Apesar do
isolamento social, o acompanhamento periódico com o obstetra não deve ser
deixado de lado; as consultas podem ajudar a diagnosticar casos leves da
Covid-19 e a evitar complicações ao longo da gravidez
Incluídas como grupo de risco para o novo
coronavírus, muitas gestantes estão com receio de sair do isolamento social até
mesmo para fazer o pré-natal. Apesar da necessidade de se resguardar a saúde
das futuras mamães, em especial nesse momento de pandemia, ainda é muito
importante que o acompanhamento periódico não seja deixado de lado. “O
pré-natal é a principal arma da gestante para reconhecer problemas que podem
alterar o desfecho da gravidez. Por isso, a orientação é evitar sair de casa
sempre que possível, mas não faltar às consultas com o obstetra. É uma medida
de equilíbrio e diálogo com o médico”, ressalta o ginecologista e obstetra do
Grupo de Gestação de Alto Risco da Paraná Clínicas, Dr. Diego Esteves dos
Santos.
Não é preciso, por exemplo, fazer múltiplas
ecografias, evitando assim idas desnecessárias até as clínicas. “As gestantes
têm de redobrar os cuidados com a higiene, utilizar máscara, álcool gel e lavar
as mãos com frequência, além de evitar ir acompanhada às consultas”, completa o
médico. Tudo isso porque o sistema imunológico da mulher fica mais sensível
durante o desenvolvimento do bebê, o que faz com que elas fiquem mais
suscetíveis a contaminações. “A tendência é que as infecções virais,
principalmente respiratórias, sejam mais graves nas gestantes. No caso do
coronavírus, como ainda não temos dados concretos sobre seus efeitos para a mãe
e o bebê, torna-se mais seguro se reduzir as chances de contágio”, destaca Dr.
Diego.
No consultório, por telefone ou mensagem de texto,
os médicos trabalham para tranquilizar as pacientes e esclarecer todos os
questionamentos possíveis sobre a relação entre a gravidez e o novo
coronavírus. Confira abaixo alguns pontos principais destacados pelo obstetra
da Paraná Clínicas:
- Algum sintoma da Covid-19
pode ser confundido com os da gestação?
Sim, existem vários. Por exemplo, fadiga, falta de
ar leve ou taquicardia ao levantar da cama são sintomas comuns tanto à gestação
quanto ao coronavírus. Diferem em intensidade, características e evolução
clínica. Por isso, é sempre importante a avaliação médica periódica e a
manutenção do pré-natal, para reconhecermos se há ou não risco de ocorrência da
doença.
- Se a gestante for
diagnosticada com Covid-19, há risco de contaminação do bebê?
De modo geral, ainda existem poucas pesquisas
concluídas sobre o coronavírus, por isso é difícil afirmar com certeza como a
doença se comporta. O que temos visto em pequenos estudos é a ausência da
contaminação vertical, quando a mãe passa o vírus para o feto, e o bebê tende a
nascer com saúde. Sendo assim, não há contraindicação de via de parto e a
recomendação de parto natural pode ser mantida.
- Depois do nascimento, como
fica a amamentação?
Há uma discussão entre várias escolas de medicina
do mundo sobre o aleitamento materno e a infecção por Covid-19, mas a
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a manutenção do contato entre mãe
e bebê. Nesse caso, precisa-se reforçar alguns cuidados, como o uso de máscara,
lavagem das mãos antes e depois do aleitamento ou de manusear as mamas, evitar
tossir ou espirrar perto do bebê. São exemplos de cuidados de higiene que
tornam possível manter o benefício da amamentação. Nos casos graves, em que há
confirmação da doença, o distanciamento entre mãe e bebê pode ser recomendado.
Mesmo assim, torna-se possível fazer a ordenha do leite para que outra pessoa
alimente o bebê.
Paraná Clínicas
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