Em qualquer momento de nossas vidas, a inteligência
emocional é uma competência que faz a diferença em nossa vida. Agora, na
quarentena, essa habilidade se tornou ainda mais importante.
Comportamentos como autossabotagem, aborrecimento,
culpar outras pessoas, ansiedade e a dificuldade em interpretar as emoções são
alguns dos mais comuns que revelam, não necessariamente a falta de inteligência
emocional, mas principalmente, maus hábitos que desenvolvemos e carregamos vida
afora.
E agora, mais do que nunca, é hora de eliminar maus
hábitos e aprender com quem está lidando bem com a pandemia:
- Pare de se preocupar com o futuro
Preocupar-se com o futuro significa negar a
natureza incerta da vida. Almejamos ordem e certeza, mas há uma grande
diferença entre tomar medidas para reduzir a incerteza e ficar tão aterrorizado
com isso, como muitos agora estão, que nos iludimos ao ponto de acreditar que
podemos eliminá-la. Pré-ocupar-se pensando ou executando inúmeros cenários
hipotéticos não significa que você esteja melhor preparado para o futuro.
Pessoas emocionalmente inteligentes entendem que a vida é inerentemente incerta
e entendem que é melhor encarar essa realidade. Quando você para de se
preocupar com o futuro, sobra tempo e energia para viver o hoje, o aqui e
agora, em sua plenitude.
- Pare de reviver o passado
Ruminar o passado, com seus erros – e também
acertos - é uma tentativa equivocada de controle, outra necessidade humana.
Todavia, a análise recorrente de seus erros passados não mudará o que
aconteceu. Pessoas emocionalmente inteligentes não apenas entendem, mas
aceitam, esta triste realidade. Se você deseja seguir em frente com sua vida,
em vez de ficar preso no passado, deve aceitar o passado pelo que é - incluindo
se sentir impotente. Em caso de dúvida, aja no presente, faça algo útil agora,
por menor que seja, e resista à tentação de reproduzir mais uma vez
comportamentos do seu passado.
- Pare de criticar o “mundo”
Criticar os outros geralmente é um mecanismo de
defesa inconsciente que visa aliviar nossas próprias inseguranças. Pensar com
cuidado e crítica sobre o mundo ao nosso redor é uma necessidade, pois nos
ajuda a navegar pelo mundo e nossos relacionamentos de maneira mais objetiva.
Todavia, o hábito de criticar os outros, a empresa, o Governo, o “mundo”, pode
levar ao oposto da objetividade: nos tornar tacanhos e cegos.
Uma das razões pelas quais é tão fácil passar a
criticar os outros habitualmente é que isso nos faz sentir bem: quando você diz
que alguém é ignorante, no fundo o que está dizendo é que você é inteligente,
ou quando você ri da roupa que alguém está vestindo, no fundo o que está
pensando é que você se veste bem e quando você critica o presidente da empresa
onde trabalha ou os governantes, no fundo o que está querendo acreditar é que
no lugar deles, com certeza, faria melhor.
Críticas úteis são sobre melhorar o mundo. Críticas
inúteis são sobre como se sentir melhor. Embora ser crítico possa
temporariamente fazer você se sentir bem consigo mesmo, geralmente faz com que
você se sinta pior a longo prazo. Pessoas emocionalmente inteligentes entendem
que criticar os outros é apenas um mecanismo de defesa primitivo, e que existem
maneiras muito melhores e mais produtivas de lidar com nossas ansiedades e
inseguranças. Criticar os outros é um desperdício de tempo e energia, que
poderiam ser investidos na melhoria de si e do mundo ao seu redor.
- Pare de esperar demais
Sempre digo que “satisfação é igual realidade menos
expectativa” e que “só há um jeito para ser feliz, controlar a expectativa, já
que há diversas outras variáveis que não controlamos”. Expectativas irrealistas
são uma tentativa equivocada de controlar pessoas e situações. Manter uma
expectativa irrealista significa que você passa um tempo criando histórias em
sua mente sobre o que as outras pessoas devem fazer e/ou como as situações
devem ocorrer. E quando não ocorre como imaginado, inevitavelmente, você se
sente frustrado(a) e decepcionado(a). Como você responde a essa frustração e
decepção? Criando expectativas ainda mais elaboradas, porque isso faz você se
sentir bem e no controle.
A solução é controlar sim, mas somente suas
expectativas. Pare de criar histórias e apenas esteja presente para a pessoa
que é. Se entregue para suas lutas atuais ao invés de sonhar acordado com seus
sucessos futuros, estabeleça limites possíveis de comportamento ao invés de
desejar a perfeição, aceite as pessoas onde e como elas estão, em vez de onde e
como você quer que elas estejam.
Bia Nóbrega
- É coach, mentora, palestrante, conselheira e
executiva há mais de 22 anos na Área de Recursos Humanos em empresas líderes em
seus setores. Graduada em Psicologia pela USP, pós-graduada em Administração de
Empresas pela FGV-SP, pós-MBA em Conselho pela Saint Paul Escola de Negócios e
ESMT – European School of Management and Technology, possui diversos cursos de
formação, certificação e atualização. É afiliada à International Coach
Federation (ICF), Associação Brasileira de Coaches (ABRACOACHES), Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Women Corporate Directors (WCD),
Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) e Associação Brasileira de
Treinamento e Desenvolvimento (ABTD). É autora do livro “Autocoaching: 29 dias
para dar um upgrade na sua vida” – DVS Editora e é coautora do livro “Mapa da
Vida” - Editora Ser Mais. Possui mais de 800 horas de atendimento em
coaching executivo, carreira e vida e desde 2015 propaga o Autocoaching como A
Melhor Ferramenta de Autodesenvolvimento e um Estilo de Vida.
Facebook: Bia Nóbrega
Instagram: @bia.coaching
Twitter: @bianobrega3
Linkedin: Beatriz Cara Nóbrega
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