Especialistas da SBACV-SP reforçam a necessidade de informar a população sobre a doença e o diagnóstico correto devido à gravidade e aumento de casos nos últimos anos
Durante os dias 10 a 16 de outubro, a Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo
(SBACV-SP), com o apoio da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia
Vascular Nacional (SBACV), realizará a Semana da Trombose, doença que está
entre as principais causas de morte, ficando atrás apenas do infarto Agudo do
Miocárdio e do Acidente Vascular Cerebral. A iniciativa faz parte da campanha
#canceleatrombose, uma ação de cidadania que objetiva “cancelar” a Trombose e
alertar a população sobre os cuidados e formas de prevenção da doença.
Em outubro, a Semana da Trombose contará com ações
como:
- Dia
12, às 9h: Corrida no Parque Ibirapuera com um percurso de cinco
quilômetros, onde poderão participar tanto os médicos quanto o público que
estiver no local;
- Dia
13, das 20h às 21h: SPeciaLives: a transmissão abordará o tema “A
importância dos dados epidemiológicos e da conscientização no
Tromboembolismo Venoso”, com as participações dos cirurgiões vasculares
Thiago Melo e Marcelo Calil Burihan;
- Dia
15, das 8h30 às 17h30: SPecializando II - Interfaces no Tromboembolismo
Venoso, masterclass multidisciplinar para médicos, na Associação Paulista
de Medicina (APM);
- Dia 16,
das 9h às 14h: 16º Dia Vascular e o 7º Dia da Trombose (ação social), no
Parque Villa-Lobos, onde haverá atendimento à população pelos cirurgiões
vasculares da SBACV-SP, com aferição de pressão arterial, exame físico,
exame de Doppler e orientações com questionários na Anamnese.
Também serão realizadas ações sociais com o apoio
do Metrô de São Paulo, nas estações de metrô e CPTM, com atores caracterizados
como trombos, que irão distribuir panfletos com orientações sobre a doença.
- Dia
13, das 10h às 16h, na estação da Luz (Linha 4 – Amarela) e Carapicuíba
(Linha 8 – Diamante);
- Dia
14, das 10h às 16h, na estação Capão Redondo (Linha 5 - Lilás) e Pinheiros
(Linha 9 - Esmeralda).
Como parte da iniciativa, em atenção ao Dia Mundial
da Trombose (instituído em 13 de outubro), haverá também a iluminação de vários
pontos turísticos de São Paulo nas cores azul e vermelho (escolhidas por
representarem em livros médicos as veias do corpo humano em azul, e as artérias
em vermelho):
- Ponte
Estaiada Otávio Frias de Oliveira (de 10 a 16)
- Biblioteca
Mário de Andrade (de 10 a 16)
- Pateo
do Collegio (de 10 a 16)
- Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) (dias 12, 13, 14)
- Instituto
Dante Pazzanese de Cardiologia (13)
- Fachada
do Palácio do Governo do Estado de São Paulo (13)
- Painel
da FIESP – Vídeo com projeção (13)
A Trombose
A Trombose Venosa Profunda (TVP) atinge de uma a
duas pessoas a cada mil habitantes no mundo. O Dia Mundial da Trombose busca
conscientizar a população a respeito da doença que, se não for tratada a tempo,
pode resultar em óbito, e representa a terceira causa de mortalidade
cardiovascular, e a principal causa de morte evitável intra-hospitalar. No
Brasil, segundo dados do Data-SUS, ocorreram 6.527 internações em 2021, número
muito baixo considerando-se que nos EUA ocorrem, em média, 600 mil internações
anualmente, e que no Brasil sete em cada 10 pacientes dependem do SUS.
Esses dados são preocupantes, pois demonstram que faltam dados epidemiológicos
confiáveis no país, e a doença pode estar sendo subnotificada.
