A preocupação com o
bem-estar dos funcionários e colaboradores faz parte da rotina das empresas que
buscam uma maior produtividade e melhores resultados. O recente estudo “Linking
Workplace Best Practices and Organizational Financial Performance”, publicado
no Journal of Occupational and
Environmental Medicine, realizado nos Estados Unidos, revelou que
as companhias que investem no bem-estar dos trabalhadores são até 235% mais
eficientes.
Importante ressaltar
que é crescente essa corrente empresarial para uma melhor qualidade de vida de
seus funcionários. É visível a preocupação dos empresários com o bem-estar dos
colaboradores. Em muitos casos, a empresa detecta que problemas da vida pessoal
afetam diretamente na produtividade.
Entre os vários
problemas que provocam a improdutividade no meio ambiente laboral, as finanças
pessoais têm uma representatividade expressiva. Segundo pesquisa realizada pela
PWC, em uma amostra de 1.600 colaboradores, 46% alegam ter problemas ou
desafios em suas finanças.
Vale ressaltar que no
estudo 70% das pessoas não conseguem pagar o cartão de crédito e as contas do
mês. São fatores que estão entre os maiores causadores do chamado “Estress
Financeiro”.
Para se ter uma ideia
de como o problema no “bolso” afeta o trabalhador, na pesquisa 28% dos
entrevistados alegaram que o maior impacto dos problemas financeiros é na
saúde. Já 23% indicaram que as contas no vermelho levam a problemas em seu
relacionamento com a família. Outros 22% afirmaram que a produtividade no
trabalho é afetada diretamente e; 12% faltam no trabalho por conta do
desequilíbrio nas finanças.
Os dados são
alarmantes, uma vez que um funcionário passa aproximadamente 44 horas semanais
dentro da empresa. E indicam que o efeito do estresse financeiro na
produtividade do trabalhador é preocupante.
Outros indicadores do
estudo também chamam atenção: 30% dos funcionários são distraídos pelas suas
finanças durante o trabalho e 46% dos profissionais distraídos gastam 3 horas
ou mais toda semana lidando com problemas de finanças pessoais.
E o resultado é que os
problemas financeiros dos trabalhadores nos Estados Unidos representam uma
perda estima em US$ 3,3 milhões por ano, provocada pela queda na produtividade.
Sem dúvidas, os números
podem ser ainda mais dramáticos no Brasil, considerando que os norte-americanos
já têm uma maturidade financeira. Essa questão desenvolve um fenômeno chamado
de presenteísmo, no qual o funcionário está de corpo presente em seu posto de
trabalho, mas por uma razão ou motivo não consegue produzir. Ou seja, a pessoa
está fisicamente presente, porém a sua mente não está focada na produção.
Existe um movimento por
parte das empresas na busca pela educação financeira, tanto lá, quanto cá. O
investimento no planejamento financeiro pode render um ganho direito e também
indireto, visto que a pesquisa revelou que 28% dos trabalhadores alegam ter
impacto na saúde. Dado que representa um aumento no uso e no custo dos planos
de saúde, impacto que pode ser sentido pela própria empresa na renovação com as
operadoras de saúde. E provoca também outros gastos como, por exemplo, horas
extraordinárias para outros empregados. E também representará um efeito
negativo da diminuição da produtividade do outro empregado por acúmulo de
tarefas e custos para garantir uma ajuda temporária. E o reflexo final desse
ciclo pode ser o de perda de negócios e/ou clientes insatisfeitos.
E quais as vantagens
que a empresa tem em investir em um “Programa de Bem-Estar Financeiro” para
seus colaboradores?
Vale citar pelo menos
10 bons exemplos:
- Manutenção da
produtividade em patamar estável;
- Redução do
absenteísmo;
- Diminuição do
presenteísmo: colaborador focado e motivado;
- Maior retenção de
talentos e queda de turnover: menor rotatividade para se diferenciar no
mercado;
- Redução de acidentes
de trabalho: estar bem fisicamente e mentalmente para ter atenção;
- Menor sinistralidade
do plano de saúde;
- Melhorias na atração
e retenção de talentos;
- Maior chance de
promoção do trabalhador na empresa pelo seu tempo de dedicação e serviço;
- Menor custo com horas
extras e contratação temporária;
- Menos sobrecarga de
trabalho para aqueles que ficam no setor.
Portanto, é importante
reforçar que a causa do absenteísmo no trabalho, na maioria das vezes,
extrapola o âmbito da responsabilidade financeira pela presença de múltiplos
fatores associados, demandando a cooperação de todos para seu adequado
tratamento. E a empresa pode e deve ser o principal ambiente de cooperação e
proliferação de educação financeira.
Sheila David Oliveira
- diretora de Novos Negócios - In Company da Empresa GFAI, especializada em
planejamento financeiro, pós-graduada em Psicologia Positiva e MBA em Gestão de
Pessoas.
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