18 de Setembro
Hospital do GRAACC lança cartilha para orientar
sobre a importância do diagnóstico precoce em casos de câncer nos olhos
Quando diagnosticado em estágio inicial e tratado em centros especializados, as chances de cura da doença superam 90%
Para celebrar o Dia
Nacional de Conscientização do Retinoblastoma (18/09), o Hospital do GRAACC,
referência no tratamento de casos de alta complexidade do câncer
infantojuvenil, acaba de lançar uma cartilha digital (https://bit.ly/retinoblastoma-graacc)
com informações sobre os principais sintomas e como identificar precocemente a
doença, que é um tipo de câncer nos olhos, considerado o terceiro mais comum
entre crianças com até três anos de vida. São cerca de 250 novos casos
diagnosticados anualmente, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Se detectado em estágio inicial e tratado em centros especializados, as chances
de cura passam de 90%.
"O diagnóstico
precoce é imprescindível em qualquer tipo de câncer, pois quanto mais cedo for
descoberto maiores são as chances de cura. No caso do retinoblastoma, em mais
de 60% dos casos, o tumor pode causar leucocoria, que é um reflexo anormal da
pupila quando exposta à luz conhecido como ‘reflexo do olho de gato’. É
perceptível em fotos com flash por meio de um brilho branco diferente no olho
da criança", comenta a Dra. Carla Macedo, oncologista pediátrica do
GRAACC.
A boa notícia é que o
tratamento de câncer nos olhos, em casos diagnosticados em estágios iniciais e
intermediários, têm avançado substancialmente na última década. O Hospital do
GRAACC possui um dos mais modernos centros de tratamento do retinoblastoma,
comparado aos principais serviços existentes em países da Europa e nos Estados
Unidos. Experiência de 10 anos na aplicação da quimioterapia intra-arterial,
procedimento minimamente invasivo que injeta a medicação diretamente na artéria
oftálmica agindo direto no foco da doença, com mais de 1500 quimio-cirurgias
realizadas. "Esse procedimento, juntamente com a quimioterapia sistêmica,
quimioterapia intraocular e as demais técnicas de tratamento local, reduz, em
média, para 20% as necessidades de enucleação, que é a remoção do globo
ocular", afirma Dr. Luiz Teixeira, oftalmologista do GRAACC.
PRINCIPAIS SINTOMAS
Os cuidados com os
olhos, desde os primeiros dias de vida da criança, são fundamentais. "O
exame de fundo de olho é o mais indicado na rotina de consultas com o pediatra
para diagnosticar em estágio inicial qualquer alteração ocular nos bebês.
Independente do surgimento ou não de sintomas aparentes é muito importante
também que pais e responsáveis levem a criança para avaliação de um
oftalmologista no primeiro ano de vida", alerta a oncologista pediátrica.
Alguns sintomas podem
revelar alterações oculares que devem ser investigadas. Os mais comuns são:
Reflexo branco na
pupila:
(reflexo do olho de gato). Pode ser percebido quando o olho da criança aparece
com um brilho branco diferente em fotos tiradas com flash e, também, por meio
de um exame oftalmológico. É considerado um dos principais sinais de
retinoblastoma.
Estrabismo: desvio ocular que
pode acontecer por conta da fraqueza do músculo que controla o movimento do
olho, sendo o retinoblastoma uma das raras causas.
Proptose: deslocamento anterior
do olho na cavidade da órbita.
Outros sinais também
merecem atenção como, por exemplo: problemas de visão; aumento do tamanho do
olho, dor nos olhos; vermelhidão da parte branca do olho e sangramento na parte
anterior do olho.
TRATAMENTO
Como centro de
referência no tratamento do câncer infantojuvenil, o Hospital do GRAACC possui
equipe multidisciplinar especializada e todas as modalidades terapêuticas
necessárias: quimioterapia intravenosa, quimioterapia intra-arterial,
intravítrea, braquiterapia, laser e crioterapia.
"Um dos grandes
avanços no combate ao retinoblastoma é a quimioterapia intra-arterial. Um
microcateter é introduzido, normalmente em um acesso na virilha, e por meio de
micronavegação é posicionado na artéria oftálmica do olho onde será injetada a
medicação quimioterápica que tem concentração 80 vezes maior que a
quimioterapia sistêmica. Geralmente são suficientes de 3 a 5 sessões para a
remissão do câncer", explica Dra. Carla.
O tratamento varia de
acordo com cada caso e pode contemplar também: quimioterapia sistêmica que
combina medicamentos administrados por via oral ou intravenosa;
radioterapia; braquioterapia com dispositivos contendo material radioativo;
terapia a laser; crioterapia e, como último recurso, a enucleação para a
extração cirúrgica do globo ocular.
RETINOBLASTOMA
Apesar de raro, é o
tipo mais comum de câncer no olho em crianças, independentemente de sexo ou
etnia. É formado na retina e 95% dos casos ocorre em crianças de até 5 anos. A
maioria dos casos o retinoblastoma é unilateral, ou seja, se manifesta em
apenas um dos olhos. 30 a 40 % restantes afetam os dois olhos (bilaterais).
Também pode ser hereditário, o que ocorre em aproximadamente 40% dos casos.
A Classificação
Internacional de Retinoblastoma intraocular é um sistema de estadiamento que
divide os casos em 5 grupos:
A - Tumores pequenos na
retina, de até 3 mm de diâmetro, que não estão perto de estruturas oculares
importantes.
B - Tumores na retina
maiores que 3 mm, mas próximos de estruturas oculares importantes.
C - Tumores definidos, com
pequena dispersão sob a retina ou para dentro do material gelatinoso que
preenche o olho.
D - Tumores grandes ou mal
definidos com humor vítreo comprometido ou acometimento sub-retiniano longe do
tumor retiniano. A retina pode se desprender da parte de trás do olho.
E - Tumor muito grande que
se estende até perto da parte frontal do olho, é hemorrágico ou causa glaucoma,
ou tem outras características que indicam a impossibilidade de o olho ser
salvo.
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