A TVP se caracteriza pela formação de um coágulo,
mais frequentemente nas veias das pernas e pelve, que pode interromper o
retorno do fluxo sanguíneo ao coração. Quando o trombo se desprende e se desloca
até o pulmão, ocorre a embolia pulmonar (TEP), que dificulta a oxigenação e
sobrecarrega o coração. “Quando o trombo é muito volumoso, o coração tem
dificuldade de bombear o sangue pela artéria pulmonar, pode se dilatar, ocorrer
arritmia, causar um infarto agudo e até a parada cardiorrespiratória”, explica
o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular –
Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Fabio H. Rossi.
Causas, fatores de risco e
tratamento
O desenvolvimento da doença está relacionado à
falta de movimentação dos membros inferiores, muito comum em ambientes de
trabalho, longas viagens, em indivíduos sedentários e nas doenças que exigem
internação. Um dos principais fatores de risco é a internação hospitalar, pois
o período pós-operatório, sobretudo em cirurgias de grande porte, e no
pós-parto, o risco pode aumentar em até 100 vezes. “Sabemos que 10% das mortes
intra-hospitalares ocorrem por embolia pulmonar. Os pacientes internados em UTI
que evoluem para TEP podem progredir ao óbito em até 50% dos casos. A
necessidade de suporte ventilatório mecânico e de sedação endovenosa podem
mascarar os sintomas, dificultar o diagnóstico e postergar o tratamento”,
declara Dr. Rossi.
Outros fatores de risco são o hábito do tabagismo e
o consumo de anticoncepcionais. As pílulas possuem hormônios femininos -
estrógenos e progestágenos - em altas doses, que provocam alterações nas
paredes internas das veias e tornam a mulher mais propensa à trombose. A
gravidade da doença aumenta quando o indivíduo possui predisposição genética,
também chamada de trombofilia, e nos idosos. Outras causas da trombose são:
gravidez, insuficiência cardíaca, obesidade, sedentarismo, varizes e câncer.
Profissionais de saúde também apontam a relação da
Covid-19 com o aumento de casos de trombose. Um estudo (site) realizado na
Suécia, divulgado pela revista especializada British Medical Journal (BMJ),
revelou que uma pessoa que foi infectada pelo coronavírus tem maior chance de
desenvolver um coágulo sanguíneo grave, que pode ocorrer em até seis meses após
o período agudo da doença. Em estudo de revisão sistemática, verificou-se que
7% dos pacientes internados em enfermaria e 31% em UTI, com diagnóstico de
Covid-19, desenvolveram o tromboembolismo venoso. (J Vasc Surg Lymphatic Venous
did 2022 9(21): 289-298)
Os sintomas mais comuns da Trombose Venosa Profunda
são edema, inchaço, dor, rigidez e vermelhidão no membro inferior acometido. Em
casos em que a condição já evoluiu para embolia pulmonar, o paciente apresenta
dor torácica, falta de ar, aumento da frequência cardíaca e respiratória
(taquicardia) e até mesmo escarro com sangue.
O tratamento da TVP envolve a sua prevenção ou
profilaxia, que é feita pela administração de baixas doses de anticoagulante, e
nos casos em que é confirmado o seu diagnóstico, que em geral é feito com
ultrassom, de forma minimamente invasiva, em consultório, utiliza-se doses mais
altas para evitar a progressão, formação de novos trombos e a embolia pulmonar.
Nos casos mais graves, o profissional pode avaliar a necessidade de um
procedimento para a aspiração do trombo, feito por técnicas de cateterismo.
Como prevenir a doença
Manter-se saudável e em movimento é essencial para
evitar o surgimento da doença. Praticar exercícios físicos regularmente, evitar
permanecer na mesma posição - seja em pé ou sentado - por períodos extensos,
utilizar meias compressivas durante viagens e se hidratar são algumas das
recomendações.
A SBACV-SP tem como missão levar informação de
qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações
acesse o site e siga as redes sociais da
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Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia
Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
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