A automedicação
tem se tornado muito comum entre os brasileiros, desde medicamentos para dores
até remédios para classificados como psicotrópicos, que são usados em
tratamento de doenças mentais como o transtorno bipolar, ansiedade,
esquizofrenia, depressão, entre outros. O termo psicotrópico é formado
pela junção das palavras psyché, que quer dizer mente, e tropos, que significa
atração.
Esses medicamentos
também são chamados de psicofármacos ou fármacos psicoativos. O objetivo deles
é agir de forma positiva e programada, nos processos mentais, nas percepções,
nas emoções e nos comportamentos, minimizando distúrbios e condições
patológicas. Porém, o grande problema que isso pode acarretar são os efeitos
colaterais, quando utilizados de maneira incorreta.
Muitas pessoas por
receio ou preconceito de irem ao psiquiatra estão cada vez mais buscando
informações falsas sobre a indicação de medicamentos tarja preta e os usando de
maneira indevida. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), no Brasil são vendidas 123 mil caixas de remédios tarja preta por
dia. Isso demonstra a alta taxa do consumo desses medicamentos no País.
Mas a preocupação
com o uso excessivo desses medicamentos vai além da saúde física já que que
eles podem comprometer a saúde mental de maneira grave. De acordo com matéria
publicada na revista Galileu, “um estudo realizado com idosos no Reino Unido
concluiu que o uso prolongado de medicamentos anticolinérgicos, tipo de medicamento
usados no controle de espasmos e outros movimentos musculares involuntários, o
que inclui remédios contra depressão, epilepsia e Parkinson, podem influenciar
casos de demência”.
Os danos que um
remédio pode oferecer aos pacientes são classificados visualmente pelas tarjas.
A cor preta indica que o medicamento é capaz de acarretar sérios riscos à
saúde, incluindo dependência física e psíquica, sem contar a tolerância. Esses
medicamentos agem no sistema nervoso central e causam efeito sedativo.
De acordo com a
psicóloga do Sesc e Senac, Débora Simão, os medicamentos psicotrópicos atuam
diretamente no sistema nervoso central e podem causar dependência. “Se não
usados conforme a indicação médica e o tratamento adequado, esses medicamentos
podem causar sérios danos à saúde”, reforça.
Ela explica que
esses remédios provocam alterações no humor, no sono e na cognição, já que
dificultam a concentração e agem na vida da pessoa como um todo. “Por isso é
importante seguir o tratamento específico pra cada ser e não buscar informações
errôneas na internet ou de familiares e amigos”, alerta.
De acordo com o
enfermeiro e instrutor do Senac Goiás, Vitor Hugo Pereira, “o abuso desses
medicamentos pode causar sonolência, visão dupla, fala arrastada, tremores e
boca seca. A longo prazo eles prejudicam a atividade psicomotora podendo causar
alterações na memória e também a demência”, adverte.
Confira a
entrevista completa clicando
aqui.
Ele ainda explica que o indivíduo, acostumado a usar a medicação sem a indicação médica, no momento da falta do remédio pode sofrer com a abstinência, fazendo com que ele busque outras substâncias similares, trazendo sério agravo à saúde.
O enfermeiro aconselha que a procura de
um profissional da saúde habilitado para receitar os medicamentos é
indispensável ao menor sintoma de doenças como a ansiedade, depressão, pânico.
“A prevenção é o melhor caminho”, ressalta.
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