Conduzida pela
plataforma de gestão colaborativa de cidades Colab.re, consulta avaliou
propostas do Programa de Governo do prefeito eleito João Dória para saúde,
educação, habitação, segurança, defesa civil e mobilidade urbana
Metade
dos paulistanos (50%) apontam a reforma, ampliação e reequipamento das Unidades
Básicas de Saúde (UBS) como prioridade na saúde para a próxima gestão municipal
de São Paulo, que se inicia em janeiro. A informação é de consulta conduzida
pela plataforma de gestão colaborativa de cidades Colab.re, que analisou as propostas do Programa de Governo do
prefeito eleito, João Dória, e também envolveu as áreas de educação, habitação,
segurança, defesa civil e mobilidade urbana.
O relatório com os resultados desta
consulta será submetido ao gestor municipal e sua equipe, a fim de que a
participação popular possa influenciar na elaboração das diretrizes do Plano de
Metas 2017-2020 e do Plano Plurianual (PPA) 2018-2021 da maior cidade da
América Latina. As informações também ficarão disponíveis na internet, para que
se possa comparar o alinhamento entre as prioridades da população com o
andamento da gestão da cidade.
Confira abaixo quais são as prioridades
do Programa de Governo do prefeito eleito João Dória, de acordo com opinião dos
paulistanos.
Saúde
Os locais de atendimento vêm antes dos
investimentos em programas e ações de prevenção e combate. A implantação de Unidades
Móveis de Saúde, que podem levar serviços de saúde às regiões periféricas, a
redução de filas e a agilidade do diagnóstico e tratamento de patologias ocupa
o segundo lugar, com 21%, na preferência da população.
A reformulação dos programas de atendimento
aos usuários e dependentes de drogas é apontado como prioridade de 15% dos
participantes ouvidos. Eles apostam na integração e no compartilhamento de
projetos exitosos já desenvolvidos no Estado como uma possibilidade efetiva de
reintegração de pacientes.
Os cuidados com o bem-estar feminino e
infantil também exigem atenção. Para 10%, o foco é ampliar a prevenção da
gravidez em grupos vulneráveis; a vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano
(HPV) entre a população fértil de até 25 anos; e a promoção de exames para
diagnóstico do câncer de mama e do colo de útero. Já 4% consideram importante
estimular e aprimorar o exame pré-natal nas maternidades, para reduzir a
mortalidade de mães e/ou de bebês no parto; antecipar o diagnóstico da sífilis
neonatal, da Zika e de outras patologias que expõem bebês a riscos
irreparáveis.
Educação
Os paulistanos também querem mais
valorização e desenvolvimento dos profissionais da rede pública de ensino. Pelo
levantamento, 42% defendem o aperfeiçoamento das políticas de valorização
contínua de professores e demais carreiras na educação.
Há também o entendimento de que a
eficiência do sistema de ensino requer soluções integradas. A ampliação do
acesso à educação integral, que privilegie o aprendizado multidisciplinar é
apontada por 22%. Neste sentido, 14% acredita que a tecnologia precisa ser
melhor empregada como aliada de professores e alunos nas escolas públicas
municipais e 5% dos participantes ainda são favoráveis à criação de programas
que ajudem no desenvolvimento de habilidades socioemocionais dos estudantes.
Outros 17% apoiam a criação do Centro
de Apoio e Inovação para professores e equipes escolares, que mobilize,
capacite e apoie a construção de propostas e soluções voltadas à melhoria do
aprendizado.
Habitação
De acordo com 40%, a cidade deve
investir no modelo de Parceria Público-Privada como forma de atrair e agilizar
investimentos para a reurbanização e requalificação da área central de São
Paulo. Já 17% são favoráveis à criação de programas de aluguel social em
imóveis que não cumprem o papel social de moradia.
A ampliação das parcerias entre os
governos estadual e federal no estímulo à Habitação de Interesse Social é
defendida por 15% das pessoas consultadas, enquanto a criação de mecanismos mais
ágeis para o atendimento das demandas das organizações representativas da
sociedade é percebida por 15%.
A reordenação de áreas ocupadas
consideradas irregulares e aquelas em desuso estão no centro da agenda
habitacional da cidade. Isso porque 13% dos paulistanos são favoráveis a
ampliar a regularização fundiária e a reurbanização de assentamentos precários.
