Especialistas explicam como ter uma relação saudável com o dinheiro
"Mulher não é boa com
números", "Não entendo nada de mercado financeiro, acho difícil e
complicado", são alguns dos pensamentos que podem afastar as mulheres da
tão sonhada liberdade financeira. Envoltas, desde a infância, em modelos de
comportamento e estigmas que dificultam seu contato com o dinheiro, elas podem,
quando crescem, ter dificuldades em manter uma boa educação financeira. Mas,
esse quadro é reversível.
A psicoterapeuta Sabrina
Amaral, da Epopéia Desenvolvimento Humano,
explica que até as brincadeiras de infância podem influenciar na relação
feminina com o dinheiro: "Desde pequenas, não somos estimuladas a aprender
a lidar com dinheiro e administrá-lo. O tabu já começa nas brincadeiras, em que
as meninas ficam com suas panelinhas, brincando de casinha e esperando,
passivamente, o papai voltar. Esse estigma segue durante nosso desenvolvimento
e aí não aprendemos sobre investimentos, o porquê de economizar, como funciona
a questão dos impostos, como negociar ou a fazer nossa própria declaração de
Imposto de Renda. Tudo parece difícil e complicado demais! Então, muitas vezes,
recorremos ao gerente de contas do banco, ao nosso pai ou nosso marido”.
Além disso, questões emocionais
também influenciam. “Se você tem problemas de autoestima e não se valoriza,
certamente, não terá uma boa relação com o dinheiro. Se não tiver um bom nível
de autoconfiança para reconhecer sua capacidade de ser livre financeiramente,
também não terá a tão sonhada liberdade financeira. Isso, sem mencionar a
‘compensação emocional’, em que muitas pessoas gastam mais do que têm, tentando
compensar uma falta interna que nunca é preenchida”, relata a psicoterapeuta.
Como consequência, de acordo com
Sabrina Amaral, é comum que surjam problemas psicológicos: "A depressão
está muito relacionada aos problemas de autoestima e sentimentos de
incapacidade; o burnout pode advir de extensas jornadas de trabalho para
sustentar um padrão de vida que não se consegue manter; adicção por compras em
que a pessoa compra compulsivamente; e até mesmo a dependência emocional que
prende as mulheres a relacionamentos tóxicos e abusivos".
Conquistando a liberdade financeira
Para aprender a lidar melhor com
estas situações, a especialista em organização financeira pessoal Simone
Sgarbi, do Investir, eu? preparou
algumas dicas práticas que podem contribuir com essa jornada de ser livre
financeiramente:
Se você está em um relacionamento
Faça um diagnóstico:
Saiba qual seria seu custo de vida real caso tivesse que se manter sozinha.
Analise entre as contas de sobrevivência, como aluguel, luz, água, gás,
alimentação, até itens de comodidade como celular, serviços de streaming,
algum hobbie, enfim, sua vida, qual é o volume de dinheiro que sustenta essa
casa. Suponha que, por algum motivo, seu relacionamento acabe. Por quanto tempo
você consegue, com seus rendimentos, manter seu padrão de vida?
“Incentivamos as mulheres a se
imaginarem nessa situação e a buscarem soluções. Por exemplo, no caso do
parceiro ou parceira serem os responsáveis pela maior parte das contas da casa,
aconselhamos um seguro de vida e, para uma maior tranquilidade familiar, um
seguro para doenças graves”, destaca a especialista.
Converse com o parceiro:
Nos últimos meses, o casal conversou sobre o que falta para que cada um se
sinta mais feliz? Qual é o maior sonho do seu companheiro? Reservam tempo para
conversar sobre finanças, ao menos, uma vez no mês? Falar sobre faz com que as
questões financeiras sejam mais transparentes, e que cada um consiga ter
autonomia mesmo dentro de uma relação com salários muito diferentes. “Você pode
ser uma mulher independente, mesmo quando ganha menos que seu parceiro.
Independência não é sobre o quanto você ganha, é sobre o quanto você precisa
para viver”, completa.
Caso pretenda seguir sozinha
Aja com consciência:
Se você está em um relacionamento, mas pretende se divorciar, deve ter em mente
que o casamento é um contrato, e como tal tem suas regras de rescisão. No
momento de assinatura dele, vocês decidiram como seria a partilha dos bens.
