O ano de 2020 foi marcado com a entrada de mais de 3,9 milhões de novos investidores na bolsa de valores brasileira, a B3, até outubro de 2020, o que representou uma verdadeira aula de resiliência financeira.
Apesar dos percalços do mercado financeiro, como
taxa de juros em mínimas históricas, os novos investidores entraram em um fluxo
quase que natural na aplicação do seu dinheiro, a busca de melhores
rentabilidades e para muitos a bolsa de valores foi nesse ano a solução.
No primeiro trimestre, passamos por vários circut
breakers, mecanismo que paralisa das negociações devido a quedas
abruptas, devido à crise mundial causada pela pandemia do novo coronavírus. A
negociação do futuro do petróleo com a cotação negativa e os ativos ditos como
“super” seguros apresentaram expressivas rentabilidades negativas em
determinados momentos, ilustraram esse cenário de volatilidade no mundo todo.
Neste período que ficamos em isolamento social, a
digitalização veio à tona mais do que nunca. Por consequência a expansão das
redes sociais popularizou a figura dos influenciadores que se dedicam a falar
sobre investimentos pessoais. Alguns destes canais, como o Instagram e Youtube,
chegam a atingir números na casa de milhões de seguidores e não é difícil
encontrar canais novos com milhares de seguidores ávidos por informações do
mercado financeiro.
Porém, existe uma diferença entre o profissional do
mercado devidamente certificado para o influenciador – essa linha tênue nem
sempre é visível, por isso, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tem prestado
esclarecimentos sobre as situações em que o registro é obrigatório, a exemplo
da instrução CVM 598 e o ofício-circular 13/2020, esse último recentemente
publicado.
Nesse movimento e esforço de educação financeira, a
orientação ao consumidor para que ele saiba identificar golpes, a CVM e
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros (Anbima) lançaram
o portal “Se Liga na Fraude”.
Muitos investidores iniciantes, por serem
influenciados de maneira rápida ou até pelo velho inimigo do investimento bem
feito, a busca por ganhos rápidos, são motivos que levam a optarem pela
operação de Day Trade. O investidor iniciante que quer desbravar essa forma de
ganhar dinheiro no mercado financeiro tem que antes de qualquer informação, ter
a clara ciência sobre os riscos.
Uma comparação para fácil entendimento, mas muita
válida no país do futebol, é que a quantidade de jogares de futebol que sonham
com viver com o esporte é, no Brasil, enorme, porém quantos realmente chegar a
patamares almejados? E chegam a serem um “Neymar”? Raríssimos. Essa mesma
comparação pode ser usada para trader’s de renda variável, não é impossível
“apenas” é extremamente difícil chegar ao pelotão raros de trader’s que chegam
a mudar de patamar financeiro pelo Day Trade.
Eu, particularmente, opero day trade raramente e
conheço diversas pessoas extremamente competentes que operam ou operaram Day
Trade de forma constante, poucos financeiramente sobreviveram e posso contar
nos dedos quem realmente teve sucesso.
O principal mito em torno do Day Trade é o
enriquecimento rápido de forma fácil a ser aprendida, a realidade é bem
diferente disso. Operar Day Trade de forma consistente necessita de estudo,
perfil e tempo. Portanto, para os incautos vale a buscar de mais informações,
para os ansiosos vale repensar essa forma de operar, para os apressados devem
desacelerar e para os super determinados e disposto a tomarem alto risco, vale
começar com um patrimônio pequeno e boa sorte!
Daniel Abrahão - assessor de investimentos e sócio da iHUB Investimentos, um escritório de assessoria de investimentos credenciado à XP.
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