A Odontologia humanizada, cada vez mais um importante elemento
de proteção e manutenção da saúde integral das pessoas, é responsável por
diagnosticar e tratar diferentes problemas de saúde bucal, que não raro afetam
a funcionalidade oral, a estética e, consequentemente, a autoestima do
paciente. Com os compreensíveis adiamentos das visitas regulares ao dentista
decorrentes de um longo período pandêmico, percebo pacientes chegando ao
consultório com problemas sérios, que precisam ser tratados de forma
emergencial.
Em meio a este cenário, nos casos em que a autoestima do
paciente está afetada, é bem satisfatório perceber que o trabalho do
cirurgião-dentista contribui para resolver, ao mesmo tempo, a questão da saúde
bucal associada ao prejuízo na autoestima.
Enquanto cirurgião especializado no atendimento a pessoas com
deficiência, idosos, pacientes oncológicos, pediátricos com necessidades
específicas e acamados, o adiamento da visita ao dentista se tornou algo ainda
mais corriqueiro, uma vez que são pessoas dentro dos grupos de maior risco para
a Covid-19.
Com o adiamento, houve uma demanda reprimida de pacientes que
agora voltam ao atendimento odontológico, em consultório ou em atendimento
domiciliar, com situações de saúde bucal que não podem mais ser adiadas. Pelas características
dos procedimentos odontológicos, com proximidade entre os profissionais e
pacientes, o atendimento é estabelecido com o máximo de precauções, envolvendo
uma assepsia minuciosa no ambiente, mãos, rosto, braços, equipamentos, antes,
durante e após o atendimento, assim como o uso de máscaras N95, óculos
especiais de proteção, aventais, luvas, toucas. As roupas são todas trocadas
após o atendimento e outros pacientes não são agendados no consultório no mesmo
dia.
Sorrisos por trás das máscaras de proteção
Noto que o uso da máscara de proteção, fator essencial para se
proteger da Covid-19, tem ajudado a esconder questões de saúde bucal, desde a
falta de cuidados até o processo de implantes dentários, que pode gerar a falta
de determinados dentes por um período, até que sejam feitos os implantes. Tenho
pacientes que se sentiram bastante aliviados por não terem seus sorrisos tão
expostos neste período, devido ao uso da máscara.
Ao meu ver, o papel do cirurgião-dentista é de sempre buscar
acolher e ajudar a resolver preocupações que ameaçam a autoconfiança dos
pacientes, oferecendo os tratamentos mais adequados a cada caso, devolvendo a
saúde oral e contribuindo para a restauração da autoestima.
Doenças periodontais
Segundo uma pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde em
2020, a doença periodontal (gengiva) grave, que pode resultar na perda do
dente, é muito comum, afetando quase 10% da população global.
Já de acordo com estimativa da Pesquisa Nacional de Saúde 2019,
feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria
com o Ministério da Saúde, 8,9% das pessoas entrevistadas com 18 anos ou mais
de idade, perderam todos os dentes, o que corresponde a um contingente de 14,1
milhões de pessoas nessa faixa etária em todo o território nacional. A maior
proporção foi entre as mulheres (10,9%), que entre homens (6,6%). Entre as
pessoas idosas, a perda dentária é mais frequente. Aproximadamente 31,7% das
pessoas de 60 anos ou mais de idade perderam todos os dentes.
Além da perda de dentes, vários outros fatores relacionados à
saúde bucal podem impactar na autoestima do paciente. Os cuidados diários com a
saúde bucal, com escovação e uso de fio dental, e idas regulares ao dentista,
evitam o aparecimento ou agravamento destes problemas.
Dr. Thomaz Regazi - cirurgião-dentista especializado no atendimento a
pessoas com deficiência, idosos, pacientes oncológicos, pediátricos com
necessidades específicas e acamados.
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