Estação das flores
é conhecida pelo aumento de casos alérgicos; ventilação e limpeza frequente do
ambiente podem diminuir crises
Crises alérgicas se acentuam na primavera e a razão
está na própria natureza. A concentração do pólen das gramíneas no ar durante a
estação pode ser até 10 vezes maior do que nas outras épocas do ano. É essa
poeira invisível que, em contato com as mucosas, causa a reação inflamatória
que atinge olhos, nariz e garganta, fenômeno chamado de “polinose”.
Dados da Associação Brasileira de Alergia e
Imunologia (Asbai) indicam que 22% das crianças do Sul do Brasil possuem
sensibilidade ao pólen e 25% dos adultos da região têm alergia a esses pequenos
grãos, responsáveis pela manutenção da variabilidade genética das espécies.
“A polinose no Sul do país é um agravante para as
doenças respiratórias”, explica o médico Flávio Massao Mizoguchi, do Centro de
Rinite do Hospital IPO. “As manhãs mais secas da primavera são as piores para
quem sofre de rinite, sinusite e asma, porque é quando há mais pólen espalhado
pelo ar”.
A doença pode ser constatada pelos sintomas
característicos: espirros; olhos e nariz irritados; coceira no nariz, garganta
e olhos; tosse frequente; e coriza. O autodiagnóstico e automedicação, contudo,
não são indicados. O recomendado é sempre consultar um médico especialista,
capacitado para identificar corretamente a doença e indicar o melhor
tratamento.
Muito além da polinose
Além da polinose, 30% dos brasileiros têm algum
outro tipo de alergia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A
rinite alérgica, segundo a entidade, pode ser considerada a enfermidade de
maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas — atinge até 25% da
população em todo o mundo — e está entre as 10 razões mais frequentes de
atendimento primário à saúde.
O DATASUS mostra que há 20 milhões de asmáticos no
Brasil, doença que não tem cura, mas pode ser controlada. Trata-se de uma das
enfermidades crônicas mais comuns, que atinge adultos e crianças e é uma das
causas mais significativas de absenteísmo – ausência prolongada e/ou repetida
de colaboradores em empresas – e de faltas escolares.
Já a sinusite afeta uma em cada oito pessoas em
todo o planeta, de acordo com a Academia Americana de Otorrinolaringologia e
Cirurgia de Cabeça e Pescoço (AAO-HNSF, na sigla em inglês) e é a quinta causa
mais frequente de consumo de antibióticos.
Como se prevenir?
Manter as janelas fechadas pela manhã em dias secos
e de muito vento ajuda a diminuir a entrada de pólen em casa. Por isso, é
importante cuidar para que o ambiente interno esteja sempre limpo, livre de
poeira e ácaros, elementos que desencadeiam e intensificam as crises alérgicas.
Para minimizar os efeitos do fenômeno, soro fisiológico para limpar a fossa
nasal e colírio para aliviar irritação nos olhos são recomendados.
Pessoas que possuem graus mais elevados de alergia
podem usar máscaras de proteção, mas é preciso ficar de olho nos modelos.
“Máscaras N95 e PFF2 são as que filtram melhor, mas
podem dificultar a respiração. Já as máscaras sintéticas podem causar alergia
de pele em algumas pessoas”, explica Mizoguchi.
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