Segurança e defesa civil
A sinergia entre a Guarda Civil
Metropolitana e a Polícia Militar do Estado é outro fator avaliado na consulta.
Para 39%, ambas as instituições devem compartilhar modelo integrado de gestão
de segurança pública, desde a jornada de trabalho até informações operacionais
sobre horários de ronda, disponibilidade de viaturas e o planejamento mensal do
efetivo. Outros 21% também defendem que a GCM tem de adotar um modelo de
policiamento orientado para a prevenção de problemas relativos à segurança
pública, para alterar as condições que dão origem as questões criminais e de
desordem, contribuindo para diminuir as ocorrências por meio do policiamento.
Também foi apontado por 20% dos
participantes a necessidade de um fortalecimento da colaboração de entidades
privadas e da sociedade, envolvendo a temática da Defesa Civil de forma
transversal, proporcionando maior eficiência nas ações dessa instituição.
Para 11%, a cidade de São Paulo deve
estar mais bem preparada para responder às ocorrências que envolvem desastres.
O governo municipal precisa assegurar o funcionamento eficaz da infraestrutura
essencial, como os estabelecimentos de saúde, para o salvamento de vidas
durante e após catástrofes. 9% acreditam no fortalecimento da governança para
gerenciar riscos de tragédias, por meio do desenvolvimento de sistema que
promova a integração de programas, ações e projetos de prevenção e combate.
Mobilidade Urbana
A reestruturação do acesso e dos
horários de funcionamento do transporte público está à frente dos limites de
velocidade, de acordo com a prioridade dos paulistanos relacionada à mobilidade.
A implantação de Linhas Interbairros é necessária para 28%, com a finalidade de
viabilizar deslocamentos sem passar pelo centro expandido. Para 27%, a
ampliação do sistema também deve contemplar o número de linhas para o serviço
noturno nos finais de semana.
O aumento dos limites de velocidade nas
Marginais de acordo com o que é estabelecido pelo Código Nacional de Trânsito e
o estudo de soluções técnicas para demais vias da cidade tem adesão de 21% dos
participantes ouvidos.
Para 12% deles, a caminhada deve ser
instituída como um dos modais pertencentes ao sistema de transporte da cidade
e, para isso, investimentos devem ser feitos para a melhoria do sistema viário
para pedestres.
Outros 12% acham que a cidade precisa
implantar bolsões de estacionamento pagos com Bilhete Único próximos às linhas
de ônibus troncais e de estações de Metrô e Trens Metropolitanos, estimulando a
transferência do usuário do automóvel para o transporte público.
O levantamento foi realizado entre os
dias 10 de novembro a 10 de dezembro e ouviu 5.466 pessoas em São Paulo e
também as cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza e
Maceió. A capital paulista representa 32% dessa amostra e o perfil
predominante dos participantes são homens (71%) entre 20 e 29 anos (35%).
Metodologia
A consulta foi desenvolvida mediante
aplicação de questionário disponibilizado na web (www.colab.re) e por meio de aplicativos nas versões Android e iOS. Para
acessá-lo, os interessados tinham de fornecer informações pessoais, a fim de
assegurar a sua identidade e para que eles só participassem uma única vez do
processo. Cada eixo temático em análise era equivalente a uma pergunta com
opções de respostas extraídas das propostas contidas no Plano de Governo do
prefeito eleito. Cada questão só permitia uma única escolha.
Empoderamento
O levantamento foi conduzido pelo Colab.re, plataforma que permite aos cidadãos fiscalizar a qualidade
e o andamento dos serviços públicos prestados e possibilita à administração
pública realizar consultas sobre temas chave das cidades, para legitimar a
tomada de decisões com base na participação popular. Criada em 2013, a
ferramenta tem mais 150 mil usuários de todo o Brasil e é utilizada como canal
oficial de relacionamento por 130 prefeituras brasileiras, como Campinas (SP),
Niterói (RJ) e Recife (PE). Em alguns desses municípios, o índice de solução de
demandas chega a 70%. Em 2015, o Colab.re foi eleito o Negócio de Maior Impacto
Social do Mundo e a Startup de Maior Potencial Global pelo BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), além de ter sido apontado como um dos
melhores aplicativos de governo do mundo pela ONU (Organização das Nações
Unidas). O Colab.re está disponível na web (www.colab.re) e em aplicativos Android e iOS.
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