“Falta de diálogo entre familiares é obstáculo para
aumento da captação de doações de órgãos”, alerta Bartira de Aguiar Roza,
docente da Unifesp
Grupo de estudos da universidade aproveita efeméride para promover a
campanha “Eu decidi, sou doador”
Nesta terça,
27 de setembro, é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data,
instituída em 2007, tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a
importância da doação de órgãos, tecidos e células, além de incentivar que
as pessoas a conversarem com seus familiares sobre o assunto, de modo que um
possa saber da decisão do outro. A falta desse tipo de diálogo, inclusive, é um
dos fatores que atrapalham a ampliação do número de doadores no país de acordo
com um levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“No Brasil,
entre os principais motivos para a negação de doação de órgãos, estão a
incompreensão sobre o diagnóstico de morte encefálica e, portanto, do
entendimento de que a pessoa faleceu, a falta de preparo da equipe assistencial
para fazer a comunicação sobre a morte e a recusa da família por não ter
clareza se esse realmente era o desejo de seu ente falecido, algo que observamos
com bastante frequência”, afirma Bartira de Aguiar Roza, professora do
Departamento de Enfermagem Clínica e Cirúrgica da Escola Paulista de Enfermagem
da Universidade Federal de São Paulo (EPE/Unifesp) e coordenadora do Grupo de
Estudos em Doação de Órgãos e Tecidos e Transplante (Gedott), vinculado à
universidade.
Para Bartira,
a falta de diálogo entre as pessoas, seus familiares e amigos sobre o tema
representa um dos grandes obstáculos para o crescimento do número de captação
de doações. “Em nosso país, não há documentos em que o cidadão registre sua
vontade de doar órgãos. Essa vontade, então, deve ser explicitada de forma que
as pessoas mais próximas possam levar o desejo à frente na ocasião”.
A docente da
Unifesp destaca que um único doador pode salvar mais de oito vidas, já que, com
o avanço da medicina, hoje é possível doar coração, pulmão, fígado, pâncreas,
rins e intestino, além de tecidos como córneas, válvulas cardíacas, ossos,
músculos, tendões, pele, veias e artérias.
Para marcar o
Dia Nacional da Doação de Órgãos, a equipe do Gedott/Unifesp promove a campanha
“Eu decidi, sou doador” no entorno do Hospital São Paulo, na Vila Clementino,
Zona Sul da capital, tirando dúvidas das pessoas e incentivando que o tema seja
mais presente nos lares brasileiros.
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