Celebrado no dia
29 de setembro, o Dia Mundial do Coração tem como objetivo conscientizar a
população quanto à importância dos cuidados com a saúde cardiovascular;
distúrbios do sono podem ser agravantes neste contexto
A Associação
Americana do Coração destaca ainda a qualidade
do
sono como um dos 8 hábitos essenciais para a saúde cardiovascular
Além de necessárias para a saúde no curto prazo,
boas noites de sono são imprescindíveis para o funcionamento do corpo como um
todo. A inconsistência no sono pode causar, entre diversos problemas, doenças e
complicações cardiovasculares. No dia 29 deste mês, é celebrado o Dia Mundial
do Coração e a Vigilantes do Sono
se junta à campanha para falar sobre a importância dos bons hábitos de sono
para a saúde do coração.
Ainda neste contexto, a Associação Americana do
Coração, organização profissional sem fins lucrativos sediada nos Estados
Unidos, que reúne o maior número de especialistas do mundo, destacou neste ano
que o sono deve estar entre os 8 hábitos essenciais para a saúde do coração.
De acordo com Laura Castro, psicóloga e
sócia fundadora da Vigilantes do Sono, o sono impacta direta e
integralmente a saúde. Por isso, a especialista ressalta que é necessário se
atentar às inconsistências do padrão de sono. “Diversos motivos podem causar
uma noite de sono ruim. No entanto, há um fator importante, em geral
negligenciado, se trata da regularidade do padrão de sono entre dias de
trabalho e descanso. A cronobiologia nos demonstra cada vez mais o efeito
determinante que tem nossa ritmicidade biológica para a saúde. Cronobiologia é
a ciência que estuda os fenômenos e funções vitais que têm periodicidade e
recorrência, como por exemplo o sono e as batidas do coração. É um erro ignorar
um problema de sono que persiste. No curto prazo, percebemos irritabilidade,
cansaço, mudança de humor, perda de memória, entre outros problemas. Já no
médio e longo prazo, começa-se a notar consequências mais sérias, como a
incidência de doenças crônicas não-transmissíveis (hipertensão, diabetes), e
que são fatores de risco para eventos graves, como infarto ou avc”, aponta.
Laura enfatiza ainda que não conseguir dormir bem
pode ser resultado de uma série de fatores, inclusive relacionados à saúde do
coração. "Distúrbios do sono podem causar e agravar doenças já existentes,
mas as doenças em si prejudicam o sono e com frequência são a própria causa de distúrbios,
muitas vezes de forma silenciosa. Por isso, quando há a percepção de que alguma
coisa não vai bem, vale a pena investigar e procurar ajuda, pois não conseguir
dormir pode atrapalhar inclusive o tratamento.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),
a pressão alta afeta cerca de 30% da população adulta em todo o mundo, ou seja,
mais de 1 bilhão de pessoas, das quais boa parte não tem conhecimento da
condição. De acordo com a especialista, além de acompanhar de perto questões
relacionadas ao histórico familiar, deve-se observar os sinais que as noites de
sono, ou sem sono, podem indicar para a saúde do corpo como um todo.
É durante o sono que o corpo relaxa, reforça o
sistema imunológico, libera hormônios, além de claro, ser primordial para a
saúde do coração. Isso porque, segundo Laura, durante o sono a frequência
cardíaca e a pressão arterial devem se modificar e se adaptar ao sono, o que é
essencial para a saúde cardíaca. “Quando pensamos nos danos de uma má noite de
sono no curto e médio prazo, é possível observar o aumento da pressão arterial.
Quando o problema persiste por muito tempo, a tendência é que se amplifique”,
ressalta.
Além da insônia, a apneia do sono é também grande
responsável em causar eventuais problemas ligados ao coração, caso não seja
tratada. Entre os problemas, o infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e/ou
insuficiência cardíaca são os mais comuns.
Hábitos podem ajudar a dormir
melhor
Embora exista medicamentos para dormir, Laura
ressalta que eles não são o melhor caminho. Por meio da adoção de certos
hábitos, já é possível dormir melhor. Entre os hábitos indicados estão os
exercícios físicos ao longo do dia, evitar o fumo, manter um peso ideal, evitar
tela de TV, celulares, entre outros, ao menos uma hora antes de dormir.
Caso o problema persista e as noites de sono ruins
se tornem constantes, a especialista ressalta que é importante buscar ajuda
profissional. “É indicado buscar ajuda de um profissional de psicologia para
entender qual o problema. É possível melhorar o sono sem medicamentos,
principalmente no caso da insônia, fazendo uso da Terapia
Cognitiva-Comportamental para insônia (TCC-I), hoje o melhor tratamento para
dormir, de acordo com os principais guidelines do mundo. Caso a pessoa esteja
sofrendo de outro distúrbio de sono, é necessário a realização de exames e, se
indicado por um profissional de saúde, o uso de medicamentos”, afirma.
“Más noites de sono causadas pela agitação e
inquietação, além do despertar cedo, é sinal de que algo não está certo. Na
maioria das vezes, podem ser sinais de ansiedade ou, caso seja constante, pode
apontar para um problema mais sério”, explica.
Vigilantes do Sono
https://www.vigilantesdosono.com
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