Estimativa dos organizadores é que durante os Jogos sejam
geradas 3,5 mil toneladas de materiais recicláveis
Os resíduos gerados pelos participantes
dos Jogos Olímpicos e Paralimpícos 2016 já tem destino certo. 240 catadores
serão responsáveis pela triagem de material reciclável, que será encaminhado às
cooperativas de todo o estado. A iniciativa faz parte do Projeto “Reciclagem
Inclusiva: Catadores nos Jogos Rio 2016”, lançado nesta sexta-feira (29 de
julho), na sede da cooperativa Ecoponto, no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo o secretário Nacional da Economia
Solidária do Ministério do Trabalho, Natalino Oldakolski, o modelo brasileiro
de transformar a catação em trabalho e renda é exemplo para o mundo. “Os
catadores já atuaram, com sucesso, na Copa do Mundo de 2014. Essas iniciativas,
que contam com recursos do Ministério do Trabalho, tem o propósito de alcançar
pessoas que desenvolvem alternativas de renda e trabalho que muitas vezes não
são reconhecidas”.
A estimativa dos organizadores é que
durante os jogos sejam geradas cerca de 3,5 mil toneladas de materiais
recicláveis e a orientação é que 100% seja coletado e encaminhado para
reciclagem. Os catadores farão ainda um trabalho de educação ambiental com os
visitantes sobre separação de resíduos e reciclagem. A atuação acontecerá em
três áreas da competição: Deodoro, Barra da Tijuca e Maracanã.
O trabalho será executado por 240
catadores, e mais 60 de reserva, das redes Movimento, Recicla Rio e Federação
das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis (Febracom) e suas
cooperativas filiadas. Todos os trabalhadores participaram das capacitações e
receberam uniformes especiais e equipamentos de proteção individual (EPIs).
Além dos envolvidos na iniciativa serem remunerados durante a ação, todo o
material reciclável será destinado às associações e cooperativas selecionadas.
O projeto conta com recursos do Ministério
do Trabalho, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, a Rio 2016 e o
governo do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Estadual do Ambiente, e
empresas da iniciativa privada. Além da parceria que viabilizou a iniciativa no
Rio de Janeiro, estão previstas novos acordos com atores locais para a
implementação da coleta seletiva nas demais cidades que sediarão as competições
de futebol masculino e feminino: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador
e Manaus.
Inclusão – Claudete Costa é
catadora de material reciclado desde os 11 anos. A sobrevivente da Chacina da
Candelária (Rio, 1993) tem na Economia Solidária o seu sustento. Hoje,
com 25 anos e três filhos, é presidente da cooperativa Ecoponto Brasil e
representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis do
estado do Rio de Janeiro.
“Essa iniciativa nos jogos representa uma
força e uma valorização do nosso trabalho. A reciclagem já faz parte do nosso
dia a dia. Mas, no contato com o público durante as competições poderemos
mostrar a importância da participação de cada um, num processo que ajuda o meio
ambiente, os catadores e ainda gera economia de recursos”, explica.
Claudete conta, com orgulho, que construiu
toda a sua vida e criou seus filhos como catadora. “Devo muito a esse trabalho.
A reciclagem inclusiva abre muito mais portas do que as pessoas imaginam. Estou
animada com esse contato com os atletas e com um público tão diverso”, afirma.
*Com informações da Assessoria de
Comunicação do Ministério do Meio Ambiente
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