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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

 

Segundo especialista em fármacos, levantamento do Consulta Remédios reflete comportamento das pessoas durante a pandemia 

Levantamento do Consulta Remédios traz os medicamentos mais buscados em 2021. Especialista explica os motivos para que estejam no topo da lista

 

Antialérgicos, antidepressivos e vitamina D estão no topo da lista dos medicamentos mais buscados em 2021, segundo levantamento do Consulta Remédios, maior marketplace de farmácias do Brasil. Para a farmacêutica Francielle Mathias, do Consulta Remédios, os medicamentos mais pesquisados refletem o comportamento das pessoas durante a pandemia. 

"A lista traz alguns medicamentos que mostram o impacto da pandemia na saúde física e mental das pessoas. Medicamentos como vitamina D, antialérgicos e antidepressivos sempre são muito procurados. O que mudou em 2021 é que os três ocupam a liderança nas buscas", explica a especialista em fármacos. 

Francielle diz que o levantamento aponta para o nível de atenção das pessoas para qualquer sintoma que fuja da rotina. "O distanciamento social e o período em casa por causa de uma doença que atinge o mundo faz com que as pessoas fiquem muito mais atentas a sintomas como espirro e coriza (que podem significar uma alergia) e aos níveis de vitamina D (que tem impacto na imunidade). Além disso, pesou muito a saúde emocional, que foi diretamente impactada pelo isolamento e explica o aumento na busca por antidepressivos", diz. 

"Em 2022 devemos ter uma continuidade na busca por estes medicamentos já que, segundo a OMS, a pandemia deve continuar até o final do ano", completa.

 

O papel dos três medicamentos mais buscados na pandemia 


Antialérgicos 

Quem tem algum tipo de alergia como a rinite, por exemplo, sabe bem que os sintomas podem ser confundidos com um resfriado. Provavelmente este seja o principal motivo para os antialérgicos estarem entre os medicamentos mais buscados em 2021. Situações como coceira nos olhos, espirros, congestão nasal (comuns para alérgicos) podem fazer com que as pessoas suspeitam da contaminação pelo coronavírus pela semelhança dos sintomas. Diante de testes negativos e de histórico de alergias respiratórias, a procura pelos antialérgicos acabou disparando. 


Antidepressivos 

Um estudo realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora apresentou dados alarmantes como sintomas de depressão em 92,2% dos participantes. Além disso, 51% relataram sintomas de ansiedade e 52% sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. Ao todo, 2.624 pessoas participaram da pesquisa, sendo 897 moradoras de Juiz de Fora. De acordo com Fabiane Rossi, pesquisadora responsável pelo estudo, os dados juiz-foranos são similares aos nacionais. Um levantamento do Consulta Remédios aponta que houve um aumento de 113% na procura de medicamentos destinados à ansiedade, insônia e depressão. Não à toa, foram mais de 49 milhões de caixas ou frascos vendidos até agosto deste ano (considerando os medicamentos controlados comumente usados para o tratamento da depressão), segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e extraídos da plataforma oficial do governo federal. 

 

Vitamina D 

Há anos especialistas vêm estudando a relação entre baixos índices de vitamina D com o aumento dos casos de influenza em diversos lugares do mundo, ainda sem conseguir comprovar a relação científica. O principal ponto abordado tem sido a deficiência da vitamina durante o inverno em países com clima temperado. Nestes locais os surtos costumam aparecer durante os períodos frios (e de maior isolamento e pouca insolação) e desaparecem no verão. Isso foi suficiente para algumas fake news que relacionam o déficit da vitamina D e a Covid-19 começarem a circular em grupos de WhatsApp e na internet. Junta-se a isso a relação dos baixos índices de vitamina D com o aumento do risco de depressão e a dificuldade para manter níveis adequados em tempos de isolamento. Há motivos mais que suficientes para estar entres os medicamentos mais buscados em 2021.

 

 Consulta Remédios


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