Enfermeira obstetra e consultora de amamentação explica uma das principais causas de desmame precoce
A mãe, em especial de primeira viagem, se
desespera: o bebê, tão pequenininho, chora toda hora e parece desesperado.
Surgem diversos palpites ao seu redor e a insegurança: será que seu leite
"é fraco" ou está com produção baixa?
A sensação de não estar produzindo leite
suficiente é uma das principais causas de desmame precoce e, segundo a
enfermeira obstetra da Unifesp e consultora de amamentação, Cinthia Calsinski,
há situações que iniciam e agravam a baixa lactação e todas estão interligadas,
fazendo com que mãe e bebê entrem em um círculo vicioso ruim.
"Precisamos começar pelo ponto mais
importante para uma boa mamada: a pega correta. Quando é inadequada, o bebê não
consegue ingerir um bom volume de leite e ainda pode machucar o mamilo,
causando dores e fissuras", explica.
Nesses casos, o bebê não ganha peso e chora
porque não se sente saciado. Isso interfere no emocional da mãe. "Há
situações ainda em que há uma boa produção de leite, mas com a pega inadequada
e a não retirada do leite da mama, o organismo entende que não é preciso
fabricar tanto leite e reduz a produção ou deixa de aumentá-la", conta
Cinthia.
A falta de estímulo pode fazer com que a mãe
entre precocemente com fórmulas e bicos artificiais (mamadeira ou chupeta) e aí
ocorre a confusão de bicos. "O bico artificial estimula a musculatura
inadequada para mamar no seio e, ao gerar baixo estímulo, reduz a produção do
leite materno e aumenta a oferta da mamadeira."
Se a criança chora porque está com fome e os pais
lhe dão a chupeta para se acalmar, também atrapalham a pega correta e a baixa
ordenha. Sair desse looping não é fácil e Cinthia afirma que, de fato, nem
sempre a produção de leite materno é suficiente para a demanda do bebê, mas
cada caso precisa ser avaliado individualmente e na maioria dos casos com
algumas adaptações e correções é possível aumentar a produção de leite.
"A mamãe precisa se lembrar de que está tudo
associado: pega correta, conforto ao amamentar, boa extração do leite e de
ganho de peso, ela estar descansada e hidratada, não usar bicos artificiais...
A maternidade é feita de escolhas. Não há certo ou errado, desde que essas
escolhas sejam feitas de forma consciente e pautadas em informação de
qualidade", conclui a consultora.
Cinthia Calsinski
Enfermeira Obstetra •
Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp • Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de
São Paulo-Unifesp • Doutora em Enfermagem
pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp • Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo • Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo
International Maternity
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