A
vinda de milhares de estrangeiros poderá trazer de volta doenças controladas ou
erradicadas no País
Junto com o
entusiasmo para torcer por suas delegações, os 400 mil turistas esperados pelo Ministério
do Turismo durante a Olimpíada, da qual participam mais de 200 países, podem
trazer um aumento na circulação de vírus e bactérias, favorecendo a transmissão
de doenças de baixa incidência ou já erradicadas no Brasil. Esse é o caso da
poliomielite, que continua ativa em países da Ásia. Controlado no País, o
sarampo também pode ser uma ameaça à saúde dos brasileiros, pois ainda é
frequente na Europa e nos Estados Unidos. Vale lembrar que muitos desses
visitantes, além de assistir às competições no Rio de Janeiro, devem conhecer
outras regiões do País, o que intensificará o fluxo de estrangeiros.
Outra enfermidade
que preocupa os médicos é a meningite bacteriana associada à bactéria Neisseria
meningitidis, ou meningococo,
que pode levar à morte ou provocar sequelas neurológicas
irreversíveis se não for tratada rapidamente. Isso porque a forte presença de
estrangeiros de diferentes continentes pode aumentar a circulação de sorogrupos
da bactéria que hoje são pouco expressivos no Brasil, como o tipo A, que tem
alto potencial epidêmico e grande circulação na China, África e Índia. É possível ainda a ocorrência
de casos provocados pelos sorogrupos Y, que circula nos Estados Unidos, e
W-135, comum na Argentina e África do Sul. Já no Brasil, em geral a vacinação é
feita contra o meningococo C, que é o mais prevalente no País.
A meningite
meningocócica é transmitida por pessoas portadoras da bactéria que, embora não
apresentem sintomas, são capazes de infectar os demais. Assim, quando um
portador tosse ou espirra, pode transmitir o micro-organismo às pessoas
suscetíveis, principalmente quando há convívio ou proximidade com o indivíduo.
Por isso, o risco de contágio da meningite meningocócica durante
os Jogos Olímpicos e Paralímpicos é maior entre as pessoas que irão
compartilhar a hospedagem em hostels, alojamentos, casas e apartamentos,
segundo o infectologista
Jessé Alves, chefe do Núcleo de Medicina de Viajantes do Instituto Emílio Ribas
e membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Viagem. Os atletas, os
voluntários e os profissionais que irão trabalhar no evento também estarão
expostos. “É preciso lembrar ainda que a transmissão da meningite pode ocorrer
por contato íntimo, como beijos”, afirma o médico.
Outra enfermidade
que merece atenção é a gripe, que costuma ser subestimada pelos pacientes mas
pode desencadear complicações e evoluir para quadros importantes, como a
pneumonia. “No inverno, a aglomeração de pessoas em locais fechados, como
ginásios, bares e restaurantes, pode favorecer a transmissão da gripe”, reforça
o infectologista Jessé Alves.
Proteção
A
vacinação é o meio mais eficaz de prevenção contra as doenças
infectocontagiosas. Por isso, o infectologista recomenda que os brasileiros
atualizem seu calendário de vacinação e adotem medidas para se proteger das
enfermidades de fácil transmissão, como evitar aglomerações e lavar bem as
mãos.
A
meningite meningocócica pode ser prevenida pela vacina Nimenrix, da Pfizer, que
oferece proteção contra os sorogrupos ACWY do meningococo. Ela pode ser
administrada em crianças a partir dos 12 meses de idade, bem como em
adolescentes e adultos.
Além
de se imunizar contra a gripe, também é importante se proteger contra a
pneumonia, principalmente em relação aos quadros causados pela bactéria Streptococcus
pneumoniae, conhecida como pneumococo. Três em cada dez casos de pneumonia
bacteriana diagnosticados são provocados por esse micro-organismo. A vacina
Prevenar 13, da Pfizer, protege contra os 13 sorotipos do pneumococo mais
prevalentes no mundo. Aprovada em mais de 120 países, Prevenar 13 é
indicada para crianças e adolescentes de 2 meses a 17 anos de idade, bem como
para adultos com 50 anos ou mais.
PFIZER
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