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terça-feira, 12 de julho de 2016

Jogos Olímpicos contam com monitoramento de saúde 24 horas



Atendimento prestado a atletas, delegações e espectadores das competições será monitorado por um centro de operações integrado entre as cidades e o governo federal 

As ocorrências de saúde envolvendo atletas, delegações e espectadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos serão monitoradas 24 horas por dia por centros de operações instalados nas cidades que receberão as competições. Nesta terça-feira (12), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou o Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS) que funcionará no Rio de Janeiro. Uma equipe do Ministério da Saúde composta por 125 profissionais vai atuar exclusivamente na coordenação do trabalho, realizado em parceria com os estados e municípios envolvidos.

“O país tomou as providências para que Jogos Olímpicos sejam realizados de forma tranquila e segura para os brasileiros e turistas durante as competições. O centro serve justamente para que a vigilância em saúde durante os jogos seja a mais eficaz e que possamos estar prontos para atender a qualquer ocorrência o mais rápido possível. Estamos preparados”, destacou Ricardo Barros.

No Rio de Janeiro, o CIOCS vai atuar direto do Centro de Operações Rio (COR) e será ativado plenamente a partir do dia 29 deste mês e segue até 26 de setembro. Durante a visita ao local, o ministro detalhou o funcionamento da estrutura e o fluxo de atendimento pelas cidades, além de participar de uma simulação da operação diante de um problema de saúde.

O Centro irá monitorar as situações de risco, a demanda por atendimento, a vigilância epidemiológica e sanitária, além de coordenar respostas diante de emergências em saúde pública. As demais cidades que receberão os jogos (Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Manaus) adotarão o mesmo modelo de monitoramento, que é utilizado desde 2011 no país. Já foi ativado em eventos como a Copa do Mundo e Jornada Mundial da Juventude.

Durante a Copa, por exemplo, foi possível verificar que apenas 0,2% dos participantes necessitaram de algum tipo de atendimento de saúde fora das arenas. A estimativa internacional é que entre 1% e 2% do público em eventos de massa necessite de algum cuidado médico e apenas 0,2% a 0,5% tenha necessidade de transferência para serviços de maior complexidade. Com isso, durante todo o período dos jogos é possível calcular cerca de 20 mil atendimento e 700 remoções.

ATENDIMENTO – A Rio 2016 prestará serviços médicos dentro do perímetro de segurança e oferecerá atendimento externo particular a atletas e delegações. Os demais espectadores que precisem de remoção dos locais de competição serão atendidos no SUS, na rede de assistência organizada pelo município. As remoções são feitas por meio da central de regulação do município e do estado, que utilizará as ambulâncias doadas pelo Ministério da Saúde.

A expectativa é que mais 90% dos atendimentos nas áreas de competição sejam resolvidos no próprio local. Fora das arenas, segue-se o atendimento usual pelos componentes do SUS (UBS, UPA e hospitais). Para casos de emergência com múltiplas vítimas, foram disponibilizados exclusivamente para os jogos 235 leitos de retaguarda só no município do Rio de Janeiro. Do total, são 135 federais, 50 municipais e 50 estaduais.

REFORÇO – O Ministério da Saúde investiu R$ 72 milhões na compra, aparelhamento e custeio de 146 novas ambulâncias para cobertura da população durante o período das competições. Após as Olimpíadas, as ambulâncias serão distribuídas a outras cidades para renovação da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192).

A Força Nacional do SUS estará com equipes de prontidão (médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem) na Base Aérea dos Afonsos (RJ) para emergências em saúde, com capacidade para montar três tendas para atendimento, além de sete leitos de UTI.

Além da contratação de 2,5 mil profissionais de saúde temporários e de 3,5 mil agentes externos, para inspecionar e eliminar focos da dengue, o Ministério da Saúde realizou uma série de capacitações e compra de equipamentos médicos. Outra ação é a disponibilização do novo portal Saúde do Viajante (www.saude.gov.br/viajante) com orientações para os brasileiros e turistas sobre os cuidados e a prevenção à saúde.

GUARDIÕES DA SAÚDE – O Ministério da Saúde também disponibilizou para a população o aplicativo Guardiões da Saúde. A ferramenta de vigilância participativa ajuda no monitoramento da saúde pública, uma vez que será possível mapear a ocorrência de sintomas similares relatados em determinadas localidades. “É importante que as pessoas baixem o aplicativo e informem o seu estado de saúde. A vigilância utilizará essa informação como um instrumento para antecipar possíveis problemas de saúde”, ressaltou Barros.

Ao informar a condição de saúde, o cidadão é orientado a procurar um serviço de saúde caso marque estar com algum sintoma de doença. A ferramenta permite verificar a UPA mais próxima por meio de GPS, além de identificar farmácias próximas. O aplicativo pode ser para download, gratuitamente, nas lojas virtuais Play Store e Apple Store e também pode ser acessada pela web.

A versão para os Jogos Olímpicos apresentada nesta terça-feira (12) pelo ministro Ricardo Barros conta com um visual novo, além de um Quiz com curiosidades sobre diversos temas da área da saúde. A cada resposta correta, o cidadão avança na corrida e pode conhecer mais sobre modalidades esportivas. Além do português, o aplicativo está disponível nos idiomas oficiais da ONU: francês, inglês, espanhol, japonês, russo e árabe.

CURSO – O Ministério da Saúde vai oferecer um Curso de Vigilância e Atenção à Saúde para profissionais que atuarão no Rio de Janeiro e em cidades sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A capacitação estará disponível a partir do dia 18 de julho, por meio da plataforma AVA-SUS (avasus.ufrn.br). O curso contará com a avaliação de risco, atuação da vigilância, comunicação de doenças de notificação compulsória, papel da Força Nacional do SUS, conduta frente à contaminação por substâncias químicas, organização do sistema de saúde e vigilância participativa.



Alexandre Penido
Agência Saúde

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