Quando falamos em educação, é muito comum associá-la a um método tradicional de aprendizado, com muita teoria em sala de aula e pouca oportunidade de prática para os alunos. Entretanto, estamos em um momento em que o aprendizado e até a forma de nos relacionarmos com a educação está cada vez mais digital. Felizmente com isso, é possível expandir as fronteiras do conhecimento, e apoiar estudantes em suas jornadas de aprendizagem não apenas dentro da escola, mas ocupando espaços de interação social, cultural e científico.
Iniciativas
educacionais e programas de incentivo que dão oportunidade aos estudantes, não
apenas ampliam o acesso à educação de qualidade, como também impulsionam as
descobertas feitas por esses jovens. E por meio dessas descobertas, abrimos
caminho para a criatividade e inovação, aliado a um olhar para a diversidade de
estratégias que beneficie essa rede que vai além dos muros escolares.
Essa
percepção fica clara quando observamos os resultados alcançados por programas
como o Solve For Tomorrow, iniciativa global da Samsung que desafia alunos e
professores da rede pública a desenvolverem projetos em inovação para
solucionar problemas locais. Por meio de iniciativas totalmente desenvolvidas
pelos participantes, é possível perceber como um pequeno grupo de pessoas pode
mudar significativamente a vida de toda uma comunidade quando aplica nela o
conhecimento adquirido dentro e fora da sala de aula.
É
possível que tudo isso gire em torno do que chamamos de propósito. Quando
jovens estudantes descobrem que têm o poder de melhorar a vida deles e das
pessoas que os cercam por meio do que têm aprendido, eles se sentem estimulados
a colocar o ensino e a criatividade em prática por conhecerem de perto os
desafios enfrentados nos locais em que vivem.
A
partir disso, fica claro que, além da educação, o estímulo e o reconhecimento
pelo trabalho desses jovens estudantes é o que faz com que eles se dediquem à
criação de soluções para a sociedade onde vivem. E essas mudanças podem
acontecer em todas as áreas.
Na
8ª edição do Solve For Tomorrow no Brasil, que teve quase 2 mil projetos
inscritos, uma das ideias que mais chamou a atenção foi de uma equipe de alunos
de Chapecó, Santa Catarina. Ao desenvolver um protótipo para a recuperação
pulmonar de pacientes que apresentaram sequelas respiratórias da Covid-19, eles
trouxeram uma solução para a área de saúde, com uma proposta de atendimento à
população, que enfrentava dificuldades no atendimento em hospitais por conta da
superlotação. Além disso, eles criaram o projeto usando materiais simples e de
baixo custo, o que proporcionou uma experimentação científica prática aos
estudantes.
Outra
solução inovadora foi um projeto criado para reforçar a segurança pública. Os
alunos de uma escola em Campinas, interior de São Paulo, observaram nos
moradores da comunidade local uma sensação de insegurança, principalmente por
grupos minorizados, como mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+. Pensando
nisso, eles desenvolveram um protótipo discreto com um sistema de alarme para acionar
as autoridades em situações de risco, além de repelir possíveis agressores. A
ideia é de que o protótipo seja usado como uma pulseira ou chaveiro, para não
chamar atenção.
No
caso da equipe vencedora dessa 8ª edição, foi desenvolvido um
projeto para reduzir o desperdício de alimentos em ambiente escolar e, além
disso, reaproveitar os resíduos orgânicos para produzir biogás, que é utilizado
na cozinha da instituição.
É
interessante observar que muitas das escolas participantes estão localizadas em
espaços rurais ou de difícil acesso. E mesmo com fatores que contribuem para
uma falta de perspectiva, foram identificadas diversas práticas educacionais
que promoveram o engajamento dos estudantes no desenvolvimento de protótipos
altamente eficientes e inovadores.
Em
paralelo a todas essas vantagens, as iniciativas em educação ainda apresentam
aos estudantes a realidade de pesquisadores e profissionais da ciência. Ao
participar de programas que os estimulam a colocar seu conhecimento em prática,
esses jovens conseguem se enxergar no papel de cientistas e se sentem engajados
a entender ainda mais o campo da ciência. Nesses casos, é possível observar
como a sala de aula deixa de ser apenas um lugar comum de suas rotinas, e se
torna um espaço para expressar a criatividade.
Essas
iniciativas e reconhecimentos podem mudar a vida dos participantes e das
pessoas que os cercam, sejam eles premiados ou não. Isso acontece porque ao mostrar
o que um aluno consegue fazer com o conhecimento adquirido em sala de aula, seu
senso de curiosidade é elevado, junto à vontade de fazer mais coisas para uma
mudança positiva e permanente em suas comunidades.
Dessa
forma, percebemos que com apenas um pequeno grupo realmente engajado e
motivado, a educação tem o poder de mudar toda uma sociedade. Além dos ganhos
individuais, como o crescimento pessoal e profissional desses alunos, ela
contribui para o avanço da economia, para a resolução de problemas locais, para
o interesse de outras pessoas em aprender e, consequentemente, na qualificação
de cada vez mais indivíduos.
Também
é importante descontruir modelos e investir em uma educação que empodere
os jovens e desenvolva suas capacidades para que atinjam seu potencial máximo,
gerando mudanças sociais positivas.
Helvio Kanamaru - gerente sênior de Cidadania Corporativa da
Samsung para América Latina.
Samsung
Electronics Co. Ltd.
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