Aprovação de medicamento é a novidade para mês de
conscientização desse tipo de tumor
Abril
é o mês de conscientização do câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao
estômago), o sexto tumor mais frequente entre os homens e o 15º entre as
mulheres no Brasil, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. Segundo o
Instituto Nacional do Câncer (INCA) são, aproximadamente, 11.400 casos novos
registrados anualmente no país. E uma novidade para tratar a doença foi
aprovada em 23 de março de 2020 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
o medicamento Pembrolizumabe. “A droga é uma medicação imunoterápica, ou seja,
que não atinge diretamente as células tumorais, mas estimula nosso sistema
imune a combatê-las. Por conta dessa ação indireta, os efeitos colaterais desse
tipo de terapia costumam ser menos frequentes e mais toleráveis para os
pacientes. E sabemos que nos últimos anos a imunoterapia vem sendo aprovada
para diversos tumores, revolucionando a Oncologia”, afirma Rafael Luís,
oncologista do Grupo SOnHe- Sasse Oncologia e Hematologia.
Os
principais fatores de risco para o câncer de esôfago são o consumo excessivo de
álcool e o tabagismo, além de, mais recentemente, a obesidade ter passado a
compor a lista. Tais doenças predispõem a lesão repetida da mucosa esofágica,
aumentado a frequência de mutações das células locais e, consequentemente, a
incidência de neoplasias malignas. “Quando localizado, o tratamento envolve
cirurgia com ou sem combinação de radioterapia e quimioterapia. No caso da
doença avançada, a terapia é baseada em quimioterapia, muitas vezes em
combinação ou isolada, havendo um número limitado de opções para uso. Além
disso, essas drogas promovem uma eficácia limitada com toxicidades elevadas.
Por isso, foi muito importante essa aprovação da Anvisa, do uso do
Pembrolizumabe para esses pacientes”, explica o oncologista.
No
caso do câncer de esôfago, a aprovação da Anvisa foi para pacientes com tumores
metastáticos, localmente avançados ou recorrentes, com doença em progressão
após 1ª linha de tratamento e que tivessem expressão da proteína PD-L1 CPS ≥
10%, um indicativo de maior resposta à imunoterapia. “O estudo que serviu de
base para a decisão comparou quimioterapia-padrão de 2ª linha com
Pembrolizumabe, e mostrou uma redução de 31% no risco de morte, com
significância estatística, aumentando em quase três meses a sobrevida global
mediana dos indivíduos com PD-L1 CPS ≥ 10%. Isso levou a mais que o dobro de
pacientes permanecerem vivos após 18 meses. Importante destacar que a qualidade
de vida foi melhor e os eventos adversos, menos frequentes nos pacientes que
utilizaram Pembrolizumabe, incluindo os graves”, explica Dr. Rafael.
Para
o médico, a aprovação da droga é mais um avanço proporcionado pela
imunoterapia, agora para o tumor de esôfago, e que deve beneficiar muitos
pacientes, trazendo não só mais tempo, mas também mais qualidade de vida.
“Reforçamos que a vida saudável é, muitas vezes, consequência de hábitos
saudáveis, portanto, evitar álcool em excesso, não fumar, manter uma dieta
balanceada e um peso adequado são grandes passos para a prevenção do câncer de
esôfago”, alerta o oncologista.
Rafael
Luís - mestre em oncologia pela Unicamp. Tem graduação e residência em
Clínica Médica e Oncologia clínica também pela Unicamp. Realizou Fellowship no
MD Anderson Cancer Center Madrid. É membro da Sociedade Brasileira de Oncologia
Clínica (SBOC) e da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica (ESMO). Rafael faz
parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e
Hematologia e atua no Instituto Radium de Campinas, no Hospital Santa Tereza,
Hospital Madre Theodora e na Santa Casa de Valinhos.
Grupo
SOnHe - Sasse Oncologia e Hematologia
Redes
Sociais @gruposonhe
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