O uso de hormônios femininos, sejam anticoncepcionais ou reposições hormonais orais, são fatores de risco para a incidência de trombose, doença silenciosa que se manifesta quando ocorre a formação de coágulos potencialmente fatais nas artérias ou veias. Isso é mais frequente em pessoas que têm trombofilia, ou seja, mais propensão a formar esses coágulos. A incidência de trombose em mulheres que usam esses medicamentos orais é de 5 mil casos para cada 1 milhão.
O hematologista, patologista clínico e diretor do
Laboratório São Paulo, Daniel Ribeiro, afirma que antes de usar
anticoncepcionais e fazer a reposição hormonal, a mulher deve ficar atenta ao
histórico de saúde da família e fazer uma investigação da sua condição. De
acordo com ele, é importante investigar todas as possibilidades, que podem ser
feitas por meio de exames laboratoriais para descobrir o risco da utilização
desses medicamentos.
“Há forma de fazer a reposição hormonal e de uso
de anticoncepcional que não estão associadas ao aumento de risco, mas é
importante ter a orientação de um especialista médico para evitar a
possibilidade da trombose. Os medicamentos são importantes para as mulheres,
mas elas não devem utilizá-los sem a orientação médica”, explica o diretor do
Laboratório São Paulo.
Daniel Ribeiro acrescenta que a Covid-19 surgiu
como mais um fator de risco de trombose e, para quem usa anticoncepcional e faz
reposição hormonal, ficou ainda mais importante fazer o acompanhamento desses
pacientes. “Não há indicação de suspender os medicamentos, caso a pessoa tenha
a Covid-19, mas é fundamental realizar exames e prevenir o desenvolvimento da
trombose. O médico hematologista afirma que é alto o índice de pessoas com
trombose que têm casos graves da Covid-19. “A incidência de trombose nos pacientes
que estão em CTI é de 20% a 30%. Ter Covid grave traz muito riscos de ter
trombose”, acrescenta.
Estudo Inglês
Um estudo da Universidade de Nottingham, na
Inglaterra, publicado em 2019, mostrou que a reposição hormonal oral oferece
risco 58% maior para as mulheres desenvolverem a trombose venosa. Ainda de
acordo com a mesma pesquisa, quando o tratamento é feito sem a ingestão oral,
mas com adesivo ou gel na pele, não foi registrado aumento de casos de
trombose.
A conclusão do estudo mostra que: “O tratamento
transdérmico (adesivo ou gel na pele) foi o tipo mais seguro de terapia de
reposição hormonal quando se avaliou o risco de tromboembolismo venoso. O
tratamento transdérmico parece ser subutilizado, com a esmagadora preferência
ainda por preparações orais.” A pesquisa da universidade britânica foi
realizada com 80.396 mulheres de 40 a 79 anos com diagnóstico primário de
tromboembolismo venoso entre 1998 e 2017.
Os sinais e sintomas da trombose também devem ser
observados e buscar o tratamento médico no caso da manifestação. Entre eles,
estão: dor ou desconforto na panturrilha ou coxa, aumento da temperatura e
inchaço da perna, pés ou tornozelos, vermelhidão e/ou palidez, sensações e/ou
falta de ar, dor no peito (que pode piorar com a inspiração), taquicardia,
Tontura e/ou desmaios.
Laboratório São Paulo
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