Em meio à crise da pandemia do
coronavírus (Covid-19), que também tem impacto direto nas finanças de milhões
de brasileiros, uma das principais dúvidas é quais dívidas devem ser pagas.
Lembrando que muitas linhas de créditos como financiamento imobiliários e
contas de águas e luz já podem postergadas. Mas, existem dívidas como a de
cartão de créditos e cheque especial que também devem ser deixadas para um
outro momento em caso de emergência e muitas financeiras já estão aceitando
essa possibilidade.
Essa é a opinião do PhD em educação
financeira Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileiros de
Educadores Financeiros (ABEFIN). "Mesmo o Governo tendo diminuído as taxas
de juros Selic e criando políticas para diminuição de juros, muitas
instituições financeiras ainda cobram taxas abusivas".
A população está precisando de ajuda e
a educação financeira tem que trabalhar com as causas dos problemas financeiros
e uma dessas são os excessos de juros. Isso se observa em taxas de cartões de
crédito e cheque especial acima de 8% ao mês.
"Os bancos estão ajudando por um
lado, postergando dívidas que possuem taxas baixas, como é o caso de
financiamentos. Isso é fácil, mas por que não se faz isso com essas linhas que
possuem taxas abusivas? Por isso que tem que levantar a bandeira de não pagar
mais os juros exorbitantes do cartão de crédito e do cheque especial,
precisamos levantar a bandeira dos juros baixos", argumenta o presidente
da ABEFIN.
"Atualmente um absurdo é que o
juro Selic é de 3,75% ao ano e os juros dessas linhas de crédito são maiores
que 300%. Sempre respeitei as instituições financeiras, mas ou elas dão as mãos
à população, ou é preciso que a população se revolte com essa situação, não é
possível que uma família não tenha dinheiro para o supermercado e tenha que
pagar o juros absurdos dessas linhas de crédito, não dá mais para brincar",
afirma Reinaldo Domingos.
Ele explica que mesmo com o não
pagamento, o banco não vai tomar nada das pessoas nesse momento, "temos
que lembrar que estamos em um período de calamidade pública, caso todos não
paguem, as instituições financeiras terão que tomar uma atitude, e um dos
caminhos é parcelar com menos juros e/ou com parcelas mais alongadas",
argumento Domingos.
"Não estou pregando o calote, mas
pedindo respeito dessas instituições por esse momento onde muitos estão em casa
sem receitas. É simples, a prioridade é alimentação remédio e educação e não
pagar juros", explica o diretor da ABEFIN.
A recomendação do educador é que
"em casos em que a pessoa não tenha capacidade de arcar com seus
compromissos, deixe essas contas para um segundo plano, as empresas terão que
buscar formas de recuperar esses valores no pós-crise e assim devem dar várias
opções para pagamento. A hora é de uma gravidade extrir paema, assim decisões
extremas também devem ser tomadas, tem que se buscar alternativas novas".
Segundo projeções do presidente da
ABEFIN os impactos da crise ainda serão sentidos por muito tempo nos bolsos dos
brasileiros. "Por mais que a crise de saúde dure pouco tempo, os impactos
na economia vão ser avassaladores por muito tempo, de seis meses a um ano.
Viveremos uma nova realidade, temos que esquecer conceitos antigo",
explica.
Em relação ao não pagamento das dívidas
de cartão de crédito de cheque especial Reinaldo Domingos reforça que por vezes
até mesmo estar com o nome sujo pode auxiliar a pessoa, impedindo que ela faça
mais dívidas no futuro, alimentando a bola de neve da inadimplência.
Mas, mesmo diante todo esse cenário avassalador, o presidente da
ABEFIN recomenda que as pessoas não deixem de sonhar e projetar o futuro. Isso
é reforçado pelo momento em que o mundo atravessa, onde as pessoas estão mais
em casa, junto com as famílias, para buscar reconectar e encontrar os desejos
reais de todos.
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