Especialista destaca os pontos que marcam a relação
entre pai e filho no cenário atual
Que o perfil dos filhos mudou, ninguém duvida. Eles são mais
tecnológicos, lidam com diversos temas simultaneamente e têm voz ativa por meio
das redes sociais. E seus pais? Para manter a conexão com as novas gerações,
cabe a eles estar atento aos assuntos e atividades que os filhos gostam, ler e
ouvir o que eles buscam, conhecer seus amigos, mas também mostrar que estão
abertos a aprender com os filhos.
“É claro que os pais sabem muito e têm muito a ensinar sobre
valores que são atemporais como educação, gentileza, ética, respeito e
empatia”, explica Marco Gregori, criador
da Rede VIAe, método educacional vivenciado por cerca de três mil alunos na
Grande São Paulo, cuja proposta é estimular competências e habilidades
demandadas para o século 21, como tolerância, cooperação e
resiliência. “Mas há uma novidade importante: os pais também devem mostrar
capacidade de aprender com os filhos, que realmente têm muito para ensinar.
Hoje, a relação é muito mais intensa e ocorre em mão dupla, diferentemente de
décadas atrás, quando o aprendizado cabia quase que unicamente aos filhos”,
completa.
Para
os pais, a principal vantagem de estar aberto a este aprendizado é resgatar a
criatividade, a paixão e a sinceridade típicas de crianças e adolescentes.
“Crianças são enérgicas, interessadas e sinceras com seus sentimentos.
Adolescentes também. Eles têm uma paixão contagiante. Aprender com eles permite
aos pais ter novamente estes elementos em suas vidas”, diz.
Se
o aprendizado hoje ocorre de pai para filho e vice-versa, ainda cabe aos pais
ser um orientador para os filhos. “Não é porque os jovens têm hoje muito mais
capacidade de ensinar que a orientação dos pais tornou-se supérflua. O pai pode e deve ajudar os filhos a escolher os
melhores caminhos em diferentes momentos da vida, trazendo experiência,
injetando confiança e dando apoio. Colocar-se como alguém que pode
aprender com o filho não significa abrir mão do papel de orientador, embora
haja muita confusão sobre isso”, diz Gregori. “O pai reúne experiências que os
filhos não têm. Ele percebe lacunas da criança de um prisma diferente. Ele pode
e deve ajudar o filho a desenvolver suas habilidades e a se preparar para um
mundo que demanda mais colaboração e capacidade de empreender, por exemplo”.
Do
mesmo modo que o papel de orientação segue, a importância do bom exemplo
paterno também. “A conduta dos pais continua sendo algo que os filhos observam
e com a qual aprendem de maneira muito mais intensa. Não basta apenas o pai explicar conceitos, falar em ética, destacar sua
importância, se ele não a pratica. Os filhos são observadores. Querem ver
coerência entre o que o pai prega na teoria e o que ele faz na prática. Por
isso, é fundamental não apenas discursar, mas praticar valores como
convivência, respeito ao próximo, capacidade de partilhar e de falar a
verdade”, diz Gregori.
Rede VIAe -www.redeviae.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário