Estudos e especialistas destacam a necessidade de mais atenção com a saúde preventiva
O número de pessoas com mais de 60
anos no Brasil, já supera o de crianças com menos de 9 anos, o que corresponde
a 17% da população. A expectativa de vida do brasileiro está em 72 anos para os
homens e 79 para mulheres (IBGE) e, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia (SBGG), os hábitos de vida são os principais fatores
que influenciam no envelhecimento (60%), seguidos da genética e fatores
ambientais (20% cada). No próximo sábado, 1o de outubro, comemora-se o Dia
Mundial do Idoso, parcela da população que deve chegar a 30% até 2055. Mas,
embora estejamos vivendo mais, será que estamos mesmo vivendo melhor? Estudos
mostram que estamos mais ativos e funcionais, mas com mais doenças crônicas e
mentais. Especialistas destacam a importância de cuidar de diversos aspectos da
vida e da saúde de forma preventiva, bem antes de a maturidade chegar.
“Sempre foi mais comum tratar da
doença que da saúde. As pessoas só procuravam um médico quando já estavam
adoecidas”, lembra a geriatra Márcia Umbelino. “Depois
do covid, as pessoas passaram a se preocupar mais com a prevenção, o que
resultou num aumento da busca por tratamentos para melhorar a imunidade,
prevenir doenças crônicas e outros males comuns da maturidade”, destaca a
especialista em medicina preventiva e integrativa.
Segundo estudos, a capacidade
funcional de pessoas de 75 a 80 anos é melhor hoje do que a de idosos na mesma
faixa etária de três décadas atrás. “Força muscular, velocidade de
caminhada, velocidade de reação, fluência verbal, raciocínio e memória de
trabalho dos idosos são melhores atualmente. Mas tivemos um aumento
significativo de doenças crônicas e mentais. Então, podemos dizer que estamos
vivendo mais e controlando os sintomas de forma mais eficaz, mas será que
podemos dizer que estamos vivendo melhor?”, questiona Márcia.
OMS comprova: temos mais anos de vida
com menos saúde
De acordo com dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), doenças como câncer, diabetes, AVC, alzheimer e
outras formas de demência, além de problemas respiratórios e cardiovasculares
são as sete principais causas de morte no mundo. As estimativas confirmam ainda
a tendência de crescimento da longevidade: em 2019, as pessoas viveram seis
anos mais do que em 2000, com uma média global de mais de 73 anos em 2019 em
comparação com quase 67 no ano 2000. Mas, em média, apenas cinco de esses anos
adicionais foram vividos com boa saúde.
“Na verdade, a incapacidade está
aumentando. Porque essas doenças são as responsáveis pelo maior número de anos
de vida saudáveis perdidos”, comenta Márcia. “E, na maioria dos casos,
poderiam ser prevenidas ou tratadas”.
Mobilidade e manutenção do peso
A manutenção da mobilidade é outro
ponto importante que interfere no envelhecimento saudável. Segundo o ortopedista
André Perin Shecaira,
alguns dos primeiros sinais visíveis do envelhecimento podem ser mudanças na
postura e na maneira de andar, assim como a fadiga e fraqueza geral fazendo
tarefas simples e cotidianas e que podem impactar na independência do
indivíduo. “O envelhecimento afeta a massa muscular e a força, densidade óssea,
e pode fazer com que as articulações fiquem mais rígidas e menos flexíveis
devido à redução da espessura da cartilagem”, explica o médico que reforça a
necessidade de exercícios físicos combinada com gerenciamento de peso e uma
dieta equilibrada saudável para prevenir esses problemas. “Vale ressaltar que
doenças comuns do envelhecimento, como artrites, artroses, deformidades nos pés
e distúrbios na coluna são tratáveis, mas é importante procurar um ortopedista
no início dos sintomas. Muitas vezes, bem antes dos 60 anos!”, destaca André
Perin.
A nutricionista Carolina
Trigo, da rede Emporium da Beleza, destaca a
importância de manter um peso saudável ao longo de toda a vida. “Na terceira
idade o processo de emagrecimento costuma ser mais penoso, pois o metabolismo
está mais lento. Além disso, o sobrepeso compromete a saúde e a mobilidade em
qualquer fase da vida, muitas vezes de forma irreversível”, ressalta Carolina.
Já na maturidade, a ingestão de
nutrientes adequados é importante para o manter o bom funcionamento do
organismo, manutenção da imunidade, prevenção de doenças e suporte para
músculos, ossos e cartilagem. “Os idosos têm necessidades específicas como
maior ingestão de vitaminas, fibras e proteínas, por isso, é importante o
acompanhamento com uma nutricionista”, comenta a nutricionista, que acompanha
de forma online mais de xx pessoas que buscam os protocolos de emagrecimento
que combinam nutrição e tratamentos corporais nas mais de xx clínicas da rede Emporium da
Beleza espalhadas pelo Brasil. “Envelhecer não é motivo para
deixar de se cuidar!”, completa Carolina Trigo.
Saúde mental não pode ser deixada de
lado
A importância da saúde mental é outro fator destacado por médicos de todas as especialidades. É preciso estar mais atento ao próprio corpo, mas também é importante cuidar de outras áreas da vida. A manutenção do estresse, hábitos do cotidiano, vida social e intelectual, tudo isso influencia no envelhecimento, garantem especialistas. De acordo com a psicóloga Flávia Freitas, a perda do papel social, afastamento da família, falecimento do cônjuge, são algumas questões que costumam levar o idoso à depressão, distúrbio psicológico mais comum depois dos 60.
Em vez de tristeza e apatia, no
entanto, o idoso pode apresentar sintomas físicos como dores crônicas, distúrbios
intestinais, alterações no sono, tonturas, dentre outros. “É importante ter em mente que
envelhecer é um processo natural para todos os seres humanos, e que as mudanças
no nosso organismo após os 50 são necessárias, devendo ser aceitas e
entendidas. Mas temos que buscar uma vida plena até os últimos dias da nossa
existência. O problema é que
poucos buscam um tratamento integrativo e isso é muito importante”, destaca Flávia.
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