A resposta é clara. Para evitar problemas
respiratórios que podem ser graves e muito semelhantes aos causados pelo
coronavírus, além de evitar os sintomas comuns como febre, tosse e dores no
corpo. A preocupação central é o novo vírus, mas devemos nos manter atentos
também a sintomas do H1N1, que podem provocar problemas leves, mas também mais
severos, inclusive levar a óbito alguns pacientes, como ocorrido em 2019,
quando 796 pessoas morreram em decorrência da doença aqui no Brasil.
De olho no cenário, a campanha nacional de
vacinação contra a gripe de 2020 foi adiantada em um mês. Antes, a proposta
original era iniciar toda operação na segunda quinzena de abril. Mas as
mudanças não param por aí. Nesse ano, o objetivo é imunizar no mínimo 67
milhões de brasileiros, inclusive adultos de 55 a 59 anos, que também poderão
receber uma dose gratuitamente nas Unidades de Saúde Pública.
De acordo com o Ministério da Saúde, a campanha
começará mais cedo para proteção da população. A campanha foi antecipada porque
a vacina deixa o sistema imunológico 80% protegido contra cepas do vírus
influenza, milhares de vezes mais comuns que o coronavírus.
Desse modo, tão importante quanto as recomendações
de isolamento, a circunstância atual reforça a necessidade em manter o
calendário de vacinas em dia, principalmente de olho em outras doenças
potenciais como a dengue e sarampo. E por falar em vacina, a campanha de 2020
começou no dia 23 de março e, a princípio, tendo como foco os idosos a partir
de 60 anos e os trabalhadores da área da saúde. Após o dia 16 de abril,
professores de escolas públicas e privadas, doentes crônicos e profissionais
das forças de segurança e salvamento também são incluídos.
Vale lembrar que a vacina da gripe é trivalente, ou
seja, imuniza contra três tipos de vírus: H1N1, H3N2 e Influenza B. Sua
composição é recomendada anualmente pela Organização Mundial da Saúde, baseada
em informações sobre a prevalência das cepas circulantes. Assim, a cada ano, a
vacina da gripe muda, para proteger contra os tipos mais comuns do vírus
naquela época.
O Dia D da campanha será em 9 de maio, e a partir
de então, crianças de 6 meses a 6 anos incompletos (5 anos, 11 meses e 29
dias), grávidas, puérperas (mulheres que tiveram um filho nos últimos 45 dias),
adultos com 55 a 59 anos, povos indígenas, adolescentes e jovens de 12 a 21
anos, que estão sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e
funcionários do sistema prisional também poderão ser vacinados.
O restante da população, que não está inserida nos
grupos prioritários, pode ser vacinado em clínicas privadas, mas engana-se quem
pensa que o coronavírus é a única doença que preocupa a todos nesse momento. No
Brasil, embora assuntos ligados à pandemia tenham amortizado o noticiário sobre
outras doenças, nossa sociedade está exposta, caso haja descuido, a uma
epidemia de dengue, que só neste ano já matou 148 pessoas. Não à toa, a
secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, tem reforçado o
pedido para que a população fique atenta e aproveite o momento de isolamento
para eliminar possíveis focos do mosquito.
Portanto, vivemos um cenário suscetível a vários
males, e precisamos estar alerta a quaisquer sintomas, além de tentarmos
nos proteger ao máximo, levando a sério tanto as campanhas de vacinação,
quanto as medidas de distanciamento social para combatermos a Covid-19, como
também eliminarmos possível focos de proliferação do mosquito causador da
dengue. É um momento de atenção e solidariedade, porque apenas juntos, e
respeitando o direito e também as necessidades de todos, conseguiremos
enfrentar a situação em sua completa amplitude.
Dr. Marcos Antônio Cyrillo -
diretor clínico e infectologista do Hospital IGESP.
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