Dermatologista do Hospital São
Luiz explica principais causas e tratamentos
O suor é um importante mecanismo
de manutenção da temperatura corporal. A produção de suor é regulada pelo
sistema nervoso e feita pelas glândulas sudoríparas, que estão distribuídas por
toda a extensão da pele e ficam em sua camada mais profunda, a derme. Existem
dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas.
Segundo a Dra. Samar Mohamad El Harati, dermatologista do
Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, enquanto o primeiro tipo é
caracterizado pelo suor nas mãos e nos pés, por exemplo, o segundo existe
principalmente nas axilas, virilhas e regiões com mais pelos, produzem o suor
com odor característico. O mau cheiro das axilas é chamado de bromidrose e
acontece devido à quantidade de suor, que pode ser meio de cultura
para bactérias que causam o cheiro forte.
Quando
há transpiração extrema, denominada hiperidrose, o suor pode ser sinal de
problemas. “Dependendo da quantidade, pode causar desconforto ao paciente, além
de ser embaraçoso, pode gerar ansiedade a até perturbar todos os aspectos
da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até
relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem”, afirma a médica.
Entre
as causas da hiperidrose estão os estímulos emocionais (hiperidrose emocional)
ou maior sensibilidade dos centros reguladores de temperatura, pois a sudorese
está diretamente ligada ao controle da temperatura corporal. Além disso,
algumas doenças metabólicas ou lesões neurológicas também podem dar origem ao
quadro.
De
acordo com a especialista, há dois tipos de hiperidrose: primária focal e
secundária generalizada. A hiperidrose focal aparece na infância ou
adolescência, geralmente nas mãos, pés, axilas, cabeça, ou rosto. As pessoas
não suam quando dormem, ou em repouso e normalmente há mais pessoas na mesma
família com o problema.
O outro tipo é causado por uma condição médica ou efeito
colateral de uma medicação. Ao contrário da hiperidrose focal primária, as
pessoas com hiperidrose secundária suam em todas as áreas do corpo ou em áreas
incomuns.
“Outra diferença fundamental é que pessoas com hiperidrose
generalizada podem transpirar excessivamente durante o sono”, explica a
dermatologista. O tratamento deste tipo de sudorese envolve primeiro determinar
a causa da condição, seja outra doença ou uma medicação.
Os tratamentos mais eficazes para controlar este problema
devem ser avaliados pelo especialista e vão desde antitranspirantes mais fortes
até medicamentos, procedimentos médicos (como a aplicação da toxina botulínica
tipo A, que bloqueia temporariamente os nervos que estimulam a sudorese) e
cirúrgicos, em casos mais graves.
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