Procure um advogado para orientação
e, antes de agir por impulso, pense: Se você trabalha, seu salário é suficiente
para cobrir seus custos? Se não trabalha comece a se preparar para voltar ao
mercado de trabalho. Se precisar reduzir seu custo de vida, sabe o que cortar?
Vai continuar morando na mesma casa? Vão vender e dividir o valor? Vai precisar
mudar de bairro? Seus filhos precisarão mudar de escola? Você tem uma reserva
financeira para os custos com advogado, mudança e outros imprevistos durante o
processo?
Se você não está em um
relacionamento, mas vive com alguém
De olho no orçamento:
Se você ainda mora com os pais ou divide a casa com amigos, mas quer morar
sozinha e ser independente, o raciocínio segue a mesma ordem. Observe seu
estilo de vida e descubra quanto precisa receber de valor líquido por mês para
conseguir trilhar esse caminho. Lembre-se, quanto menor for seu orçamento mais
livre você será, pois dependerá menos dos rendimentos mensais que receber.
Como ser forte para enfrentar essa
jornada?
Em paralelo às dicas da Simone
Sgarbi, vale a pena investir em autoconhecimento, como afirma a psicoterapeuta
Sabrina Amaral: “Você precisa saber o motivo de não ter uma relação saudável
com o dinheiro. Trabalhe sua autoestima e, igualmente, lute para mudar sua
atitude mental, sentido-se verdadeiramente merecedora. Para mudar quem você é,
é preciso desapegar daquilo que você acredita ser. Valores, crenças limitantes,
paradigmas e tudo aquilo que você acredita piamente e restringe seu
crescimento. Pode ser difícil seguir esse caminho, ainda mais sozinha, por
isso, é inteligente se abrir para algum tipo de acompanhamento emocional, como
por exemplo, a psicoterapia”.
A especialista em organização
financeira pessoal, Simone Sgarbi, ressalta que é um trabalho contínuo e depois
de algum tempo, inclusive, pode levar à independência financeira.
"Liberdade financeira e independência financeira são conceitos diferentes.
Uma pessoa livre financeiramente tem reservas suficientes para poder tomar
decisões como mudar de casa, de emprego, de estado civil, com tranquilidade.
Uma pessoa independente financeiramente consegue viver dos seus rendimentos sem
precisar trabalhar, por exemplo, recebendo dividendos de ações ou fundos
imobiliários, royalties por algum livro ou produtos que criou, recebimento
de aluguéis, previdência etc. Essa é uma construção passo a passo que começa no
controle de suas finanças hoje", conclui.
Simone Sgarbi - O
ponto de virada na vida de Simone Sgarbi aconteceu em um momento em que ela
estava sufocada em múltiplas dívidas. Então, pensando em estratégias para sair
desse ciclo, iniciou no mundo da educação financeira e, não só reverteu a sua
situação, passando de devedora a investidora, como criou o Investir, eu?, que
ajuda outras pessoas a se planejarem financeiramente e a investir. Especialista
em organização financeira pessoal, com formação na FGV (Fundação Getúlio
Vargas), no curso Como organizar o orçamento familiar, e Anbima (Associação
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), nos cursos
Mercado financeiro de A a Z e Planejamento de Investimentos, atualmente Simone
também promove o Círculo
de Educação Financeira que, por meio de pequenos grupos e grade de estudos
personalizada, dispõe às pessoas conhecimentos e ferramentas exclusivas para
melhorar sua relação com o dinheiro. Instagram investir_eu l
Facebook investireu l Blog: investireu.com
Sabrina Amaral - psicoterapeuta
Sabrina Amaral acredita na transformação do ser humano e, após uma vivência de
duas décadas na gestão de processos de RH, fundou a Epopéia Desenvolvimento
Humano que se propõe a levar à tona o que o cliente tem de melhor com o intuito
de ajudá-lo no processo de se tornar pleno, inteiro e feliz.Linkedin epopeia-coaching
l Facebook/Instagram epopeia.com.br l Site www.epopeia.com.br
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