Gestantes, pessoas
de pele negra e idosos fazem parte deste grupo e devem monitorar o nível dessa
vitamina para preservar a saúde
A vitamina D é essencial para o bom funcionamento
do organismo. Como reguladora do fornecimento de cálcio e fósforo, atua
diretamente na proteção óssea, nos rins e intestino, além de possível efeito no
equilíbrio de outras células e outros órgãos do nosso corpo, como o sistema
imune.
Para tirar dúvidas sobre o papel da vitamina D para
prevenção de doenças em gestantes, pessoas de pele negra e idosos, que fazem
parte dos grupos de risco de hipovitaminose D, a médica especialista em
Endocrinologia Victória Borba (CRM PR-9951), professora doutora da Universidade
Federal do Paraná, dá dicas para evitar este quadro e manter a saúde.
Gestantes
Durante a gestação, o papel da vitamina D é
fundamental na absorção de cálcio e na modulação da resposta imunológica da
mãe. A endocrinologista esclarece que, para a vitamina D funcionar como um
verdadeiro pró-hormônio, ela precisa se ligar a um receptor, como se fosse uma
chave tentando se encaixar em uma fechadura. Dessa forma, quando ocorre esse
“fechamento”, a vitamina passa a exercer a sua ação em mais de 200 genes
localizados em várias células do organismo.
Para as futuras mamães produzirem e manterem os
níveis adequados de vitamina D, a recomendação é de exposição ao sol por 15
minutos todos os dias. O sol mais adequado para a produção de vitamina D é o
das 10h às 15h. No entanto, a exposição nesse horário pode precisar de alguns
cuidados e, por isso, recomenda-se que o obstetra sempre seja consultado para
orientação. Os cuidados com a alimentação também devem ser redobrados a fim de
suprir todas as necessidades da mulher e do bebê. A especialista recomenda a
ingestão de alguns peixes com maior concentração de vitamina como o salmão, o
atum e a sardinha. Gemas de ovos, cogumelos e bife de fígado também são
indicados.
Contudo, a exposição ao sol de maneira correta e
alimentação saudável nem sempre serão suficientes para atingir o valor
referência (30ng/ml) de vitamina D para gestante e a suplementação torna-se
necessária. “Na gestação e, durante a lactação, as doses recomendadas são, na
prevenção, de 400 a 2.000 UI/dia, enquanto a dose de tratamento é de 4.000 a
6.000 UI/dia”, indica a médica.
Pele Negra
Victória explica que pessoas de pele negra
precisariam dobrar ou até mesmo triplicar o tempo de exposição solar para
sintetizar a mesma quantidade de vitamina D do que uma pessoa de pele branca.
“Isso ocorre porque a melanina, responsável pela pigmentação e proteção contra
a radiação solar, acaba por inibir a produção da vitamina D na pele negra”,
ressalta. A suplementação pode ser necessária, para manter os níveis hormonais
dentro das taxas indicadas.
Idosos
A vitamina D é o principal pró-hormônio que atua na
absorção do cálcio pelo organismo. Quando está em nível muito baixo, ocorre a
retirada cálcio do osso para que se mantenham os níveis de cálcio circulante.
Por consequência, há o comprometimento da calcificação dos ossos, o que pode
ocasionar doenças como osteopenia e osteoporose.
Como a pele dos idosos tem uma menor capacidade de
produção de vitamina D, eles apresentam uma tendência a ter deficiência dessa
vitamina. A especialista ressalta que, dependendo do caso, pode ser necessária
uma dose elevada, inicialmente, para se alcançar o nível ideal de vitamina
D.
“É possível fazer uma dose de ataque inicial mais
alta para melhorar o estoque desta vitamina, porém não ultrapassando as 50.000
UI por semana. Depois deverá ser mantida com doses que podem variar até 2000 UI
ao dia. Em idosos, níveis de 30ng/ml devem ser considerados ótimos pelo risco
de osteoporose, quedas e fraturas”, finaliza a médica.
Referências consultadas
Vinkhuyzen
AAE, Eyles DW, Burne THJ, et al. Gestational vitamin D deficiency and autism spectrum
disorder. BJPsych Open. 2017;3(2):85-90. Disponível em: <https://www.cambridge.org/core/services/aop-cambridge
core/content/view/339D73DC98FF9C2672A9A099D4F0F4F6/S2056472400002064a.pdf/gestational_vitamin_d_deficiency_and_autism_spectrum_disorder.pdf>.
Acesso em: agosto, 2019.
Triggianese P, Watad A, Cedola F, et al. Vitamin D
deficiency in an Italian cohort of infertile women. Am J Reprod Immunol.
2017;78(4)
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