O trabalho dos Tribunais de Contas é visto pela sociedade como
decisivo no combate à corrupção e à ineficiência dos gastos públicos, opinião
de cerca de 90% dos entrevistados que conhecem a instituição. Essa é uma das
conclusões da pesquisa Ibope, realizada a pedido da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) e da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil
(Atricon), que mediu o conhecimento e a avaliação da população brasileira sobre
os Tribunais de Contas. Foram entrevistadas 2.002 pessoas entre os dias 24 e 27
de junho de 2016. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.
CONHECIMENTO - Conforme os dados da
pesquisa, ainda é relativamente pequeno o número de pessoas que efetivamente
conhece o que são e o que fazem os Tribunais de Contas (apenas 17%). “Embora o
percentual dos que conhecem e sabem definir as atribuições dos Tribunais de
Contas não seja tão expressivo, ele não destoa do conhecimento do cidadão em
relação a outros órgãos e Poderes de mesma natureza. Essa percepção cresce com
o nível de escolaridade dos entrevistados, mas fica evidente que é preciso
melhorar os processos de comunicação com vistas a sermos mais conhecidos pela
sociedade como um todo”, afirma o presidente da Atricon, Valdecir
Pascoal.
RECORTE - Os números
divulgados a seguir se referem à opinião da parcela da população que mostrou
conhecer, de fato, a instituição. “Entendemos que esse público é quem tem as
melhores condições para avaliar os Tribunais de Contas”, explica Valdecir
Pascoal.
O resultado completo da
pesquisa está disponível para download no final da matéria.
CORRUPÇÃO - A sociedade crê na
importância dos Tribunais de Contas no combate à corrupção. É isto o que pensam
90% desses entrevistados, que concorda total (72%) ou parcialmente (18%) com
esta afirmativa.
INEFICIÊNCIA - Além disso, 89%
deles concordam que esses órgãos também desempenham papel importante no combate
à ineficiência dos gastos públicos.
GESTÃO - Ao todo, 82% desse
extrato concordam que os Tribunais de Contas ajudam a melhorar a gestão
pública.
RECURSOS PÚBLICOS - Conforme a opinião
de 80% desses entrevistados, a atuação dos Tribunais de Contas preserva os
recursos públicos.
COMPOSIÇÃO - Os Tribunais de Contas
são tidos como órgãos mais técnicos que políticos, para 62% deste extrato. No
entanto, o modelo de indicação de seus membros é visto como um obstáculo ao bom
funcionamento dessas instituições para 75% dos entrevistados. “Essa percepção
reflete, de certo modo, crise do Estado, da política e da representatividade
que afeta, de forma geral, o juízo de valor da sociedade sobre as instituições
públicas. O modelo atual, com a indicação de 1/3 do colegiado por origem
técnica (membros substitutos e procuradores) representa um indiscutível avanço.
Não obstante, é nosso dever discutir propostas de possíveis aprimoramentos nos
critérios de composição dos Tribunais de Contas. Cabe discutir novos
aprimoramentos, a exemplo daqueles que propõem uma maior proporção de membros
oriundos das carreiras técnicas”, pondera o presidente da Atricon.
APROVAÇÃO - Entre os
entrevistados que mostraram conhecer os Tribunais de Contas, chega a 94% o
índice dos que concordam que esses órgãos devem ser mantidos.
DESEMPENHO - Apesar de uma
parcela importante (33%) avaliar positivamente o desempenho dos Tribunais de
Contas, as opiniões divergentes têm a mesma expressão numérica: 32% veem a
atuação como regular e 30% mostram-se insatisfeitos.
“De um lado, esses indicadores nos estimulam a persistir na luta
pelo nosso aprimoramento institucional. Essa opção a Atricon já fez quando
desenvolveu o Programa Qualidade e Agilidade dos Tribunais de Contas (QATC),
sem falsa modéstia, o melhor e mais avançado programa de aprimoramento
institucional no serviço público brasileiro. De outro lado, considerando o
atual contexto de crise ética e da forte cobrança do cidadão, e levando em
conta que os TCs não dispõem de mecanismos de investigação e de punição de
natureza policial ou judicial, como determinar prisões de gestores públicos, o
fato de 65% avaliarem os TCs como ‘ótimo, bom ou regular’, tem tudo para ser
comemorado”, conclui Pascoal.
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