quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Suor excessivo pode ser problema de saúde e afetar bem-estar físico e emocional



Dermatologista do Hospital São Luiz explica principais causas e tratamentos


 O suor é um importante mecanismo de manutenção da temperatura corporal. A produção de suor é regulada pelo sistema nervoso e feita pelas glândulas sudoríparas, que estão distribuídas por toda a extensão da pele e ficam em sua camada mais profunda, a derme. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas.

 Segundo a Dra. Samar Mohamad El Harati, dermatologista do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, enquanto o primeiro tipo é caracterizado pelo suor nas mãos e nos pés, por exemplo, o segundo existe principalmente nas axilas, virilhas e regiões com mais pelos, produzem o suor com odor característico. O mau cheiro das axilas é chamado de bromidrose e acontece devido à quantidade de suor, que pode ser meio de cultura para bactérias que causam o cheiro forte.

 Quando há transpiração extrema, denominada hiperidrose, o suor pode ser sinal de problemas. “Dependendo da quantidade, pode causar desconforto ao paciente, além de ser embaraçoso, pode gerar ansiedade a até perturbar todos os aspectos da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem”, afirma a médica.

 Entre as causas da hiperidrose estão os estímulos emocionais (hiperidrose emocional) ou maior sensibilidade dos centros reguladores de temperatura, pois a sudorese está diretamente ligada ao controle da temperatura corporal. Além disso, algumas doenças metabólicas ou lesões neurológicas também podem dar origem ao quadro.

 De acordo com a especialista, há dois tipos de hiperidrose: primária focal e secundária generalizada. A hiperidrose focal aparece na infância ou adolescência, geralmente nas mãos, pés, axilas, cabeça, ou rosto. As pessoas não suam quando dormem, ou em repouso e normalmente há mais pessoas na mesma família com o problema.

 O outro tipo é causado por uma condição médica ou efeito colateral de uma medicação. Ao contrário da hiperidrose focal primária, as pessoas com hiperidrose secundária suam em todas as áreas do corpo ou em áreas incomuns. 

“Outra diferença fundamental é que pessoas com hiperidrose generalizada podem transpirar excessivamente durante o sono”, explica a dermatologista. O tratamento deste tipo de sudorese envolve primeiro determinar a causa da condição, seja outra doença ou uma medicação.

 Os tratamentos mais eficazes para controlar este problema devem ser avaliados pelo especialista e vão desde antitranspirantes mais fortes até medicamentos, procedimentos médicos (como a aplicação da toxina botulínica tipo A, que bloqueia temporariamente os nervos que estimulam a sudorese) e cirúrgicos, em casos mais graves.





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