Cirurgiã
dentista do IBCC recebe prêmio de Profissional do Ano pelo procedimento
odontológico especializado que previne e cura inflamação na mucosa em pacientes
oncológicos
O tratamento do
câncer tem por sua finalidade a cura e o alívio dos sintomas da doença, porém
alguns dos procedimentos realizados, como o cirúrgico, quimioterápico e
radioterápico causam, em sua grande maioria, efeitos colaterais que variam de
acordo com a intensidade do tratamento e com cada paciente. Um dos efeitos
colaterais mais severos é o aparecimento da mucosite oral, reação tóxica
inflamatória que atinge hoje cerca de 80% dos pacientes em tratamento
oncológico para os diferentes tipos de tumores de cabeça e pescoço (boca,
garganta, língua, tireoide, etc.).
Segundo a
cirurgiã dentista do IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer -,
Sandra Bastos Rezende, 89% dos pacientes que fazem tratamento de
quimioradioterapia acabam desenvolvendo , como por exemplo, pessoas submetidas
a transplante de células-tronco hematopoiéticas. No Hospital, o tratamento mais
indicado e mais eficiente é a fototerapia com laser de baixa potência em toda
mucosa oral. Premiada como Melhor do Ano pela Excelência e Qualidade na área de
Laserterapia na Odontologia Hospitalar pela Associação Brasileira de Liderança
(Braslider), a Dra. Sandra enfatiza que o laser é efetivo em vários aspectos,
porque além de ser anti-inflamatório, analgésico e diminuir a severidade das
lesões, ajuda na reconstrução do tecido da mucosa, ou seja, auxilia na
regeneração celular.
A terapia
preventiva e curativa reduz a incidência da mucosite oral, otimiza o tratamento
proposto pelo médico-oncoclínico e oferece mais qualidade de vida aos
pacientes. A indicação sempre é médica, portanto a equipe multidisciplinar tem
que estar alinhada, pois a Laserterapia deve ser iniciada junto com o
tratamento oncológico, seja radioterapia de cabeça e pescoço ou quimioterapia
em altas doses. Esse processo será realizado até que as funções orais do
paciente estejam restabelecidas e ele volte a se alimentar e a falar
normalmente. “É essencial também que o paciente também mantenha uma boa higiene
bucal, pois assim ele vai reduzir as infecções e prevenir a severidade da
mucosite.” – adverte a dentista.
O
hematologista e chefe da Unidade de Transplante do IBCC, Roberto Luiz da Silva,
acredita ser fundamental junto da equipe oncológica
ter o apoio da dentista. “Investir na terapia preventiva é investir no
paciente. Ter um diagnóstico precoce das
doenças bucais, como a mucosite, e iniciar o procedimento necessário com
rapidez, é garantir o sucesso do tratamento oncológico multidisciplinar do
paciente. ” – comentou o hematologista.
LESÕES
DA MUCOSITE
A mucosite oral
consiste no aparecimento de lesões na mucosa oral que começam com eritema
(vermelhidão), evoluindo para um edema (inchaço) e ulcerações (feridas) com
sangramento que acarretam em dificuldade da mastigação, deglutição e fala.
Essas lesões
aumentam o risco de infecções locais, o que exige um uso maior de antibióticos
pelo paciente, aumentando seu período de internação e o uso de nutrição
parenteral.
“A mucosite
severa pode até justificar a interrupção da quimioterapia e ou radioterapia,
servindo como um fator dose-limitante ao tratamento médico-proposto para o
combate da doença.” – enfatiza a dentista Sandra Rezende da Unidade de
Transplante de Células-Tronco do IBCC.
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