Neste ano, o foco da campanha para o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (29/10) é a prevenção, incentivando a atividade física e a atenção aos primeiros sinais do AVC
O Acidente Vascular
Cerebral (AVC), conhecido popularmente também como "derrame", pode
acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade. Ele ocorre quando vasos que
levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, impactando o funcionamento da área
cerebral que teve a circulação sanguínea prejudicada. Segundo a Organização
Mundial do AVC (World Stroke Organization - WSO), ele chega a afetar uma em
cada quatro pessoas no mundo ao longo da vida. Ainda assim, apesar de ser a
segunda causa de morte no Brasil e no mundo, a prevenção pode evitar até 90%
dos casos.
Entretanto, ainda de
acordo com a organização internacional, durante a pandemia de covid-19, houve
uma queda no número de pessoas que procuram os hospitais com sintomas de AVC.
Isso é preocupante, conforme afirma o neurologista cooperado da Unimed-BH Paulo
Pereira Christo. “Reconhecer os sinais e procurar atenção médica aos primeiros
sintomas pode salvar vidas e reduzir as sequelas de pacientes com AVC”, explica
o especialista. Para ele, conhecer os fatores de risco é também fundamental
para a prevenção. “Hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto e fibrilação
atrial (um tipo de arritmia cardíaca) são algumas das condições a serem
observadas.”
Este ano, a
campanha do Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado em 29 de outubro, reforça
a prevenção e enfatiza importância do exercício físico. Para o neurologista,
essa dica é de grande relevância, uma vez que o sedentarismo aumenta em 36% as
chances de uma pessoa ter um acidente vascular cerebral e a atividade física
regular pode reverter positivamente esse cenário.
Com o mote “AVC Não
Fique Em Casa”, a campanha também incentiva que as pessoas procurem atendimento
médico, além de manter os tratamentos de rotina e o acompanhamento
profissional, mesmo durante a pandemia. Paulo Christo explica que, aos
primeiros sinais de um AVC, a pessoa deve ser encaminhada o mais rápido
possível ao hospital. “É importante observar e anotar a hora em que os
primeiros sintomas apareceram. Nos casos de AVC isquêmico, que é o tipo mais
comum, com um atendimento rápido, em até 4,5 horas do início dos sintomas, pode
ser administrado um medicamento que dissolve o coágulo, diminuindo a chance de
sequelas mais graves”, acrescenta o especialista da Unimed-BH.
COMO RECONHECER UM AVC
A Associação Nacional do AVC (National Stroke Association), dos
Estados Unidos, desenvolveu uma maneira simples de identificar um acidente
vascular cerebral, conhecida pela sigla F.A.S.T. (ou “rápido”, em inglês). De
acordo com o neurologista Paulo Christo, aqui no Brasil, o acrônimo utilizado é
o S.A.M.U.
O “S” vem de “sorriso”:
peça para a pessoa sorrir; caso um dos lados do rosto não se movimente ou fique
torto, pode estar ocorrendo um AVC. O “A” representa o “abraço”: abrace a
pessoa e observe se ela consegue abraçar de volta; fique atento caso ela não
consiga levantar algum dos braços ou se eles “caem” durante o abraço. O “M” vem
de “mensagem” ou “música” e representa alterações na fala: peça à pessoa para
cantar um trecho de uma música ou peça para ela repetir uma frase qualquer;
caso haja alguma dificuldade, ela pode estar em vias de um AVC. Por fim, o “U”
significa “urgência”: caso aconteça um ou mais desses sinais acima, é
fundamental que a pessoa procure atendimento médico o mais rápido possível.
Outros sinais do
AVC podem ser: fraqueza em um dos lados do corpo; formigamento ou
entorpecimento do rosto; forte dor de cabeça; perda da visão; sensação de
dormência pelo corpo; e alguma alteração no caminhar ou na forma da pessoa
andar.
COMO PREVENIR O AVC
1. Controlar a pressão arterial: a hipertensão elevada
aumenta o risco de AVC, portanto, deve ser sempre mantida sob controle e
acompanhamento médico. Além disso, especialistas recomendam também reduzir a
ingestão de sal, alimentos ultra processados e os ricos em gordura saturada.
2. Reduzir
a obesidade: um maior índice de gordura no corpo é mais um
fator de risco para o acidente vascular cerebral. Manter o peso controlado pode
prevenir a ocorrência de doenças como hipertensão e diabetes, que aumentam o risco
de AVC. O ideal é manter o índice de massa corporal (relação peso / altura)
abaixo de 25.
3. Fazer da atividade
física um hábito diário: o movimento e o
exercício físico são essenciais para a prevenção do AVC, pois garantem um bom
fluxo sanguíneo nas artérias, reduzindo o risco de formação de coágulos e de
outras doenças que podem ser fatores de risco potencial para o acidente
vascular cerebral. Idealmente, 30 minutos de exercícios diários – uma
caminhada, por exemplo – são suficientes para uma boa saúde arterial.
4. Limitar
o consumo de álcool: estudos indicam que a
ingestão de duas ou mais doses de bebida alcoólica por dia aumenta a ocorrência
do AVC. Em pequenas doses diárias, o vinho tinto é considerado a melhor opção,
por conter resveratrol que apresenta ação protetora para o cérebro e o coração.
5. Manter ou iniciar
tratamento da fibrilação atrial: esse tipo de arritmia
causa batimentos cardíacos irregulares, o que é um importante fator na formação
de coágulos que podem acabar atingindo o cérebro e resultar em um AVC. De
acordo com o neurologista cooperado da Unimed-BH Paulo Christo, a fibrilação
atrial deve ser levada muito a sério, pois aumenta em até de cinco vezes o
risco de um acidente vascular cerebral. Ao sentir falta de ar e palpitações, procure
um cardiologista assim que possível, para que a condição possa ser avaliada,
reduzindo o risco de um AVC.
6. Controlar o diabetes: um nível elevado de açúcar no sangue afeta negativamente os vasos
sanguíneos, criando um ambiente favorável para a formação de coágulos e,
portanto, aumentando a possibilidade de AVC acontecer. Esteja atento e mantenha
o acompanhamento médico regular.
7. Parar de fumar: o tabagismo torna o sangue mais espesso e induz a formação de placas
nas paredes das artérias, o que aumenta a probabilidade de um acidente vascular
cerebral.
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