é muito vulnerável ao HIV, aids e às infecções sexualmente transmissíveis, não trará nenhum custo à pasta”, ressalta. 

No período de 1º de agosto a 18 de setembro, colaboradores capacitados pelo Ministério da Saúde irão passar, aos usuários do aplicativo, informações sobre prevenção, diagnóstico, acesso a PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV) e tratamento de HIV/aids. O projeto piloto integra as ações da política brasileira de resposta às DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, que tem intensificado atividades voltadas aos jovens, grande público das novas tecnologias, como os aplicativos e as redes sociais.

CLOSE CERTO - No projeto, 18 jovens promotores de saúde, sendo três tutores e 15 colaboradores, já usuários do Hornet, terão seus perfis sinalizados com a marca do projeto Close Certo e com um laço azul, que indicará aos usuários do aplicativo que eles são voluntários participantes do Close Certo. Quando procurados, os colaboradores, supervisionados pelos tutores e equipe técnica do Ministério da Saúde, irão tirar dúvidas e compartilhar informações em relação à prevenção e ao tratamento do HIV, aids e outras infecções sexualmente transmissíveis.

O grupo foi capacitado pelo curso de formação de jovens lideranças, promovido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, em parceria com agências da Organização das Nações Unidas (ONU). Os promotores receberão material de apoio para desenvolvimento das atividades. O laço azul, que sinalizará o perfil dos colaboradores, é símbolo da iniciativa global Blue Ribbon Boys, adotada por vários outros países. Para tornar público o projeto no aplicativo, o Hornet encaminhará quatro mensagens inbox a todos os usuários, informando sobre a ação e com conteúdo de prevenção do Ministério da Saúde.

“Quero parabenizar o Ministério da Saúde por essa iniciativa inovadora. Existe uma necessidade em todo o mundo de buscar novas formas de fazer prevenção entre jovens, e um projeto como o Close Certo é uma das vias de acesso para onde o jovem está, que são os aplicativos de relacionamentos”, disse Georgiana Orillard, diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).

AIDS EM JOVENS – Nos últimos 10 anos, a epidemia tem avançado no público jovem. Relatório recente do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e a publicação HIV Lancet, divulgados durante a Conferência Internacional de Aids em Durban, em julho deste ano, apontam que casos de infecção pelo HIV ainda estão aumentando e o número de infecções entre os mais jovens é expressivo em todo o mundo.

Em 2004, a taxa de detecção entre jovens de 15 a 24 anos foi de 9,5 casos por 100 mil habitantes, com 3.419 casos notificados. Em 2014, foram 4.669 casos notificados, o que representa uma taxa de detecção de 13,4 casos por 100 mil habitantes. Isso representa um crescimento de 41% em onze anos. Na população geral, a taxa de detecção em 2014 é de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes.

AÇÕES DE PREVENÇÃO – Para o enfrentamento da epidemia nessa população, o Ministério da Saúde tem desenvolvido uma série de projetos, como o “Viva Melhor Sabendo”, realizado em âmbito nacional em colaboração com mais de 50 ONGs, com testagem realizada por pares em horários e locais adequados às especificidades das diferentes populações-chave, gays e transexuais. Até agora, mais de 72 mil participantes foram testados pelo projeto.

Outra ação importante foi a publicação, em 2015, do Novo Protocolo Clínico de Diretrizes (PCDT) de PEP (Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV) que simplificou a prescrição e aumentou o acesso do público a essa estratégia de prevenção. A PEP é um procedimento de prevenção para as pessoas que tiveram exposição ao vírus do HIV. Os medicamentos devem ser usados em, até 72 horas, após a exposição ao vírus. O ideal é o uso nas primeiras duas horas.



  Nivaldo Coelho
Agência Saúde

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