De acordo com uma pesquisa recente, 71%
dos brasileiros acreditam que dormem mais nesta estação do ano
Entre junho e setembro, o hemisfério sul entra na sua estação mais
fria: o inverno. As temperaturas caem, as noites chegam mais cedo, e de acordo
com uma pesquisa do Opinion Box, realizada em maio com mais de 2 mil
brasileiros, 71% sentem que dormem mais. O motivo, segundo o especialista em
sono Josué Alencar, idealizador e criador do Persono, está associado a alguns fatores, mas o principal é porque
durante o inverno os dias são mais curtos, com o sol nascendo mais tarde e se
pondo mais cedo. ”Não é necessariamente que dormimos mais, mas sim que a
sonolência chega antes. Isso é mais uma questão de luminosidade do que de
temperatura. Somos menos expostos à luz solar, essencial na regulação dos
nossos ciclos de sono e vigília e na produção da melatonina , e isso faz com
que o sono apareça mais cedo”, explica.
Ele ainda complementa que “quando vai escurecendo e coincidindo com a liberação de melatonina, o corpo começa a perder temperatura em preparação para o sono. Essa perda de calor ajuda na transição da vigília e a manter o estado dormindo de uma pessoa. No início da manhã, o processo é inverso e voltamos a ganhar temperatura para despertar”.
Mas existem outros fatores que podem estar relacionados a essa
falta de disposição que costumamos ter:
Consumo de alimentos mais calóricos
Neste período também estamos mais propensos a aumentar a nossa ingestão de calorias e optar por alimentos mais açucarados e ricos em carboidratos.
No caso do açúcar, ele atrapalha a transição da vigília para o
sono, fazendo com que começar a dormir seja mais difícil e também atrapalha que
a pessoa alcance as fases mais profundas do sono, responsáveis pelo descanso
efetivo e restauração muscular e cerebral. Já as comidas ricas em gorduras são
de digestão mais lenta. “Por isso, o consumo destes alimentos no período da
noite, depois da energia inicial que eles dão, podem refletir em um cansaço
posterior. Os alimentos gordurosos ainda atrapalham a qualidade do sono por
serem mais pesados e demandarem uma energia maior para digestão”, complementa
Alencar.
Falta de vitamina D
O sol também é responsável pela produção de vitamina D, por isso
acabamos ainda mais prejudicados neste sentido durante o inverno, quando a
incidência solar é muito menor. Ainda mais porque no resto do ano este continua
sendo um problema de saúde bastante comum no Brasil. De acordo com o IBGE a
maioria dos brasileiros não possuem em seus organismos uma quantidade
suficiente de vitamina D, que tem papel essencial na saúde - desde a parte
óssea, pressão arterial, sistema imunológico até o sono, em que deficiência da
vitamina aumenta o risco de distúrbios como a insônia.
Gripes e Resfriados
No inverno, além de muita gente naturalmente passar mais tempo na cama, o sono acaba tendo outra função: recuperar o nosso corpo de gripes e resfriados, que aparecem mais intensamente nessa época do ano, já que passamos mais tempo em ambientes fechados e, por isso, ficamos mais propensos a germes e bactérias.
Esse cansaço no inverno, portanto, também pode ser sinal apenas de
uma doença tipicamente invernal.
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