Doença é a terceira causa mais frequente de problemas na região
Janeiro verde, outubro rosa, novembro azul: são muitos os meses
e cores para conscientizar a população a respeito de uma doença que pode afetar
diferentes órgãos do corpo e, em sua totalidade, 625 mil brasileiros entre 2020 e 2021. Mas no próximo dia
04, marcado como o Dia Mundial do Câncer, a prevenção também deve se voltar a
um dos principais pilares do corpo humano, a coluna vertebral.
Isso porque os tumores de coluna são o terceiro tipo de problema
mais comum na região, atrás das doenças degenerativas e traumatismos, e
apresentam alta frequência de malignidade quando surgem.
“Esse é um ponto que ainda confunde muitas pessoas. O tumor
benigno é aquele com origem na própria coluna e com menos chance de infiltrar
outros órgãos quando diagnosticados e tratados precocemente. metástase. Já os
tumores secundários, que partiram de fora da coluna e chegaram até ela por
metástase, são característicos da malignidade e geralmente migram das mamas,
pulmão, estômago, intestino, entre outros”, explica o neurocirurgião com foco
de atuação em coluna e mestre pela UNIFESP, Dr. Alexandre Elias.
Diagnóstico precoce é chave para vida sem sequelas
Os tumores malignos na coluna podem ser bastante perigosos.
Entre suas consequências está a compressão da medula espinhal, impactando a
movimentação de braços e pernas ou até mesmo, em episódios mais graves, a tetraplegia.
Este quase foi o caso do ator Michael J. Fox, estrela do filme
“De volta para o futuro”, que precisou passar por uma cirurgia para remover um
tumor antes que afetasse sua mobilidade. “Por isso, um diagnóstico precoce é
fundamental não só para controlar os quadros dolorosos, mas para impedir que
haja sequelas e evitar agravantes como a metástase óssea”, pontua o
especialista.
Os sintomas do câncer na coluna comumente envolvem a dor nas
costas, característica que se confunde às manifestações de outras patologias
observadas na mesma área. Assim, é preciso também estar atento a sinais como
dor na coluna ou nos membros, formigamento, paralisia momentânea dos braços ou
pernas ou rápido emagrecimento.
“Ao notar um ou mais destes indícios, é essencial buscar a ajuda
de um profissional com atuação em coluna. Ele deverá pedir alguns exames de
imagem, como raios-x, ressonância magnética e tomografia, para confirmar a
presença da doença”, conta Dr. Alexandre. Ainda podem ser indicadas análises
como a cintilografia e PET-CT, que permitem a avaliação do estágio do tumor
pelo oncologista.
Tratamento varia de acordo com localização e estágio da doença
Cada paciente terá demandas específicas no tratamento dos
cânceres de coluna. Em alguns quadros, medicação, quimioterapia e/ou
radioterapia podem ser suficientes para controlar os sintomas e curar ou conter
a progressão do tumor.
Em outros, que não respondem às terapias tradicionais, diversos
tipos de procedimentos cirúrgicos podem ser realizados para alcançar o mesmo
objetivo e devolver a movimentação ao indivíduo. “Hoje, com o avanço da
medicina, há técnicas com menos cortes e rápida recuperação do paciente. Muitos
deles já vão para casa no dia seguinte à cirurgia, colhendo como resultados
muito mais conforto e qualidade de vida”, finaliza o especialista.
De toda forma, é indicado que haja uma frente multidisciplinar
de reabilitação para recuperar o bem-estar e autonomia, reunindo o
neurocirurgião, oncologista, psicólogo, fisioterapeuta, nutrólogo, entre
outros.
Fonte: Dr. Alexandre Elias - neurocirurgião de coluna com foco em
cirurgia minimamente invasiva, especialista pela Sociedade Brasileira de
Neurocirurgia (SBN), pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC),
mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e research fellow em
cirurgia da coluna vertebral na University of Arkansas for Medical Sciences
(EUA).
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