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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Manter-se ativo e atento ajuda a reduzir o risco e as sequelas do AVC

Neste ano, o foco da campanha para o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (29/10) é a prevenção, incentivando a atividade física e a atenção aos primeiros sinais do AVC

 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente também como "derrame", pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade. Ele ocorre quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, impactando o funcionamento da área cerebral que teve a circulação sanguínea prejudicada. Segundo a Organização Mundial do AVC (World Stroke Organization - WSO), ele chega a afetar uma em cada quatro pessoas no mundo ao longo da vida. Ainda assim, apesar de ser a segunda causa de morte no Brasil e no mundo, a prevenção pode evitar até 90% dos casos.

Entretanto, ainda de acordo com a organização internacional, durante a pandemia de covid-19, houve uma queda no número de pessoas que procuram os hospitais com sintomas de AVC. Isso é preocupante, conforme afirma o neurologista cooperado da Unimed-BH Paulo Pereira Christo. “Reconhecer os sinais e procurar atenção médica aos primeiros sintomas pode salvar vidas e reduzir as sequelas de pacientes com AVC”, explica o especialista. Para ele, conhecer os fatores de risco é também fundamental para a prevenção. “Hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto e fibrilação atrial (um tipo de arritmia cardíaca) são algumas das condições a serem observadas.”

Este ano, a campanha do Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado em 29 de outubro, reforça a prevenção e enfatiza importância do exercício físico. Para o neurologista, essa dica é de grande relevância, uma vez que o sedentarismo aumenta em 36% as chances de uma pessoa ter um acidente vascular cerebral e a atividade física regular pode reverter positivamente esse cenário.

Com o mote “AVC Não Fique Em Casa”, a campanha também incentiva que as pessoas procurem atendimento médico, além de manter os tratamentos de rotina e o acompanhamento profissional, mesmo durante a pandemia. Paulo Christo explica que, aos primeiros sinais de um AVC, a pessoa deve ser encaminhada o mais rápido possível ao hospital. “É importante observar e anotar a hora em que os primeiros sintomas apareceram. Nos casos de AVC isquêmico, que é o tipo mais comum, com um atendimento rápido, em até 4,5 horas do início dos sintomas, pode ser administrado um medicamento que dissolve o coágulo, diminuindo a chance de sequelas mais graves”, acrescenta o especialista da Unimed-BH.


COMO RECONHECER UM AVC


A Associação Nacional do AVC (National Stroke Association), dos Estados Unidos, desenvolveu uma maneira simples de identificar um acidente vascular cerebral, conhecida pela sigla F.A.S.T. (ou “rápido”, em inglês). De acordo com o neurologista Paulo Christo, aqui no Brasil, o acrônimo utilizado é o S.A.M.U.

O “S” vem de “sorriso”: peça para a pessoa sorrir; caso um dos lados do rosto não se movimente ou fique torto, pode estar ocorrendo um AVC. O “A” representa o “abraço”: abrace a pessoa e observe se ela consegue abraçar de volta; fique atento caso ela não consiga levantar algum dos braços ou se eles “caem” durante o abraço. O “M” vem de “mensagem” ou “música” e representa alterações na fala: peça à pessoa para cantar um trecho de uma música ou peça para ela repetir uma frase qualquer; caso haja alguma dificuldade, ela pode estar em vias de um AVC. Por fim, o “U” significa “urgência”: caso aconteça um ou mais desses sinais acima, é fundamental que a pessoa procure atendimento médico o mais rápido possível.

Outros sinais do AVC podem ser: fraqueza em um dos lados do corpo; formigamento ou entorpecimento do rosto; forte dor de cabeça; perda da visão; sensação de dormência pelo corpo; e alguma alteração no caminhar ou na forma da pessoa andar.


COMO PREVENIR O AVC


1. Controlar a pressão arterial: a hipertensão elevada aumenta o risco de AVC, portanto, deve ser sempre mantida sob controle e acompanhamento médico. Além disso, especialistas recomendam também reduzir a ingestão de sal, alimentos ultra processados e os ricos em gordura saturada.

2. Reduzir a obesidade: um maior índice de gordura no corpo é mais um fator de risco para o acidente vascular cerebral. Manter o peso controlado pode prevenir a ocorrência de doenças como hipertensão e diabetes, que aumentam o risco de AVC. O ideal é manter o índice de massa corporal (relação peso / altura) abaixo de 25.

3. Fazer da atividade física um hábito diário: o movimento e o exercício físico são essenciais para a prevenção do AVC, pois garantem um bom fluxo sanguíneo nas artérias, reduzindo o risco de formação de coágulos e de outras doenças que podem ser fatores de risco potencial para o acidente vascular cerebral. Idealmente, 30 minutos de exercícios diários – uma caminhada, por exemplo – são suficientes para uma boa saúde arterial.

4. Limitar o consumo de álcool: estudos indicam que a ingestão de duas ou mais doses de bebida alcoólica por dia aumenta a ocorrência do AVC. Em pequenas doses diárias, o vinho tinto é considerado a melhor opção, por conter resveratrol que apresenta ação protetora para o cérebro e o coração.

5. Manter ou iniciar tratamento da fibrilação atrial: esse tipo de arritmia causa batimentos cardíacos irregulares, o que é um importante fator na formação de coágulos que podem acabar atingindo o cérebro e resultar em um AVC. De acordo com o neurologista cooperado da Unimed-BH Paulo Christo, a fibrilação atrial deve ser levada muito a sério, pois aumenta em até de cinco vezes o risco de um acidente vascular cerebral. Ao sentir falta de ar e palpitações, procure um cardiologista assim que possível, para que a condição possa ser avaliada, reduzindo o risco de um AVC.

6. Controlar o diabetes: um nível elevado de açúcar no sangue afeta negativamente os vasos sanguíneos, criando um ambiente favorável para a formação de coágulos e, portanto, aumentando a possibilidade de AVC acontecer. Esteja atento e mantenha o acompanhamento médico regular.

7. Parar de fumar: o tabagismo torna o sangue mais espesso e induz a formação de placas nas paredes das artérias, o que aumenta a probabilidade de um acidente vascular cerebral.


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