Apesar de estar em
alta, dúvidas sobre a combinação de realidades na nova tecnologia gera maioria
de comentários negativos pelos consumidores. Setor de moda foi o mais engajado
nas redes em relação à nova tecnologia desde a sua aparição na última edição da
Fashion Week, em março de 2022
Muito se fala sobre o Metaverso nas redes sociais e
plataformas de mídia atualmente. A tendência é que toda atividade se transforme
em entretenimento por meio dessa tecnologia, que deve amplificar a experiência
digital, espelhando o mundo real no ambiente virtual. O tema suscitou debates
na web ao longo dos últimos dois anos, alcançando 2300% mais menções a partir
de outubro de 2021, quando o Facebook se apresentou ao mercado como Meta.
Entretanto, ainda há muitas dúvidas sobre o que essa combinação de realidades
pode representar.
Os números foram registrados pela Comscore, parceira reconhecida para planejamento,
transações e avaliação de mídia em diferentes plataformas, que elencou os
destaques a respeito do novo mundo virtual na América Latina. O relatório da
companhia indica que, entre março de 2020 e março de 2022, o México liderou o
número de menções sobre o Metaverso (27%) na região, em seguida estiveram o
Brasil (22%), Argentina (19%), Colômbia (11%), Chile (11%) e Peru (5%).
Ao analisar mais de 350 tópicos diferentes
relacionados ao Metaverso, a Comscore também elencou os assuntos que geraram
mais de 92% das publicações sobre o tema nas redes sociais nestes dois anos:
mais de 39% trazem referência ao Facebook/Meta, 17% são sobre o uso da
realidade virtual, 15% estão relacionados a empresas e negócios e 11% aos NFTs
(Tokens Não Fungíveis). Em relação ao tom dos comentários sobre a tecnologia,
39% ainda são negativos.
“Graças à tecnologia de realidade aumentada e
realidade virtual, o Metaverso é um lugar que torna possível melhorar a
experiência online, desde as atividades de compras até encontros com os amigos,
ou mesmo na forma de transações com ativos digitais e NFTs. É por isso que as
conversas sobre o tema giram em torno de múltiplas variáveis que contemplam e
tornam possível a sua existência. Contudo, devido a dúvidas e incertezas que
instigam os consumidores, apenas 24% dos comentários nas redes em relação ao
Metaverso são positivos”, relata Ingrid Veronesi, diretora sênior da Comscore
para Brasil.
Participação das indústrias nas conversas sobre o
Metaverso
O infográfico da Comscore mostra, ainda, quem são
os setores mais engajados com a tecnologia na região e descobriu que Moda
aparece em primeiro lugar. O grande volume de menções na categoria se deve ao
fato de que, em março de 2022, ocorreu a primeira edição do Metaverso na
Fashion Week, com desfiles programados com a ajuda da plataforma de realidade
virtual Decentraland. Neste período, a Comscore registrou 1.134 menções sobre o
Metaverso nas redes, atreladas principalmente às marcas participantes do
evento.
Outros setores que também se engajaram ao Metaverso
nas plataformas digitais foram: automotivo, bebidas, mídia, artes e bens
imobiliários.
Metaverso na prática
Apesar de ter tomado as redes apenas recentemente,
algumas empresas já apostam no Metaverso como estratégia de negócios. Em 2014,
o Facebook adquiriu a empresa Oculus, de óculos de realidade virtual. Desde
então, implantou múltiplas iniciativas destinadas a criar um mundo virtual e,
em 2021, mudou seu nome para META.
No Google, o foco de curto prazo da companhia
parece estar ligado à realidade aumentada, uma vez que a empresa ainda não
encontrou uma saída satisfatória para o assunto - especialmente após sua última
grande falha neste campo com os óculos de papelão e a plataforma Daydream View
VR.
A Epic Games tem os jogos Fortnite, Minecraft e
Roblox como alguns dos mais populares nos últimos anos, que permitem construir
mundos virtuais. Em 2021, a companhia anunciou que irá levantar fundos para
desenvolver a narrativa metaverso em seus títulos. A Microsoft, por sua vez,
tem os óculos HoloLens 2 como um de seus elementos centrais. Além disso, em
2021, a empresa estreou o Microsoft Mesh, um software de realidade mista que
permite conexão virtual.
“O Metaverso certamente dominará as novas
interações entre marcas e consumidores. Mesmo trazendo muitos questionamentos a
respeito do futuro social e das relações humanas, essa inovação envolve uma
ampliação da conexão entre pessoas, representadas por seus avatares, por meio
da tecnologia. Essa crescente fusão entre real e virtual deve transformar
completamente nossos hábitos de consumo”, conclui Ingrid.
Mais detalhes sobre o levantamento da Comscore
podem ser acessados em: https://www.comscore.com/Insights/Infographics/Escucha-social-sobre-el-Metaverso-en-Latinoamerica