Especialista explica seus benefícios, para quem é direcionada e as medidas de proteção após a imunização completa
Até o dia 24 de agosto,
mais de 220 milhões de doses das vacinas contra a COVID-19 já haviam
sido distribuídas entre os estados brasileiros, com cerca 180 milhões de doses aplicadas
entre primeiras e segundas doses ou dose única, segundo nota da Secretaria
Extraordinária de Enfrentamento à COVID-19 do Ministério da Saúde. O avanço da vacinação em território nacional está
acelerado e é responsável pela diminuição de 70% das mortes, sendo que a
população de 60 anos ou mais apresenta 100% de cobertura para primeira dose e
cobertura muito próximo a isso para a segunda.
São números animadores, mas
que ainda não protegem a população completamente, especialmente com a ascensão
de novas variantes no mundo todo. Por essas e outras, a vacinação com a
terceira dose de imunizantes se iniciou na população idosa e, até a
segunda quinzena de setembro de 2021, está em vias de começar para os
profissionais da saúde. De acordo com a Profª Drª.
Raquel Xavier de Souza Saito, docente do curso de graduação em
enfermagem da Faculdade Santa Marcelina, dependendo da evolução da epidemia no país, bem como o surgimento
de novas evidências científicas, a administração de doses adicionais para
outros grupos poderá ser considerada.
Com a eminência dessa nova
realidade, a especialista respondeu cinco questões sobre o tema para
que a população possa se preparar e estar devidamente imunizada e
segura contra a pandemia do coronavírus.
Quais os
benefícios da terceira dose da vacina?
São dois os principais fatores
que justificam o usa da terceira dose de vacinas contra COVID-19.
Primeiramente, dados comprovam uma queda progressiva de proteção imunológica
entre os idosos acima de 70 anos e, particularmente, acima de 80 anos. Logo,
uma terceira dose poderia prolongar a proteção. Em segundo lugar, pessoas com
alto grau de imunocomprometimento tendem a apresentar resposta
imunológica reduzida e, nesse caso, uma terceira dose aumentaria essa resposta.
“Recomendações sinalizam que, a vacina a ser utilizada para a dose adicional
deverá ser, preferencialmente, de RNA mensageiro, como Pfizer e Wyeth, ou, de
maneira alternativa, vacina de vetor viral, como Janssen ou AstraZeneca”,
explica a docente.
Qual o
intervalo entre a segunda e terceira dose?
O intervalo recomendado pelo
Ministério da Saúde é de seis meses após a segunda dose ou dose única,
independentemente do imunizante aplicado. Para
indivíduos imunocomprometidos, esse período de intervalo deverá ser menor:
somente 30 dias.
Teremos que
tomar uma nova dose de vacina todos os anos?
A exemplo da vacina da gripe,
pode ser necessária uma dose anual de imunizante para manter o controle da
doença. “Isso deverá se repetir até que o vírus seja devidamente erradicado, ou
seja, até que, depois de várias vacinações coletivas, não se observe mais a
ocorrência da infecção na população de uma determinada região” afirma Raquel.
A
necessidade de uma terceira dose significa que ainda não estamos seguros?
A terceira dose é considerada
uma dose de reforço, que busca reduzir qualquer interferência em um conjunto de
variáveis, como esclarece a professora. “Uma vacina, para que tenha
efetividade, depende de vários fatores: comportamento de replicação viral,
conservação, imunidade e capacidade de resposta do indivíduo. A
terceira dose vem para fortalecer esses fatores”.
E depois da
terceira dose? Quais serão as medidas de proteção?
A utilização de máscaras
poderá seguir vigente, especialmente entre pessoas que apresentem síndrome
gripal – essa deverá ser uma regra de etiqueta a ser adotada. E, como nenhuma
vacina tem eficácia de 100% para a prevenção de qualquer doença, as medidas de
proteção já conhecidas poderão seguir em avaliação. “Distanciamento
social, uso de máscaras, higienização das mãos, limpeza e desinfecção de
ambientes e isolamento de casos suspeitos e confirmados conforme orientações
médicas são medidas que, quando utilizadas de forma integrada, favorecem o
controle da transmissão da Covid-19 e suas variantes”, finaliza a doutora.
Faculdade Santa
Marcelina
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