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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Trabalho híbrido e burnout: Como as empresas podem lidar com essas questões

A ômicron fez com que o mercado repensasse a volta presencial. E o burnout volta à cena, reforçado pela classificação da OMS como doença, o que pode ser de responsabilidade da empresa


 

O ano de 2022 prometia ser mais equilibrado. Prometia. Mas a chegada da ômicron chacoalhou o mundo novamente e muitos empresários estão repensando o que já haviam planejado para esse início do ano. Uma dessas preocupações é se devem optar pelo modelo híbrido de trabalho, em que os funcionários ficam em casa alguns dias e outros vão presencialmente para o escritório. 

 

Segundo o médico Ricardo Pacheco, diretor presidente da Oncare Saúde e presidente da Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho (ABRESST), o modelo híbrido é uma boa estratégia, mas é preciso ter cuidado redobrado ao adotá-lo. “O uso de máscara e o passaporte da vacina devem ser obrigatórios. Distanciamento entre as mesas e alternar os dias entre equipes para que o local não fique com excesso de colaboradores também”, diz ele. “Quem tiver qualquer sintoma de gripe deve ser afastado imediatamente e testado”, alerta.  A Oncare Saúde apoia as empresas nessa empreitada com protocolos seguros e testagem dos colaboradores. “Desde o início do ano já testamos mais de 3 mil pessoas. É importante quando se pensa em ao trabalho presencial”, diz o Dr Ricardo.


 

Atencão ao burnout

 

Além da volta ao trabalho presencial, o burnout voltou a chamar atenção das empresas. Desde 1º de janeiro deste ano a Síndrome de Burnout está na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID 11. Segundo a entidade, agora o Burnout passa a ser oficializado como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. No texto anterior, era considero ainda como um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico. 

 

“Isso tem um impacto no mundo do trabalho porque as corporações precisarão estar mais atentas à saúde dos seus colaboradores, evitando que problemas evoluam e, principalmente, criando estratégias para impedir que a síndrome atinja os profissionais. Do contrário, além de ver talentos afastados e doentes, perderá produtividade e qualidade”, diz o médico e gestor em saúde.

 

O especialista lembra que uma gestão voltada para a saúde dos colaboradores precisa prevenir e identificar os sinais da doença. “É comum que o profissional com o burnout tenha um histórico de boa performance que se reverte diante de uma alteração no ambiente, como uma mudança na condução ou de demandas. A gestão tem que estar atenta e aberta a buscar ajuda para identificar e tratar os trabalhadores doentes”, afirma o médico.


 

Empresas brasileiras devem ligar o sinal de alerta

 

O sinal de alerta para o burnout precisa ser acionado na maioria das empresas. É o que diz o Índice de Bem-estar Corporativo do Zenklub no ano passado. O documento mostra que o índice geral de bem-estar no mercado brasileiro recebeu a nota de 49,25, numa escala de 0 a 100, as empresas brasileiras ficaram abaixo o índice ideal de 78. O levantamento teve mais de 1.600 respostas de funcionários de 335 empresas. Entre os fatores que afetaram negativamente o bem-estar geral, o burnout aparece como o maior alerta, com os profissionais relatando sintomas de esgotamento. 

 

Outros dois fatores aparecem como avisos para um trabalho mais preventivo. Em segundo lugar, o alto volume de demanda e controle sobre o trabalho tira a autonomia e pode levar a um quadro de Burnout. E em terceiro, o fator de adição ao trabalho mostra o sentimento de sobrecarga em alta entre os profissionais.


 

A Síndrome de Burnout depois da classificação da OMS

            

De acordo com o médico Ricardo Pacheco, a OMS deixa claro que o burnout é uma doença relacionada ao trabalho, e não ao trabalhador, e pode trazer sérios problemas para a empresa. “O estresse mal administrado se torna um problema crônico relacionado ao local de trabalho e problemas de gestão da empresa. Sem contar que o reconhecimento pela OMS terá um efeito em processos trabalhistas relacionados ao tema, já que o trabalhador poderá recorrer à Justiça por causa de esgotamento e a empresa pode ser responsabilizada e até pagar indenização. Na verdade, a implicação de responsabilidade já acontece, mas pode ser difícil de conseguir”.  


 

Investir na saúde mental dos trabalhadores é essencial

 

Em pesquisa da Kenoby com profissionais de recursos humanos, 93% deles disseram que as empresas ainda ignoram as questões de saúde mental. Entre os entrevistados, 53,4% não sabiam dizer se a empresa pretende investir em saúde mental. Outros 35% responderam que o investimento virá em menos de um ano. 

 

O médico Ricardo Pacheco acredita que a mudança na classificação do burnout deve elevar a discussão sobre saúde mental. “As empresas precisam criar ambientes mais sustentáveis de estresse e demanda, um fator essencial é nutrir a segurança psicológica. Colocada como fator número um para ter equipes de alta performance, a segurança psicológica também é a tranquilidade de que as pessoas podem compartilhar ideias, errar e aprender sem sofrer punições por isso. Contar com uma empresa especializada na saúde do trabalhador é um caminho eficiente para prevenir, identificar e tratar o burnout a tempo de não trazer maiores consequências para o trabalhador e para a empresa”, conclui ele.

 

 

Oncare Saúde 

 

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