40% dos acidentes em todo o país acontecem de
dezembro a março
A morte de uma menina
de apenas 3 anos, em Jacareí (SP), no último dia 10, causada pela picada de um
escorpião enquanto ela brincava com o seu irmão na porta de casa, serve de
alerta para os perigos que os animais peçonhentos oferecem especialmente nessa
época do ano. De acordo com informações do Ministério da Saúde, é justamente de
dezembro a março, em pleno verão, que os acidentes com esses animais mais
acontecem. “Cerca de 40% das ocorrências registradas em todo o país são nesse
período. Por isso, a atenção deve ser redobrada nessa época do ano”, reforça o
Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia –
1ª Região (SP, MT e MS).
Entre os
animais peçonhentos, o escorpião é o campeão em número de ocorrências. Só em 2015,
de acordo com dados do Ministério da Saúde, foram mais de 74 mil casos em todo
o país, com 119 vítimas fatais. “Mas é preciso ficar de olho também em outras
espécies”, recomenda o Biólogo. Em 2014, embora o número de acidentes com
escorpiões (88.410) tenha sido muito maior do que os acidentes com serpentes
(27.261), eles mataram mais. Foram 98 mortes causadas pelos aracnídeos, contra
120, causadas pelos répteis. As aranhas, com um número similar de ocorrências
(27.119), causaram 13 mortes. Num placar geral, entre 2010 e 2014, o país
registrou 691.307 acidentes com escorpiões, serpentes, aranhas, abelhas e
lagartas, com 1.282 mortes durante o período.
Para evitar ser
atacado por um desses animais, Puorto dá algumas recomendações. “Em locais de
aparente risco, como florestas, trilhas, matas ou em terrenos com grande
acúmulo de lixo, o ideal é sempre usar equipamentos de proteção individual,
como luvas de couro, botas de cano alto e perneira. Em casa, mantenha camas e
berços afastados das paredes, e antes de calçar sapatos e vestir roupas,
principalmente se estavam fora de armários, inspecione as peças para verificar
que não há nenhuma espécie escondida dentro delas”, indica o Biólogo. E, se por
acaso encontrar algum desses animais, afaste-se imediatamente e procure ajuda
de uma autoridade de saúde local.
Mas, se for
picado, o Biólogo recomenda que procure um serviço de atendimento médico o mais
rápido possível. “A pessoa deve ser levada para o local mais próximo que
tiver”, avisa.
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