Médico ortopedista
explica sobre os benefícios do PRP e como casos de Bursite e Artrite podem ser
tratados com essa tecnologia
A dor constante e, muitas das vezes, incapacitante
é a principal queixa de quem sofre com bursite e osteoartrite. Somente no
Brasil, estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas convivem com a
osteoartrite ou a famosa artrose. Uma média de 6,3% da população adulta,
segundo dados do consórcio Global Burden Disease. Além de somar aproximadamente
7,5% das causas de afastamento médico na Previdência Social.
Apesar de todos os tratamentos com uso de
analgésicos e anti-inflamatórios, e sessões de fisioterapia, o grande desafio
sempre foi deixar de atenuar apenas os sintomas para tratar a causa das dores e
do desconforto. É neste ponto que entra a terapia biológica, que surgiram para
promover uma cicatrização e reparação das lesões, que neste caso são
ortopédicas.
Para o Dr. Layron Alves, ortopedista especialista
em cirurgia do ombro e cotovelo e sócio da Clínica LARC, essa vertente da
medicina é uma das melhores opções de tratamento para pacientes de bursite e
artrose, pois geram uma melhora significativa na qualidade de vida dessas
pessoas, aliviando de forma prolongada a dor e os sintomas.
“No caso da artrose, a doença causa uma degeneração
da cartilagem das articulações. E, já no caso da bursite, acontece uma
inflamação na bursa: uma pequena bolsa que armazena o líquido responsável por
lubrificar a região e reduzir o atrito entre os ossos. Então, se antes os
tratamentos diminuíam os processos inflamatórios e amenizavam as dores, agora
as novas luzes da medicina buscam regenerar as células da cartilagem e dos
tendões, e recuperar a lubrificação local. Assim, além de diminuir os sintomas
é possível impedir o progresso natural da doença”, explicou.
Diferente das terapias medicamentosas onde o
paciente ingere fórmulas sintéticas produzidas em laboratórios, na terapia
biológica o tratamento acontece por meio de células retiradas do próprio
paciente ou de algum doador, que são infiltradas no local lesionado com o
objetivo de promover uma regeneração tecidual. Atualmente, existem técnicas de
terapias com células tronco mesenquimais retiradas da medula óssea e do tecido
adiposo (gordura), além da técnica de PRP – Plasma Rico em Plaquetas.
No tratamento PRP o médico coleta cerca de 20 ml do
sangue do próprio paciente, depois coloca esse material em uma centrífuga que
irá separar as plaquetas do restante do sangue. O plasma reservado, além de ser
rico em glóbulos brancos e vermelhos, é constituído por fatores de crescimento
e proteínas que tem ação anti-inflamatória, analgésica e regenerativa. Nos
casos de artrose e também de bursite, o Dr. Layron explica que o plasma rico em
plaquetas recebe uma quantidade de ácido hialurônico antes de ser administrado
no paciente.
“Quando as articulações são afetadas por doenças
como essas, o paciente tem muita dificuldade de movimentação. A articulação
fica ressecada, rígida e lesionada. Então, quando fazemos a infiltração, que é
realizada diretamente no local da dor, o propósito além de reparar a
constituição da cartilagem é recuperar a viscosidade da articulação
suplementando a quantidade de líquido sinovial que fica dentro da Bursa. E o
ácido hialurônico é um grande aliado nesse processo por ser uma substância
capaz de reter água dentro das células, tanto restabelecendo a viscosidade como
ajudando em toda absorção e resposta do organismo ao plasma”, explica o
especialista.
Os efeitos do PRP podem ser notados logo após a sua
aplicação, porém o resultado final acontece entre o primeiro e segundo mês após
o procedimento. Entre os principais benefícios do tratamento com plasma rico em
plaquetas estão: alívio prolongado das dores e dos sintomas; retardo da
progressão da doença; adiamento de uma possível cirurgia; recuperação mais
rápida e efeitos mais duradouros. Além de ser uma técnica minimamente invasiva
e sem risco de rejeição, já que o material coletado é do próprio paciente.
Dr. Layron Alves - ortopedista e especialista em
tratamento de doenças crônicas degenerativas e em cirurgia do ombro e cotovelo,
membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da
Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC). O especialista é
preceptor efetivo da residência médica do Hospital Ipiranga SP e membro do grupo
de cirurgia do ombro e cotovelo da Faculdade de Medicina do ABC.
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