Mente sã, corpo são. Já dizia o velho provérbio. Mas falar é fácil, difícil é aplicar essa ideia na nossa rotina, não é mesmo?
Manter a mente
saudável é um desafio diário que precisamos travar. A boa notícia é que, se
conseguirmos vencê-lo, estaremos mais perto da nossa própria felicidade e nos
prevenindo contra os altos índices de Burnout - assunto frequentemente
discutido aqui no blog.
Por isso, quero
compartilhar aqui alguns insights e pequenas estratégias que podemos
adotar no nosso dia a dia para manter a nossa mente saudável. Vamos juntos?
1. Durma bem
A primeira dica para
quem quer ter uma mente saudável é dormir bem. Parece fácil, mas para muitas
pessoas a simples atividade de dormir está longe de ser bem-executada.
1. Vá dormir sempre
no mesmo horário - regularidade é importante: não importa se é dia de semana ou
final de semana.
2. Mantenha a
temperatura do seu corpo estável, de preferência fresco - alguns especialistas
indicam que a temperatura ideal é de 18 graus Celsius.
3. Prefira ambientes
escuros - por conta da alta exposição diária à luminosidade, seja das telas de
computador ou celular, seja da luz natural, nosso corpo precisa de escuridão
especificamente durante à noite para acionar a liberação da melatonina -
hormônio do sono.
4. Não fique muitas
horas acordado na cama - se você não está conseguindo dormir, levante, faça
outra coisa completamente diferente e depois volte. O cérebro é como se fosse
um dispositivo que aprende a associar a cama ao gatilho de acordar. Por isso é
preciso "quebrar" essa associação.
5. Monitore a
quantidade de álcool e cafeína que você ingere - a regra básica é: fique longe
da cafeína à noite e tente não ir pra cama embriagado.
6. Tenha uma rotina
desacelerada - Apesar de muita gente acreditar que ir dormir tarde é sinônimo
de boa coisa, acredito, não é. Dormir é um processo fisiológico parecido com
aterrissar um avião: é gradual até que caia no sono profundo. Por isso, nos
últimos 20 minutos ou até mesmo meia hora antes de ir dormir, desconecte-se do
computador, celular e tente fazer algo relaxante.
2. Treine seus
sentimentos e emoções
"A forma como
encaramos nosso mundo interior condiciona tudo". Esta frase de Susan David
explica muito bem a relação que existe entre os nossos sentimentos e a forma
como reagimos aos acontecimentos externos.
Se estamos tristes,
nossos relacionamentos serão tristes. Se estamos com raiva, iremos tratar os
colegas de trabalho de forma áspera e por aí vai.
O fato é que não
existem emoções positivas ou negativas, boas ou más. Emoções são emoções.
Sentimentos são sentimentos. Nada é preto no branco.
É preciso enxergar
as coisas com mais flexibilidade e parar de nos auto julgar. Se nós quisermos
ter uma mente saudável, precisamos mantê-la longe da rigidez emocional.
Precisamos treiná-la
para que se torne mais ágil a fim de identificar sentimentos e emoções com
rapidez e assim tentar controlá-los de maneira a reduzir o nosso sofrimento.
E aqui vai uma dica:
esse tipo de treinamento geralmente vai acontecer durante as situações mais
críticas da nossa vida: aquelas nas quais nos sentimos mais fragilizados e
vulneráveis.
Treinar nossa mente
para ter agilidade emocional não é fugir dos sentimentos, mas encará-los tal
como eles são.
Se estamos diante de
um sentimento como frustração, medo ou tristeza, por exemplo, não devemos negar
que eles existem, muito menos fingir que estamos bem ou inabaláveis.
Precisamos
identificar os sentimentos e decidir o que vamos fazer com eles. Em muitos
casos vamos precisar dar espaço para o autoperdão e a prática de falar sobre
nossos sentimentos.
3. Pare de procurar
a felicidade e comece a fazer escolhas conscientes
Primeiro, pare de
procurar a vida perfeita: empregos com zero estresse não existem, bem como o(a)
namorado(a) sem defeitos, e nem o apartamento no bairro de luxo, etc. O que
acontece é que, ao invés de se sentir satisfeito(a) isso pode te gerar ainda
mais ansiedade.
Dados científicos já
mostraram que quanto mais entramos nessa busca incessante por felicidade, menos
conseguimos alcançá-la. A taxa de suicídio mundial infelizmente atingiu seu
maior pico nos últimos 30 anos nos Estados Unidos, mesmo com a melhora
significativa dos padrões de vida, mais pessoas se sentem sem esperança e
solitárias.
O que causa uma
situação crítica como essa? E a falta de sentido para a vida. Segundo a
pesquisadora e jornalista Emily Esfahani, a principal diferença entre
felicidade e sentido para a vida é que, enquanto a busca da felicidade envolve
alcançar um estado de conforto e relaxamento momentâneos, a busca por dar
sentido à vida vai muito além, pois envolve a doar-se de forma voluntária para
outra causa, ou seja, usar nossos pontos fortes para servir os outros.
E isso não
necessariamente acontece por meio do trabalho. Tem mais a ver com, aproveitar
os momentos transcendentais da nossa vida, quando nos desconectamos do nosso
eu, para dar espaço para algo maior.
4. Pratique a
filosofia estoica
O estoicismo afirma
que as virtudes devem ser baseadas nos comportamentos ao invés das palavras.
Portanto, se você tem um propósito claro de onde quer chegar comece a agir para
fazer isso acontecer.
Agir de acordo com o
que você acredita te fortalecerá e te blindará de forma poderosa contra os
obstáculos e frustrações que virão pela frente. Além disso, precisamos admitir
que está tudo bem não conseguir controlar tudo que é externo e não depende de
nós.
Afinal, todas as
nossas angústias derivam do fato de que passamos grande parte das nossas vidas
tentando controlar o que é incontrolável.
5. Prepare sua mente
para as situações mais críticas
Em 2014 a
pesquisadora de resiliência Lucy Hone perdeu a filha de 12 anos em um duro
acidente de carro que também levou a melhor amiga dela e a filha. Durante seu
processo de luto ela descobriu três estratégias que a ajudaram a sair de seus
piores dias e a encarar situações de extrema tristeza:
1) Esteja consciente
que coisas ruins podem acontecer. O sofrimento faz parte da vida, da existência
humana. Saber disso evita que você se sinta discriminado. Ao invés de se
perguntar: "Por que eu?" pergunte-se: "Por que não eu?"
2) Saiba escolher
cautelosamente a que dar atenção. Julgue as hipóteses de maneira realista,
foque naquilo que você pode mudar e tente aceitar aquilo que você não pode.
Como seres humanos temos a tendência de dar mais ênfase às coisas negativas O
nosso foco na ameaça, a resposta ao nosso estresse, fica ligado
permanentemente. Não devemos ignorar isso, mas devemos encontrar formas de nos
conectar com as coisas boas.
3) Pergunte-se
sempre: "o que eu estou fazendo está me ajudando ou prejudicando?"
Esse pensamento pode ser usado em diferentes contextos da sua vida, seja na sua
tentativa de conseguir promoção, seja para passar em uma prova ou até mesmo
para se recuperar de uma doença e te ajuda a te colocar novamente no controle
sobre si mesmo.
Lembre-se que nada
disso vai funcionar se não se tornar um hábito. E para mudar um hábito é
preciso persistência e foco no propósito que você quer atingir. Não é fácil -
muito pelo contrário - mas acredito que valerá a pena o esforço.
Virginia Planet - sócia-fundadora da House of Feelings - primeira escola
de sentimentos do mundo - www.houseoffeelings.com
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