Especialista da
Rede de Hospitais São Camilo de SP dá dicas para manter uma rotina saudável
As doenças cardiovasculares são aquelas que atingem
o coração e os vasos sanguíneos. Normalmente, o seu desenvolvimento se dá a
partir de predisposição genética ou por hábitos do dia a dia, que acabam por
contribuir de forma negativa na saúde do coração.
De acordo com a Sociedade Brasileira de
Cardiologia, até o presente momento (21/09), foram contabilizados mais de 290
mil mortes de brasileiros, decorrentes de alguma doença cardíaca. Ainda segundo
a entidade, todos os dias mais de 1.100 pessoas morrem no país, ou seja, cerca
de 46 óbitos por hora.
Sabe-se que as doenças cardiovasculares ainda são
uma das principais causas de morte no Brasil. O Ministério da Saúde estima que,
até 2040, haverá um aumento de até 250% destes eventos. Mas, apesar das
estatísticas, é possível que pessoas cardíacas busquem maneiras de melhorar
suas vidas.
“O ideal é que os pacientes cardíacos busquem
maneiras para reforçar a qualidade de vida no seu entorno. Na maioria das
vezes, é possível atingi-la a partir de práticas diárias e deixando maus
hábitos de lado”, afirma Dra. Sueli Vieira Santos, cardiologista da Rede de
Hospitais São Camilo de São Paulo.
Para ajudar o coração, a cardiologista dá algumas
dicas:
Fumar: A médica afirma que o cigarro
é a principal causa de morte evitável no mundo e, no caso dos cardíacos, é
recomendado ficar distante deste tipo de vício. “Além de afetar os pulmões e
colaborar com o aparecimento do câncer, o cigarro também é um grande vilão para
o coração e pode influenciar diretamente nas doenças cardiovasculares. O tabaco
endurece a camada interna dos vasos sanguíneos, fazendo com que o sangue
circule mais devagar e aumentando o trabalho do coração”, relata.
Bebidas alcoólicas: O álcool
quando ingerido em pequenas quantidades, pode prevenir doenças cardiovasculares.
Mas se o paciente já apresenta alguma doença, essa proteção não ocorre. “Isso
não vale para essa condição, pois pode levar ao aumento da pressão arterial,
descontrolar ainda mais a hipertensão, colaborar para a descompensação clínica
da insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral”.
Exercícios físicos: A prática
de exercícios físicos também é uma grande aliada, sendo uma das mais
recomendadas para evitar complicações de saúde. “Exercitar-se é a melhor
maneira de evitar doenças cardíacas. A tão corriqueira caminhada já é o
suficiente. Utilizar 30 minutos do dia já é uma boa ação para o coração”,
enfatiza a médica.
Alimentação: Ter uma boa
alimentação é de extrema importância. Recomenda-se evitar o excesso de sal,
gorduras, doces e ultraprocessados. “A alimentação é essencial. Existem estudos
atuais que afirmam que, mesmo em pacientes com quimioterapia, só a reeducação
alimentar já é o suficiente para reduzir o tumor. Imagine, então, para o
coração, como essa ação pode ajudar. Uma alimentação sem gorduras, frituras e
doces controla o colesterol, além de diminuir o peso e a inflamação que uma
possível obesidade pode acarretar”, complementa Dra. Sueli.
Cuidado com o peso: Aliado a
uma boa alimentação, está o cuidado com o peso, pois o seu excesso pode
prejudicar o organismo de diferentes formas. A cardiologista relata que o
aumento de peso acarreta diabetes, taxa de ácido úrico elevada, descontrole dos
níveis de pressão arterial, do colesterol e triglicérides (dislipidemia).
Trabalho: O trabalho também entra nos
pilares de qualidade de vida, já que pode trazer prazer, bem-estar ou aumentar
o estresse. “O estresse, com certeza, é o maior vilão do século e, muitas
vezes, pode descompensar o corpo. Por isso, o indicado é que essa questão
também seja aprimorada da melhor forma. Além disso, no período de trabalho, é
indicado nutrir o hábito de consumir água e levantar sempre que possível, para
não se manter por muito tempo estático na mesma posição”.
Vida sexual: E quando o
assunto é qualidade de vida, a questão sexualidade também é relevante. “Os
pacientes cardíacos têm medo de um evento fatal durante o ato sexual, isso
porque é uma atividade em que se pode alterar a pressão e a elevação dos
batimentos cardíacos. Mas, assim como no exercício físico, se o paciente é de
alto risco, ele tem que se atentar a sinais como tontura, visão turva ou dor
precordial e interromper o ato. Mas, no geral, pacientes bem controlados não
precisam ter receio da prática.”
Além disso, é recomendado que o paciente cardíaco
tenha acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Com o apoio de
cardiologistas, psicólogos, nutricionistas, entre outros profissionais, é
possível manter uma rotina ainda mais equilibrada.
Hospital São Camilo
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