A ômicron fez com que o mercado repensasse a
volta presencial. E o burnout volta à cena, reforçado pela classificação da OMS
como doença, o que pode ser de responsabilidade da empresa
O ano de 2022
prometia ser mais equilibrado. Prometia. Mas a chegada da ômicron chacoalhou o
mundo novamente e muitos empresários estão repensando o que já haviam planejado
para esse início do ano. Uma dessas preocupações é se devem optar pelo modelo
híbrido de trabalho, em que os funcionários ficam em casa alguns dias e outros
vão presencialmente para o escritório.
Segundo o
médico Ricardo Pacheco, diretor presidente da Oncare Saúde e
presidente da Associação Brasileira de Empresas
de Saúde e Segurança no Trabalho (ABRESST), o modelo híbrido é uma
boa estratégia, mas é preciso ter cuidado redobrado ao adotá-lo. “O uso de
máscara e o passaporte da vacina devem ser obrigatórios. Distanciamento entre
as mesas e alternar os dias entre equipes para que o local não fique com
excesso de colaboradores também”, diz ele. “Quem tiver qualquer sintoma de
gripe deve ser afastado imediatamente e testado”, alerta. A Oncare Saúde
apoia as empresas nessa empreitada com protocolos seguros e testagem dos
colaboradores. “Desde o início do ano já testamos mais de 3 mil pessoas. É
importante quando se pensa em ao trabalho presencial”, diz o Dr Ricardo.
Atencão
ao burnout
Além da volta
ao trabalho presencial, o burnout voltou a chamar atenção das empresas. Desde
1º de janeiro deste ano a Síndrome de Burnout está na Classificação
Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID 11.
Segundo a entidade, agora o Burnout passa a ser oficializado como “estresse
crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. No texto
anterior, era considero ainda como um problema na saúde mental e um quadro
psiquiátrico.
“Isso tem um
impacto no mundo do trabalho porque as corporações
precisarão estar mais atentas à saúde dos seus colaboradores, evitando
que problemas evoluam e, principalmente, criando estratégias para impedir que
a síndrome atinja
os profissionais. Do contrário, além de ver talentos afastados e doentes,
perderá produtividade e qualidade”, diz o médico e gestor em saúde.
O especialista
lembra que uma gestão voltada para a saúde dos colaboradores precisa prevenir e
identificar os sinais da doença. “É comum que o profissional com o burnout
tenha um histórico de boa performance que se reverte diante de uma alteração no
ambiente, como uma mudança na condução ou de demandas. A gestão tem que estar
atenta e aberta a buscar ajuda para identificar e tratar os trabalhadores
doentes”, afirma o médico.
Empresas
brasileiras devem ligar o sinal de alerta
O sinal de
alerta para o burnout precisa ser acionado na maioria das empresas. É o que diz
o Índice de Bem-estar Corporativo do Zenklub no ano passado. O documento mostra
que o índice geral de bem-estar no mercado brasileiro recebeu a nota de 49,25,
numa escala de 0 a 100, as empresas brasileiras ficaram abaixo o índice ideal
de 78. O levantamento teve mais de 1.600 respostas de funcionários de 335
empresas. Entre os fatores que afetaram negativamente o bem-estar geral, o
burnout aparece como o maior alerta, com os profissionais relatando sintomas de
esgotamento.
Outros dois
fatores aparecem como avisos para um trabalho mais preventivo. Em segundo
lugar, o alto volume de demanda e controle sobre o trabalho tira a autonomia e
pode levar a um quadro de Burnout. E em terceiro, o fator de adição ao trabalho
mostra o sentimento de sobrecarga em alta entre os profissionais.
A
Síndrome de Burnout depois da classificação da OMS
De acordo com o
médico Ricardo Pacheco, a OMS deixa claro que o burnout é uma doença
relacionada ao trabalho, e não ao trabalhador, e pode trazer sérios problemas
para a empresa. “O estresse mal administrado se torna um problema crônico
relacionado ao local de trabalho e problemas de gestão da empresa. Sem contar
que o reconhecimento pela OMS terá um efeito em processos trabalhistas
relacionados ao tema, já que o trabalhador poderá recorrer à Justiça por causa
de esgotamento e a empresa pode ser responsabilizada e até pagar indenização. Na
verdade, a implicação de responsabilidade já acontece, mas pode ser difícil de
conseguir”.
Investir
na saúde mental dos trabalhadores é essencial
Em pesquisa
da Kenoby com profissionais de recursos humanos, 93% deles disseram
que as empresas ainda ignoram as questões de saúde mental. Entre os
entrevistados, 53,4% não sabiam dizer se a empresa pretende investir em saúde
mental. Outros 35% responderam que o investimento virá em menos de um
ano.
O médico
Ricardo Pacheco acredita que a mudança na classificação do burnout deve elevar
a discussão sobre saúde mental. “As empresas precisam criar ambientes mais
sustentáveis de estresse e demanda, um fator essencial é nutrir a segurança
psicológica. Colocada como fator número um para ter equipes de alta
performance, a segurança psicológica também é a tranquilidade de que as
pessoas podem compartilhar ideias, errar e aprender sem sofrer punições por
isso. Contar com uma empresa especializada na saúde do trabalhador é um caminho
eficiente para prevenir, identificar e tratar o burnout a tempo de não trazer
maiores consequências para o trabalhador e para a empresa”, conclui ele.
Oncare Saúde
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