Lidar com uma
pessoa que possui a Doença de Alzheimer não é tarefa fácil e precisa de muito
cuidado. Muitos cuidadores iniciam o processo de cuidar sem nenhum conhecimento
sobre como lidar adequadamente com os desafios e tarefas desta função.
Além de saber mais
sobre a doença, de aceitá-la, e de realmente compreender que a pessoa não é a
demência, existem estratégias que podem ser usadas para gerenciar os sintomas
para reduzir o sofrimento que quem vive com demência e seus familiares
cuidadores podem vir a sentir.
O cuidador precisa
estar preparado para lidar com vários desafios que a doença pode ocasionar na
vida dos familiares, do indivíduo e do próprio cuidador, como o cansaço físico
e mental. É importante que o cuidador esteja treinado para estimular a
autonomia e independência da pessoa com demência e que seja qual for o ambiente
em que ela está inserida, é preciso acompanhar o seu desenvolvimento e auxiliar
para que não haja acidentes, auxiliando nesses processos, mas sempre
estimulando o indivíduo ao menos tentar realizar as tarefas, para que sua
independência possa ser mantida ou prolongada.
A perda da memória,
confusões e dificuldades para fazer as tarefas do dia a dia exigem paciência e
criatividade da pessoa que cuida em lidar com tudo isso. De acordo com a
professora - doutora e assessora científica do Método SUPERA - Ginástica para o
cérebro, Thaís Bento Lima, é muito importante evitar confrontar a pessoa que
está passando por essas dificuldades, já que para ela isso pode ser tão
frustrante e aterrorizante quanto para a pessoa que cuida. “É necessário que a
pessoa que vive com demência tenha uma rotina com a qual ela se sente
confortável, e que ela possa ter mais autocontrole possível do seu ambiente,
fazendo as coisas que lhe dá prazer e que ajudam a manter a sua autoestima,
podendo evitar o sofrimento da pessoa”, ressalta.
Thaís Bento Lima,
assessora científica do Método SUPERA - Ginástica para o cérebro alerta ainda
para a importância de buscar conhecimento e informações de qualidade que possam
dar suporte aos cuidados. “Isso oferece melhores condições da pessoa que cuida
de lidar com a doença, a apoiar o seu familiar, e a gerenciar a própria vida de
maneira mais equilibrada”, afirma.
Confira
algumas dicas básicas na rotina de cuidadores e de pessoas com o diagnóstico de
demência:
- A pessoa idosa
com diagnóstico de demência não é uma criança que perdeu a sua capacidade. Não
deve ser tratada de forma infantilizada, ainda que necessite de cuidados
supervisionados. A pessoa pode estar doente, mas a doença é apenas uma parte da
vida dela. Não podemos reduzir a pessoa ao diagnóstico;
- Mantenha a sua
rotina o mais normal possível, mantendo hábitos que ela goste, como passear, ir
ao cinema, estimulando ao máximo a sua participação;
- Colocar a pessoa
com diagnóstico de demência em contato com animais e crianças, para estimular a
interação social;
- Ter paciência.
Se você acha difícil cuidar, pense se não seria mais difícil ser cuidado. Trate
o outro como gostaria de ser tratado;
- Mostre gravuras,
revistas e fotos que o agradem;
- Caso ele goste,
coloque músicas para ouvir;
- Realize
atividades físicas leves ou moderadas, desde que não haja nenhuma
contraindicação por problemas de saúde física;
- Tente introduzir
em seu dia a dia atividades manuais e exercícios mentais, como ler, jogar e
pintar;
- Encoraje
atividades domésticas simples como varrer ou tirar o pó, pois irão gerar no
indivíduo um sentimento agradável de participação e utilidade;
- Facilite e
adapte o ambiente: seja no local do banho – com barras de apoio –, salas e
quartos – com tapetes antiderrapantes – e uma boa iluminação.
- Busque
aconselhamento com profissionais capacitados que poderão avaliar e indicar
quais atividades poderão ser executadas pela pessoa segundo as limitações
físicas ou mentais apresentadas.
Todas essas dicas,
ajudam a melhorar a qualidade de vida da pessoa com a Doença de Alzheimer, pois
o tratamento de doenças neurológicas, para ter melhores respostas, envolve
tanto o tratamento farmacológico quanto o não farmacológico.
Para a
gerontóloga, conhecer a história de vida da pessoa com a Doença de Alzheimer e
suas potencialidades é essencial. “Ao saber de suas preferências, é
interessante propor atividades prazerosas que irão repercutir em uma melhora de
sua qualidade de vida. Momentos e trocas com os amigos, familiares e o
engajamento podem ajudar a acalmar e proporcionar o bem-estar psicológico da
pessoa, assim como receber carinho, afeto e gestos de amor, em momentos em que
o indivíduo apresentar alterações de comportamento, como agitação,
irritabilidade e confusão mental, que são as alterações comportamentais mais
frequentes no processo”, frisa Thaís Bento, assessora científica do Método
SUPERA - Ginástica para o cérebro.
Para ela,
colocar-se no lugar da pessoa é fundamental para que o cuidador possa ter mais
paciência e empatia com o que ela está passando, ajudando a promover uma
relação de mais carinho e compaixão.
No decorrer do
tempo, pode ficar cada vez mais difícil para as outras pessoas identificarem a
personalidade e identidade de quem vive com demência por traz da doença.
Segundo a gerontóloga, a pessoa que vive com a Doença de Alzheimer ainda tem a
sua identidade, seus desejos, sentimos e preferências apesar da sua doença. “O
que muda é a sua capacidade de comunicar e a nossa de compreender tudo isso. E
ela, vai dependendo cada vez mais de nós para mantermos o seu valor e
identidade vivos perante o mundo”, completa.
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